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segunda-feira, 7 de junho de 2021

A VIDA MATERIAL DEVE REGENERAR-SE 

E EXPRESSAR PADRÕES SUPERIORES


Não se pode dizer de maneira precisa que um indivíduo cure outro, melhor seria dizer que cada qual cura a si próprio na medida em que unifica em si mesmo a vontade da personalidade com a vontade da alma. Aquele a quem chamamos de curador é apenas um intermediário para que certa energia incida sobre aquele que será curado, ajudando-o a tomar a decisão de integrar-se.

Ao se harmonizar a personalidade com a própria essência superior, a cura é processada. Seus efeitos tornam-se visíveis nos planos físico-etérico, emocional e mental, instantaneamente a médio ou longo prazo. Havendo concordância entre a vontade profunda de um indivíduo e a vontade superficial do seu eu consciente, a cura pode operar-se.

Quando a vida não inclui a busca dessa união entre a vontade consciente e a vontade profunda, leva facilmente à deterioração e às doenças. Assim, qualquer processo terapêutico – para agir de fato – deveria incluir o trabalho fundamental com o paciente no sentido de ele buscar harmonizar suas vontades pessoais com a vontade do seu eu superior, os níveis supramentais de seu ser. Portanto, nem todo terapeuta pode ser considerado curador.

Buscar ajudar alguém a estabelecer o contato entre esses dois aspectos da energia da vontade é uma condição necessária, mas não suficiente, para um terapeuta tornar-se um curador. Para ser verdadeiramente um curador, no sentido amplo e espiritual desse termo, ele precisa estar com essa união feita em si mesmo.

É à medida que realiza o trabalho de harmonia em si mesmo que um ser se torna capaz de ajudar outros seres a se harmonizarem. Todo eu superior liberado de apegos é transmissor natural de energia transformadora através de seu magnetismo. Cada ser irradia o que de fato é e, quando essa irradiação atinge certo grau de qualidade, torna-se benéfica e curativa.

Aquele que reconhece em si uma coligação com a energia de cura necessita aprender a calar os sentidos. Isto é feito com perseverante e determinada focalização da mente no centro do ser. Se possível, no centro de luz espiritual. É preciso que ele aprenda a dizer não ao que o tira do verdadeiro caminho. Muitas provas advirão e, nelas, ele deve estar sereno e firme.

A humildade nasce da reverência e deve ser cultivada pelo curador: é preciso que ele esqueça todo o conhecido e se abra ao desconhecido, pois a síntese necessária para realizar a tarefa nascerá da entrega. Como toda compreensão emerge do silêncio, seu pensamento deve ceder lugar à intuição, ao contato com o eu supramental. O curador deve aprender do próprio coração as lições da cura.

A palavra será para ele veículo de cura, portanto, o controle da palavra lhe é essencial. Todo o supérfluo deve ser abolido para que as leis universais possam ser reconhecidas e vividas.

Não bastam boas intenções, é preciso rendição. Não basta ação, é preciso correta sintonia. Suas mãos devem ser puras, bem como o seu olhar. Os curadores são convocados a atuar no mundo das formas e devem traçar seu rumo através da pureza.

A cura conduz o ser pela senda da harmonia, mas isso não significa que o curador esteja livre de batalhas. Por isso, o curador é também guerreiro, sacerdote e profeta. Ele é unificador de vidas e o tom de seu diapasão penetra todos os reinos. Ele dignifica a matéria, conduzindo o espírito pelo caminho da Luz.


José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

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