Translate

sábado, 6 de fevereiro de 2021

 VER, OUVIR ... E CORRIGIR-SE

Disse Allan Kardec que “a misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega”. Enorme e profunda significação tem essa pequena frase do Codificador. Deve ela exigir demorada reflexão, para que se possa recolher a gama de valiosíssimos ensinamentos ali contidos. A misericórdia não exclui a responsabilidade, nem o perdão isenta o culpado do cumprimento da Lei Divina. É um perdão condicionado, uma espécie de sursis, que adverte o beneficiado de que o mal que praticou terá de ser ressarcido, para que se desfaçam os efeitos perniciosos que dele derivaram. É um perdão pronto a concretizar-se, desde que haja do faltoso empenho real em se recuperar. Se, beneficiado, persistir no erro, reincidir na falta, sua responsabilidade é aumentada.
 
Emmanuel considerou que “todas as contas a resgatar pedem relação direta entre credores e devedores”. O perdão pode também significar uma oportunidade para que o decaído se erga, disposto ao esforço regenerativo. O essencial é que aprendamos esta verdade: ninguém progride sem ninguém, que vale pelas palavras do luminoso Espírito acima citado: “Ninguém progride sem alguém.” Na vida, somos todos solidários. Ninguém se basta a si mesmo, pois é necessário que encontremos quem partilhe da nossa caminhada, para que possamos avaliar o grau do procedimento que temos, não nos deixando influenciar pela vaidade, pela inveja, pela presunção de superioridade, pelo orgulho, etc... Tendo alguém conosco, melhor poderemos exercer a vigilância sobre nós mesmos, comparando o que fazemos com o que outros fazem, de maneira a julgarmos se estamos indo certos ou se, pelo contrário, estamos agravando a nossa situação moral. É verdade que isso costuma também ocorrer sem que nos apercebamos. Eis por que Emmanuel disse que “ninguém progride sem alguém”, reconhecendo, porém, que, “em toda parte, o verdadeiro campo de luta somos nós mesmos.
 
A Lei Divina, atenta, acompanha todos os nossos pensamentos, todos os nossos passos, pois “não é cega”. E se, perdoados, supomos que podemos reverter ao abuso, então será bem mais grave a responsabilidade contraída. Sofremos porque insistimos no desrespeito à Lei de Deus. A dor é o chicote que nos encaminha para a purificação moral e espiritual. Pode ser considerada, em determinadas circunstâncias, um sinal de alarme, para que, prevenidos, evitemos recair no erro. Muita gente, entretanto, considera a dor apenas como um fenômeno físico, quando, na realidade, ela tem uma função altamente regeneradora. Assim como a febre, para o médico, é um aviso de que há algo de irregular que altera o estado normal do indivíduo, a dor, para o entendimento do espírita, é, em grande número de casos, um chamado à reflexão, uma advertência para que, meditando, busquemos reexaminar a nossa vida até encontrarmos onde falhamos e como falhamos. Não há efeito sem causa, já se costuma dizer.
 
Para melhor se romper o nevoeiro que nos circunda na Terra, a melhor providência é a humildade. Não a humildade premeditada, oca, aparente, que pode iludir os homens, mas não engana a Deus. É preciso, contudo, que se limpe essa palavra de definições falsas. Ser humilde, do ponto de vista espírita, é ser simples, bom, prestativo, tolerante, mas precavido. É guardar o ânimo sereno, quando se veja envolvido em tribulações e mal-entendidos. O humilde não se arrasta servilmente no chão, não bajula, não se degrada. Veja-se o comportamento de Jesus em todas as passagens de sua curta peregrinação na Terra. Ele deve ser para nós o modelo da humildade. O verdadeiro humilde não se despoja da sua dignidade, mas também não confunde dignidade com orgulho. É paciente diante dos arrogantes, sereno diante dos impacientes, indulgente diante dos faltosos, sem, contudo, permitir que os seus sentimentos possam contribuir, malgrado seu, para agravar a situação daqueles que lhe cruzam o caminho.
 
Entretanto, o fundamental, o mais importante, por ser essencial, é que não tenhamos a pretensão de ser modelo para ninguém. “No estudo da perfeição, comecemos por vigiar a nós mesmos, corrigindo-nos em tudo aquilo que nos desagrada nos semelhantes".

