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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O PROFUNDO SIGNIFICADO
 DA 'TENTAÇÃO'


 
"... foi Jesus levado pelo espírito ao deserto, a fim de ser tentado pelo diabo. Jejuou quarenta dias e quarenta noites. Depois teve fome. Então se aproximou dele o tentador e disse-lhe: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se convertam em pão. Respondeu-lhe Jesus: Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." (Mateus 4: 1-4)


Vemos aqui o grande e profundo significado da tentação.
 
Esta passagem mostra o exemplo típico de fidelidade à essência de todos estes ensinamentos, ante à tentação que sentimos de concentrar o pensamento  nas coisas deste mundo, isto é, nas necessidades externas, e demonstrar o poder de produzir efeitos extraordinários, como a provisão de alimentos mediante a operação de um milagre.

Jesus sabia que essa não era a maneira de se demonstrar a presença de Deus como suprimento de nossas necessidades.

O meio de demonstrá-la consiste em se viver permanentemente numa atitude interna que se pode traduzir nestes termos: Uma vez que Deus é consciência divina, e que a consciência é a substância e atividade criadora de todas as formas, enquanto eu viver, me mover e tiver o meu ser como consciência espiritual, todas as formas de suprimento aparecerão sem que eu me preocupe com elas. Esta era a resposta de Jesus a todas as tentações.

Esta deve ser também a sua resposta. Em vez de trabalhar, isto é, de fazer trabalho mental, quando se lhe apresente qualquer problema, lembre-se de que já aceitou os dois grandes mandamentos de Jesus: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir" e "Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e Sua justiça (verdade), e estas coisas vos serão dadas de acréscimo."

Quando se sentir tentado a usar esta verdade para obter um emprego, ou para efetuar uma cura ou fazer alguma coisa no plano externo, diga como Jesus, a si mesmo:

"Eu não vivo somente de pão, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus. Não vivo de suprimentos externos. Estas são coisas recebidas por acréscimo, que me vêm às mãos espontaneamente como um desdobramento natural do meu estado de autorrealização em Deus, a Consciência divina, que está sempre Se manifestando como minha consciência individual. Ela é a fonte do meu suprimento; logo, não preciso fazer magia. Não preciso que o eu pessoal se arvore em demonstrador de poderes. O único EU, o grande EU SOU, está governando, mantendo e sustendo Sua própria imagem e semelhança. Se tentar fazer milagre, se tentar fazer demonstração de poder, estarei criando um eu separado de Deus, revestindo-me, assim, de uma personalidade que não é de Deus. Deus está sempre mantendo o que é Seu."

Por ceder à tentação de demonstrar poderes é que a mente humana entra em conflito e cria sofrimentos. Por exemplo, o filho pródigo, não estava satisfeito em viver só dos bens de seu pai e por isso saiu de casa, partiu para o mundo, com o desejo de abrir seu próprio caminho na vida. E sabes como acabou.

Na Antiguidade, deu-se à origem do mal o nome de “diabo”. O diabo não é nem nunca foi uma pessoa. O diabo, ou mal, é algo de natureza impessoal. É possível que ele apareça como pecado, delinquência juvenil, falso desejo, doença incurável, pobreza, ou morte.
 
Entretanto, seja qual for o nome ou natureza, aquilo que se põe à sua frente é um mal único. Empregamos para ele a designação “mente carnal”, dada por Paulo, ou algum outro termo, como “aparência” - matéria, por exemplo. A discórdia ou tentação não é uma entidade ou identidade física; ela é uma “aparência”, um produto da mente carnal: a crença em dois poderes.

"Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse-lhe: 'Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Recomendou-te a seus anjos que te guardem ... para que não tropeces em alguma pedra.'"

"Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus." (Mateus 4: 5-7)

Se temos o próprio Deus como nossa consciência, se Deus é a nossa Alma, Mente e o Ser que Somos, acaso precisaremos produzir anjos, alguma espécie de efeitos extraordinários para nos segurar, amparar e ajudar?

