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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A SABEDORIA DE HSU YUN
 
 
A iluminação virá quando vier. E quando ela chegar, o praticante subitamente conhecerá sua Verdadeira Natureza. Ele compreenderá que seu ego é realmente uma ficção, uma ilusão nociva. E quando essa confusão ser desfizer, ele então se tornará imperturbável. Alcançará a agudeza da mente e uma integridade que reluzirá em pureza e tranquilidade absolutas. Claro, quando alcançar esse estágio ele deverá praticar preservar essa Sabedoria. Deverá cuidar para que seu ego não volte a se estabelecer, pois isso seria como colocar outra cabeça sobre seu pescoço.

É maravilhoso quando realizamos o Momento Eterno, não é mesmo? Um passo fora do tempo e todos os anos que passamos em ignorância e sofrimento tornam-se lembranças tênues. São apenas vagas memórias. Seu pequeno ego se foi, e com isso todos os velhos inimigos, amigos, parentes. Todas as experiências passadas, doces ou amargas, perderam o poder. A Realidade dispersou a ilusão.

No Nirvana você não é jovem ou velho. Você apenas é. E quem você é? Simples: o Buda.

Sua mente de Buda brilha dentro de você, mesmo quando não pode vê-la por si mesmo. Ela é sempre pura e nenhuma quantidade de sujeira jamais poderá maculá-la. Seus olhos estão sempre voltados para fora, fixados em páginas impressas; mas o Infinito não pode ser capturado em palavras. Os livros apenas nos engajam em debates. Se você quer ser livre da ilusão deve olhar para dentro. O Caminho para o Infinito está do outro lado da sua visão. Olhe para dentro, para ver sua natureza de Buda brilhando!

Todos os dias, em nossas interações, devemos agir para aprimorar nosso objetivo de iluminação e autoconsciência. Se tivermos colegas cuja companhia nos leva facilmente ao erro, deveríamos evitar o contato com tais colegas. Se tivermos um tempo insuficiente para meditar porque estamos muito ocupados com clubes, hobbies ou esportes, deveríamos cortar essas atividades. É preciso um esforço consciente para ganhar a tranquilidade Ch’an. A compostura espiritual é ganha pela prática.

Um homem sábio, certa vez, percebeu que a mente de um verdadeiro homem do Ch’an não pode ser perturbada ou intimidada porque, seja nos bons ou nos maus momentos, ele sempre continua funcionando no seu ritmo constante, como um relógio que continua durante uma tempestade. Eu gosto disso. Deveríamos todos tentar ser como relógios que mesmo nas tempestades simplesmente continuam funcionando.

As pessoas pensam que o mundo as incomoda. Elas não entendem que são as guardiãs de suas próprias mentes, que podem facilmente fechar e trancar as portas de suas mentes. Se as pessoas se intrometem é porque o guardião deixou a porta aberta.

Saiba que a fé é a mãe, a fonte nutridora de nossa determinação em nos submeter ao treinamento e realizar nossos deveres religiosos. Se buscamos a libertação das dificuldades deste mundo, devemos ter uma firme fé na promessa do Buda de que cada ser vivo, cada ser humano na terra, possui a sabedoria do Iluminado e, assim, tem o potencial para atingir o estado de Buda. O que nos impede de realizar essa sabedoria e atingir esse estado de Buda? A resposta é que simplesmente não temos fé em suas promessas, em suas afirmações. Preferimos permanecer na ignorância dessa verdade, aceitar o falso como genuíno, e dedicar nossas vidas à satisfação de todos os nossos tolos desejos.

Não há progresso espiritual sem a moralidade e sem o cumprimento do dever religioso. A disciplina é a base sobre a qual a iluminação repousa. A disciplina regula o nosso comportamento e o torna imutável. Perseverança se torna estabilidade, e é isto que produz a sabedoria.

Todos os monges ficavam curiosos a respeito de sua postura Chan natural, seu perfeito equilíbrio. Mesmo o mestre Shi Tou viu-se impelido a perguntar-lhe qual era o seu segredo: “Todos se maravilham diante de sua prática”, disse Shi Tou. “Conte-me, você possui poderes especiais?” O praticante laico Pang apenas sorriu e disse, “Não, não possuo poderes especiais. Meu dia é dedicado as atividades simples e eu apenas mantenho minha mente em harmonia com as tarefas que executo. Aceito o que vier sem qualquer desejo ou aversão. Quando encontro alguém, mantenho uma atitude neutra, nunca elogiando, nunca recriminando. Para mim, vermelho é vermelho, e não “carmesim” ou “escarlate”. Logo, qual método maravilhoso eu utilizo? Bem, quando corto lenha, eu simplesmente corto lenha; e quando carrego água, simplesmente carrego água.

Não podemos entrar num acordo com o universo. Não podemos afirmar “Eu cumpri todas as regras e por isso mereço ser recompensado”, ou “Eu já tive a minha parcela de azar, mereço ter boa sorte a partir de agora”. O universo não reconhece os nossos apelos por justiça. Há heróis que deram suas vidas para o benefício de outros e não se queixaram por isso. Sabemos que, por terem abandonado a ilusão do ego, eles caminham agora no Paraíso. E não é esse o caminho para a felicidade? Não é dessa maneira que entramos no Nirvana? Abandonando nossos egos individuais e realizando o Self de Buda, a nossa Natureza Verdadeira? O Paraíso chega quando nos entregamos a isso.

A iluminação virá quando vier. E quando ela chegar, o praticante subitamente experimentará a Natureza Verdadeira. Ele compreenderá que seu ego é mesmo uma ficção, uma ilusão nociva. E quando essa confusão for dissolvida, ele se tornará imperturbável. Alcançará a agudeza da mente e uma integridade que reluzirá em forma de pureza e tranquilidade absolutas. É claro que quando alcançar esse estágio ele deverá preservar essa Sabedoria. Deverá cuidar para que seu ego não volte a se estabelecer, pois isso seria como acrescentar uma outra cabeça sobre seu pescoço.

Você viajou dez mil passos em busca do Dharma. Tantos longos dias em bibliotecas, copiando, copiando. A gravidade da Tang e a profundidade da Sung são bagagens pesadas.

Aqui! Colhi para você algumas flores silvestres. Seu significado é o mesmo mas elas são muito mais fáceis de carregar.

Não há necessidade de vagar de um lado para outro, como as ondas no mar. A água que reflui é a mesma água que flui. Nenhum ponto a retornar para conseguir água Ela flui em torno de você em todos as direções O coração do Buda e as pessoas do mundo ... Onde há alguma diferença?
 
 https://obudaemmim.blogspot.com
 

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