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sábado, 27 de fevereiro de 2021

 REVELAÇÕES SOBRE O NOSSO

DESCONHECIDO MUNDO INTERIOR


No princípio do nosso caminho espiritual, não sabemos o que na verdade somos. É gradualmente que nossa existência nos vai sendo revelada.

Para descobrir o que de fato somos, onde estamos ou o que fazemos em outros planos da vida, sutis e espirituais, temos de contatar as chamadas “leis interiores”, energias sobre as quais pouco ou nada sabemos.

As leis interiores são as da vida da alma, do espírito. É do contato com essas energias que surge o relacionamento consciente do ser humano com o mundo interno.

Enquanto estamos identificados com forças da personalidade, tememos transformações, escolhemos as mudanças que queremos e negamos outras que não queremos. Como personalidade é impossível saber o que realmente somos. Por isso, as leis que dizem respeito ao profundo do ser começam a desvelar-se só quando de verdade nos entregamos ao mundo interno.

Nossa vida terrena passa, então, a integrar uma existência mais ampla. O fato de começarmos a prestar atenção no mundo interno e irmos considerando a atividade externa menos importante, isso já decorre da atuação das leis interiores.

Tenhamos em conta que a maior parte de nossas atividades externas normais nada tem a ver com o mundo interno. À proporção que nos voltamos para a realidade dele, chegam-nos as primeiras percepções acerca disso.

A vida interior apresenta-se a nós de duas maneiras: bem suave, quase imperceptível, ou abruptamente. No primeiro caso, nem sequer percebemos que estamos ingressando nela. Notamos apenas que as coisas externas já não exercem a mesma atração sobre nós, já não têm tanta relevância.

No segundo caso, somos despertados por acontecimentos inesperados. Ocorre algo muito forte e consistente e, a partir daí, como em uma conversão repentina, passamos a buscar o mundo interno e perdemos a inclinação para a vida material.

A transformação profunda e real em nosso ser não se realiza por nós humanamente. Provém do interior da vida e vai-se refletindo devagar no mundo material e na ação externa. Nessa fase de adaptações, muitas pessoas descobrem-se em ambiguidade: já sabem o que devem realizar, mas continuam agindo de maneira oposta, como se não soubessem.

Do ponto de vista espiritual, um padrão de vida é determinado pelo enfoque da consciência. Se nos transformamos e nos elevamos, é natural que se operem mudanças de padrão. Por isso, em meio a nossas transformações, podem surgir em nós conflitos com o padrão de vida que vínhamos adotando.

Todavia, é bom termos em conta que pode ocorrer também de estarmos no mesmo padrão de vida externo, mas com a consciência já em novo ponto. É aos poucos que começará a surgir o padrão que lhe corresponde.

Enquanto nos restringimos a leis da matéria, o modo de vida que adotamos parece-nos por demais importante. Temos de nos dedicar muito a ele para que mantenha um certo nível e não decaia. Mas, quando chegamos a contatar as leis interiores, já não temos de nos preocupar com isso. A vida externa vai surgindo por si, e os fatos se sucedem por inspiração espiritual superior – tudo o que ocorre, então, está correto e tem um propósito divino.

Desaparece de nós, por completo, a preocupação com o futuro e o interesse pelos resultados das ações. Sabemos que a partir daí as coisas vão se desenvolver não como fatos, mas em relação com o nível da consciência. Baseados nas leis interiores, ficamos cientes de que tudo vai bem.

 

José Trigueirinho Netto 

https://www.otempo.com.br

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