Vinélius di Marco
http://www.caminhosluz.com.br 
 
 
"Uma grande revelação, e uma revolução, é olhar para dentro de si e começar a se livrar de tudo aquilo de que sente vergonha e aceitar a sua natureza como ela é.Se você olhar para fora, você não perceberá. Simplesmente feche os olhos e sempre olhe para dentro. A origem de toda a infelicidade, da raiva e da angústia, está oculta dentro de você, é o seu ego. E se você encontrar a origem, será fácil ir além dela. Se você puder ver que é o seu próprio ego que lhe causa problemas, você vai preferir abandoná-lo , porque ninguém é capaz de carregar a origem da infelicidade, uma vez que a tenha entendido. Não conheço uma coragem maior do que olhar para dentro de si mesmo.Escute os sons da natureza e da mesma forma escute as pessoas".
(Osho - https://www.pensador.com)
 
A arte da escuta é algo divino. Se você puder escutar corretamente, aprenderá o segredo mais profundo da meditação. Ouvir é uma coisa, escutar é totalmente diferente; são mundos separados. Ouvir é um fenômeno físico; você ouve porque tem ouvidos. Escutar é um fenômeno espiritual; você escuta quando tem atenção, quando seu interior se une a seus ouvidos. Escute os sons da natureza e da mesma forma escute as pessoas. Escute sem impor coisa alguma ao que você está escutando – não julgue, pois no momento em que você julga, a escuta cessa. Uma pessoa realmente atenta permanece sem tirar conclusões, nunca conclui sobre coisa alguma, porque a vida é um processo, não se esgota no seu julgamento. Somente os tolos podem concluir; o sábio hesitará ante as conclusões. Escute, portanto, de uma forma aberta, atenciosa, alerta e receptiva. Simplesmente esteja presente, totalmente com o som que o circunda. Você ficará surpreso, pois perceberá que está realmente escutando e, ainda assim, haverá silêncio. 
(Osho - http://sociedadeblog.blogspot.com)

Para corrigir o torto você precisa antes fazer uma coisa mais difícil - Corrigir-se! Deve-se aprender a olhar para si mesmo com os olhos fechados, a observar silenciosamente. E não leve nenhum preconceito a priori. Muitas pessoas lhe disseram: "Seus defeitos são estes". Não leve essas ideias com você, caso contrário você as encontrará - porque os pensamentos são muito inventivos. Ponha de lado tudo o que lhe foi dito sobre você. Lembre-se somente de uma coisa: a menos que você descubra isso por conta própria, não tem nenhum valor, nenhum significado. Assim, vá sem nenhum preconceito - a favor ou contra. E se você amar e se souber observar, você irá se deparar com o fenômeno mais misterioso: ver um defeito é dissolvê-lo. Esse é o maior segredo de Buda: saber que você está fazendo algo errado é suficiente - você não pode fazer isso nunca mais.
(Osho - http://blogdoosho.blogspot.com)
 
"... Quem tiver olhos para ver, que veja... Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça..." Porém, profundamente, além das fronteiras 'telúricas'. Como disse Sri Nisargadatta Maharaj: "Aprenda a olhar sem imaginação, a ouvir sem distorção: isso é tudo. Pare de atribuir nomes e formas ao essencialmente sem nome e sem forma. Perceba que cada modo de percepção é subjetivo,  que o que é visto ou ouvido, tocado ou cheirado, sentido ou pensado, esperado ou imaginado, está na mente e não na realidade, e você vai experimentar paz  e liberdade do medo". Krishnamurti reforça: "Não é possível viver neste mundo sem ambição, simplesmente sendo quem você é? Se você começar a compreender o que você é  sem tentar mudar isto, então o que você é  passa por uma transformação.  Penso que se pode viver neste mundo anonimamente,  completamente ignorado, sem ser famoso, ambicioso,  cruel. Pode se viver muito felizmente quando  nenhuma importância é dada ao ego..."  Joel Goldsmith vai muito além quando pediu a Deus: "Pai, Peço-Te que me ajude a rejeitar todos os meus conceitos anteriores das pessoas que se relacionam comigo.Que eu não tenha interesse na opinião  do mundo sobre elas ou mesmo em suas próprias  opiniões a respeito delas mesmas. Que eu esqueça a imagem que criei sobre elas,  e que eu possa realmente conhecê-las.  Que eu comungue com sua santa descendência,  fazendo-me saber quem elas realmente são. O que eu estou procurando agora é que Tu, Deus,faça-me enxergar a  verdadeira natureza dessas  pessoas, abra os meus olhos para que eu possa  contemplar a Tua plenitude e Onipresença em seus corações".

Nenhum comentário:

Postar um comentário