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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

  "DEVEMOS DIRIGIR NOSSO OLHAR 

PARA A HUMANIDADE"

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 Momentos com Albert Schwetzer

Albert Schweitzer, que encantou o mundo com sua vida exemplar, demonstrou, dentre tantas coisas, que os ensinos superiores da vida podem e devem ser levados a todas as gentes, em todos os lugares e a qualquer tempo.

Para os nativos de Lambaréné, na África Equatorial francesa, pregava aos domingos.

Dizia ele: Os meus sermões têm de ser muito simples. Tenho de falar de maneira concreta para ser compreendido. Tenho de utilizar exemplos tirados da vida deles.

A respeito do perdão, falava assim: Uma pessoa insulta você. Mas Jesus diz que se deve perdoar, e você fica calado.

Mais tarde, a cabra do vizinho come as bananas do seu almoço. Em vez de puxar discussão, você diz apenas que a culpa é da cabra dele e que é justo que ele lhe dê outras bananas.

Se ele não concordar, você sai em silêncio, pensando que Deus faz as bananas crescerem com tal abundância no seu sítio, que você não tem necessidade de brigar por tão poucas.

Depois, um homem que levou as suas quatro cargas de bananas para vender, só lhe dá o dinheiro correspondente a três, dizendo que foi só isso o que você lhe entregou.

Você tem vontade de dizer que ele é um mentiroso. Mas pensa que há muitas mentiras de que só você sabe e que Deus tem de perdoar, e volta para a sua cabana sem nada dizer.

Quando vai acender o fogo, percebe que alguém levou parte da lenha que você foi buscar ontem no mato. Mais uma vez você força o coração a perdoar e deixa de procurar o ladrão para entregá-lo ao chefe.

À tarde, você vai sair para trabalhar na roça, quando descobre que alguém apanhou a sua boa faca de mato, deixando em lugar dela uma velha, cheia de dentes, que você reconhece.

Você pensa que já perdoou quatro vezes e pode perdoar a quinta. Embora seja um dia com muitas coisas desagradáveis, você se sente feliz.

Por quê? Porque o seu coração está alegre, tendo obedecido a vontade de Jesus.

À noite, você vai pescar. Não encontra o seu facho. Fica furioso e chega à conclusão de que perdoou demais. De novo Jesus, o Senhor, domina o seu coração. Você pede um facho emprestado e desce para o rio.

Chegando lá, não encontra a sua canoa. Alguém foi pescar com ela. Você se esconde, furioso, atrás de uma árvore, com a ideia de tomar todo o peixe do intruso quando ele voltar. E depois entregá-lo ao comandante do distrito.

Mas, enquanto espera, o seu coração repete muitas vezes o que Jesus disse.

Quando o homem volta, você lhe diz que Jesus força você a deixá-lo ir em paz. Não exige nem o peixe. Acredito que ele o dê, espantado com o fato de você não querer brigar.

Você vai para casa, feliz e orgulhoso de ter conseguido perdoar sete vezes. Mas, se nesse mesmo dia Jesus chegasse à sua aldeia e você pensasse que Ele iria elogiá-lo, Ele lhe diria que é preciso perdoar mais sete vezes e mais sete e muitas mais, até que Deus possa perdoar os seus muitos pecados.

Ao fim do sermão, faço-os juntarem as mãos e muito lentamente faço uma breve oração.

Quando me retiro, meu povo se levanta. Retira-se com a palavra de Deus viva.
 
Redação do Momento Espírita
http://www.momento.com.br

Pensamentos de Albert Schweitzer

É destino de toda verdade ser objeto de ridículo, quando exposta pela primeira vez. Era considerado idiotice se supor que homens negros eram realmente seres humanos e tinham que ser tratados com tal. O que uma vez foi considerado estupidez foi reconhecido como verdade. Hoje em dia, é considerado exagero se proclamar constantemente o respeito por cada forma de vida, como sendo uma séria exigência de uma Ética racional. Mas, virá o dia em que as pessoas ficarão espantadas com o fato de que a raça humana existiu por tanto tempo, antes de reconhecer que lesar uma vida irrefletidamente é incompatível com a verdadeira Ética. Ética é, sem ressalvas, responsabilidade por tudo o que tem vida.

