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domingo, 24 de novembro de 2019

REFLEXÕES SÁBIAS


Momentos com Daehaeng Sunim

Não pense que é impossível. Se você vê a si próprio como um ser miserável, então realmente se tornará um fraco. Mas se você vê a si próprio como afortunado, sua vida será próspera. Portanto, não se permita envolver em pensamentos de fraqueza ou tristeza; tente viver de maneira entusiasmada e significativa. Seja humilde. E encare tudo com um sorriso nos lábios.

Ao aplicar essa sabedoria, não será apenas a sua vida que se tornará mais próspera e feliz, mas estará dando também uma enorme contribuição ao bem-estar do mundo e do universo. É assim que nos tornamos mais do que meros espectadores da vida.

Tente por si próprio. Veja o que acontece quando você põe isso em prática.

Cada planeta e cada estrela sou eu. Não há lugar que não seja meu, não há gesto que não seja meu, não há vida que não seja minha. Uma faísca de nossa mente original é capaz de queimar todos os carmas e discriminações do universo inteiro. Isso é possível porque nossa mente original possui tudo em si.

Algumas pessoas afirmam que a vida é sem sentido porque resume-se a envelhecer e morrer, e no fim tudo desaparece. Eu não concordo. Nossa vida continua, apenas nosso corpo se transforma. As pessoas falam em morte, mas não há nada que tenha realmente “nascido”. Quando a lagarta cai da árvore, é porque se transformará em borboleta. Ela não morre, apenas muda de forma.

Nascemos porque a Essência existe e estamos aqui porque a Essência existe. Não existe vida e morte: estamos apenas mudando de forma.
 
Devemos encarar com destemor qualquer problema que surgir. Mesmo que esteja diante de espadas, espinhos ou campos cheios de pedras, não hesite diante de nenhum deles. Dê o máximo para seguir em frente e encarar tudo isso como sendo algo com o qual praticar. Do que você tem medo? Não importa se jovem ou velho, um dia você morrerá! Se conseguir abandonar o medo da morte, não haverá nada que não possa realizar. Nada mais o amedrontará.   
 
Eu nunca pratiquei com a intenção de tornar-me um Buda ou alcançar a iluminação. Eu só queria saber quem sou, o que sou, e porque nasci. Quando enfim compreendi que meu corpo não sou eu, minha consciência não sou eu e minha vontade não sou eu (...).

Muitas pessoas acreditam que, quando a mente se ilumina, é porque um determinado estágio foi alcançado. Contudo, o que é atingido é a compreensão de que não há nada a ser alcançado! Se alguém diz que obteve, ou alcançou, ou despertou para alguma coisa, então certamente não obteve, não alcançou e não despertou para nada.

Pergunta: Quando eu confio algo à minha Essência e as coisas caminham favoravelmente para a solução, há uma sensação de leveza e clareza. Mas quando demoram a se resolver, noto que essa sensação diminui.

Daehaeng Sunim: É um sinal de que você não está acreditando integralmente em sua Essência. Se você acreditasse completamente nela, o céu poderia desabar e nem assim você se afligiria. Mesmo as questões sobre vida e morte não o afetariam, pois você saberia que sua Natureza Búdica cuida de tudo da melhor forma. “Acreditar integralmente em sua Essência” sugere um poder muito acima do que as palavras indicam.

Há um poder profundo na água que encontra seu lugar, ainda que seu fluxo seja calmo e sereno.

Encare a tudo que enfrentar como algo que foi criado por você, de maneira que o obstáculo seja entregue a sua Essência e depois retorne como algo novo. A Essência tem o poder de mover o mundo material para uma nova direção. Mas quando você apenas cospe suas opiniões e lamentos, essa conexão não se realiza.

Por isso, todos aqueles determinados a realizar a Essência refreiam suas línguas e mantém-se quietos. Entregam tudo a seu íntimo e confiam na Essência. Agindo profundamente assim, os obstáculos são trabalhadas pela Essência e depois voltam ao mundo material de uma forma inteiramente nova.

Prática espiritual significa ter a certeza de que há um grande tesouro dentro de si próprio – e encontrá-lo. Descobrir esse tesouro em si é a coisa mais valiosa do mundo. Se você coloca isso em prática, pode viver de maneira leve, sempre nova, com a mente ampla como o céu e sempre permeada de compaixão. O que seria melhor do que isso?

