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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

J  U  L  G  A  M  E  N  T  O



Não julgues…
Habitas num recanto mínimo desta terra.
Os teus olhos chegam
Até onde alcançam muito pouco…
Ao pouco que ouves
Acrescentas a tua própria voz.
Mantém o bem e o mal, o branco e o negro,
Cuidadosamente separados.
Em vão traças uma linha
Para estabelecer um limite.

Se houver uma melodia escondida no teu interior,
Desperta-a quando percorreres o caminho.
Na canção não há argumento,
Nem o apelo do trabalho…
A quem lhe agradar responderá,
A quem lhe agradar não ficará impassível.
Que importa que uns homens sejam bons
E outros não o sejam?
São viajantes do mesmo caminho.
Não julgues,
Ah, o tempo voa
E toda a discussão é inútil.

Olha, as flores florescem à beira do bosque,
Trazendo uma mensagem do céu,
Porque é um amigo da terra;
Com as chuvas de Julho
A erva inunda a terra de verde,
E enche a sua taça até à borda.
Esquecendo a identidade,
Enche o teu coração de simples alegria.
Viajante,
Disperso ao longo do caminho,
O tesouro amontoa-se à medida que caminhas.



Rabindranath Tagore
https://poesiaspreferidas.wordpress.com 
 
 
"Escute os sons da natureza e da mesma forma escute as pessoas. Escute sem impor coisa alguma ao que está escutando - não julgue, pois no momento em que julga, a escuta cessa" (Osho)
 
"A forma mais elevada da inteligência humana é a capacidade de observar sem julgar" (Krishnamurti)
 
"Escutar é difícil, por isso a maioria das pessoas prefere julgar" (Carl Jung)

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