Vivemos em uma época perigosa — o homem domina a Natureza antes que tenha aprendido a dominar a si mesmo. A tragédia da vida é o que morre dentro do homem enquanto ele vive. Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação – [seja mineral,] seja vegetal, seja animal – ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes. Muito pouco da grande crueldade mostrada pelos homens pode ser atribuída realmente a um instinto cruel. A maior parte dela é resultado de hábitos herdados ou da falta de reflexão.

Com vinte anos, todos têm o rosto que Deus lhes deu; com quarenta, o rosto que lhes deu a vida; e com sessenta, o rosto que merecem. 

Há duas espécies de ingenuidade: uma que ainda não percebeu todos os problemas e ainda não bateu a todas as portas do conhecimento; e outra, de uma espécie mais elevada, que resulta da filosofia que, tendo olhado dentro de todos os problemas e procurado orientação em todas as esferas do conhecimento, chegou à conclusão de que não podemos explicar nada, mas temos de seguir as convicções cujo valor inerente nos fala de maneira irresistível. 

O homem não será realmente ético, senão quando cumprir com a obrigação de ajudar toda a vida à qual possa acudir, e quando evitar causar prejuízo a qualquer criatura viva. Não perguntará, então, por que razão esta ou aquela vida merecerá a sua simpatia, como sendo valiosa, nem tampouco lhe interessará saber se, e a que ponto, ela for ainda suscetível de sensações. A vida como tal lhe será sagrada. Ele não arrancará folhas de árvores; não cortará flores; cuidará em não pisar em nenhum bicho. Nas noites de verão, ao trabalhar à luz da lâmpada, preferirá manter as janelas fechadas e respirar um ar viciado, a ver inseto após inseto cair na mesa com as asas queimadas.
 
Enquanto milhares de animais continuarem a ser maltratados, enquanto o lamento dos animais sedentos [e aterrorizados] nos vagões de carga não forem emudecidos, enquanto prevalecer tanta brutalidade nos matadouros, todos seremos responsáveis por todas estas crueldades! Tudo o que tem vida tem valor como um ser vivo, como uma manifestação do Mistério da Vida.

O homem é um animal inteligente que se comporta como um imbecil.

Um otimista é uma pessoa que vê uma luz verde em todos os lugares, ao passo que um pessimista só vê um sinal de trânsito vermelho. O verdadeiro sábio é daltônico.

A vida se torna mais difícil para nós quando vivemos para os outros, mas, por outro lado, se torna mais rica e mais feliz.

Deixe-me dar uma definição de Ética: Boa para manter e continuar a vida, e ruim para danificá-la e destruí-la.

Lembre-se de que você não vive em um mundo exclusivamente seu. Seus irmãos também estão aqui.
 
Faça algo maravilhoso, e as pessoas o imitarão. Nunca diga que não há mais nada de belo no mundo. Haverá sempre algo para fazer você pensar, seja na forma de uma árvore, seja no simples balouçar de uma folha. 
 
Meditando sobre a vida, eu me sinto na obrigação de respeitar toda e qualquer vontade de vida ao meu redor como idêntica à minha, como um valor misterioso. Se nos defrontamos com a necessidade de sacrificar uma vida, devemos buscar o perdão, socorrendo, toda vez que tivermos a ocasião de fazê-lo, um ser vivo em perigo. A Ética consiste na responsabilidade perante tudo quanto vive, responsabilidade tão ampliada que carece de limites. A minha experiência de valores traz em si mesma o seu significado seguinte: represento a ideia suprema que se exprime no meu desejo de viver; a ideia do respeito à vida. Em consequência disto, valorizo a vida tanto como o desejo de viver que eu encontrar em torno de mim; em consequência disto, não cesso de agir; em consequência disto, crio valores. 
 
O ser humano mal reconhece os demônios de sua criação. 
 
 
Texto recebido por e-mail sem identificação da fonte

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