Para mim um ponto fundamental é: aqueles que querem algo mais da vida não devem se deixar arrastar pelas coisas que acontecem a elas. Em vez disso, devem aceitar e absorver por inteiro tudo que enfrentam. Compreender intelectualmente o que estou dizendo não é a verdadeira compreensão. Em vez disso, tenha uma fé firme em sua Essência e entregue absolutamente tudo a ela.

Não importa o que você enfrente, sua prática deve ser sempre a de entregar tudo à Essência, pois o que você confiar a ela será modificado e trazido de volta ao mundo de uma outra forma. Sua compreensão e sua prática devem refletir-se em ações. Só assim você será capaz de lidar com todos os problemas de sua família, da Terra e do Universo.

Agarrar-se ideia de que você e os outros são seres diferentes, a ponto de não conseguir nem mesmo imaginar que tudo é um, é o principal obstáculo no caminho para o Buda. A princípio valorizar o eu pode parecer útil, mas essa é na verdade a origem de todos os problemas. 
 
Agarrar-se a ideia de eu nos priva de participar do reino de Buda e nos impede de experimentar os incríveis benefícios desse reino. Até que conheçamos completamente a realidade da não-dualidade, não haverá paz para nós. Por isso, como praticante, você não deve encarar nada dualisticamente mas sim entregar tudo que surgir à sua Essência de maneira profunda e sincera.

Sabedoria é saber que o eu não existe. Sabedoria é saber que a matéria e o corpo físico são meras imagens de um sonho, são como gotas d’água agitadas pelas marés e pelos ventos. Ignorância nada mais é que insistir na existência do eu individual e esquecer que a matéria e o corpo físico desaparecerão.

Abandone o eu e milhões de sofrimentos e dúvidas desaparecerão.

Tudo o que você vê, ouve, faz, encontra – tudo isso está constantemente fluindo. Nada disso permanece, nada é imutável. Tudo já fluiu. Quando reconhecer isso, você nunca mais será aprisionado, não mais sentirá ansiedade ou medo. Se estiver disposto a abandonar tudo aquilo pelo qual as pessoas lutam para ter, e compreender plenamente a essência daquilo a que chamamos eu, verá que existe em você a capacidade de entender e controlar tudo no mundo.

Enquanto estiver sendo controlado pelas consciências cármicas, você não conseguirá avançar. Não importa o quão longe vá, elas ainda irão assombrá-lo como demônios. Mesmo depois de ter deixado essa vida e ter renascido, seus atos e pensamentos ainda continuarão no mesmo nível no qual estavam em sua vida passada.

Portanto, vocês devem elevar esse nível e a maneira de fazê-lo é confiar tudo, seja o que for, à sua essência. Tenha fé de que tudo está sendo feito por ela, confie integralmente, e liberte-se.   
 
Ao invés de usar seu intelecto fazendo planos detalhados a fim de alcançar algum objetivo, confie em sua Essência. Ela é a fonte de toda verdade e é totalmente capaz de cuidar de tudo aquilo que for confiado a ela. Ao agir assim, seus olhos se abrem para a infinita habilidade que reside em si próprio. Você sente então, naturalmente, uma profunda gratidão por sua Essência.
 
Meu corpo não sou eu, minha consciência não sou eu e minha vontade não sou eu. Não há nada a ser alcançado. A natureza búdica é nossa vida eterna, fundamental, é o alicerce que sustenta o universo inteiro. Ela engloba todos os fenômenos visíveis e invisíveis e está dentro de cada ser humano. Por isso cada um de nós possui a habilidade inata de lidar com todas as coisas, as visíveis e invisíveis.
 
Todos os seres e coisas eram meus professores. Animais selvagens, pássaros, uma moita de capim e até mesmo uma pedra sob meus pés eram todos meus professores, e eles me davam ensinamentos incomparáveis. Eu compreendi a verdade a partir das pequenas coisas, mais do que através dos textos budistas ou sentada em meditação. Acima de tudo, confiava no meu professor supremo, a Natureza Búdica, que me conduziu ao meu eu interior. E os seres sencientes, cegos com seus olhos abertos, rindo quando felizes e chorando quando tristes, foram também meus professores. Se não fosse eles, como eu teria compreendido a verdade de que o Buda e todos os seres são inseparáveis? 
 
https://obudaemmim.blogspot.com 
 

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