Precisaremos de alguma coisa além de Deus? Não nos tornaremos idólatras quando recorremos a algo que não seja Deus, a algo menos que Deus para nos manter? Acaso não será isso pecado contra o nosso próprio senso de vida espiritual?

Quando formos tentados a recorrer ao homem cujo fôlego está no seu nariz, quando formos tentados a confiar em alguma forma humana de Deus, ainda que nos pareça como um anjo, lembremo-nos da tentação de Jesus. Perguntemo-nos a nós mesmos: Tenho alguma necessidade de anjos? Necessito de algum auxílio? Necessito de alguma forma menor de ajuda, mesmo que seja a do pensamento humano?

Ainda o diabo o transportou a um monte muito elevado, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e disse-lhe: Todas estas coisas te darei se, prostrando-te em terra, me adorares.

Ordenou-lhe Jesus: Vai para trás, Satã, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás!

Então o diabo o deixou, e eis que vieram anjos e o serviram. (Mateus 4: 10-11)

Quando compreender a Deus como Onipotência, estará habilitado a se livrar do mal sob todas as formas, mediante as seguintes palavras: “Nenhum poder terás sobre mim, a não ser que tu venhas de Deus. Ao lado de Deus não há nenhum outro poder; e o Poder divino é presente tanto no céu como exatamente aqui onde eu estou.” Mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

De vez em quando, todos nós somos tentados a dar as costas ao nosso mais elevado senso de Alma, a fim de melhorar nosso destino neste mundo; somos tentados a melhorar nossa situação descendo da altura espiritual em que nos sentimos em Unidade com Deus para adotarmos uma forma de tratamento inferior; somos tentados a confiar em alguma coisa separada e independente de Deus.

E aí é que devemos resistir à tentação e aprender a ficar em silêncio, nesse estado de paz que não vê poderes em aparências.

Uma vez que Deus é a consciência individual de cada um, não precisaremos de nenhuma forma de tratamento inferior ao representado por esta certeza; não precisaremos de nenhuma ajuda humana, nem sequer sob forma mental.

Precisaremos somente estar sempre seguros de que Deus é a nossa consciência individual.

Comecei dizendo que devemos todos chegar a um nível de consciência que nos permita saber o que é Deus. E agora volto ao assunto. Deus é o princípio deste universo, mas se manifesta como consciência individual. É o principio do seu e do meu universo individual e a lei para a sua e para minha vida.

Nossa experiência externa é determinada pelo nosso, o seu e o meu grau de autorrealização em Deus – a Lei, a Vida Divina –  que atua como sua consciência individual. Isto, porém, não significa que cada um de nós seja ou tenha um Deus separado, mas quer dizer que, não obstante cada indivíduo possuir consciência ilimitada, essa consciência individual ó o único Deus, o Onipotente.
 
No entanto, enquanto não soubermos que, como consciência individual, temos o nosso ser em Deus e que em Sua eterna presença vivemos e nos movemos, não estaremos recebendo Sua orientação e proteção no que estejamos fazendo neste mundo.

Para isso, precisamos saber que Ele é a divina realidade de nosso ser; precisamos senti-lo mais perto que o próprio ar que respiramos. Este é o segredo.

Não basta saber intelectualmente que Deus é a Vida eterna. Precisamos estar completo e extremamente conscientizados disso, como estava Jesus, quando declarou: Eu sou a vida eterna. Nesse estado de ser, ele não disse que Deus era a vida eterna, nem que Deus era o caminho, mas afirmou: Eu sou o caminho.

Em outras palavras: Tudo o que Deus é, Eu sou; tudo o que Deus tem, Eu tenho, porque Eu e o Pai somos um.

Compreende que para poder ajudar alguém não deve voltar as costas à sua própria consciência, à Consciência-Deus? Antes, pelo contrário, deve permitir que haja em si aquela paz e confiança que Jesus demonstrou ao vencer as tentações.

Sempre recorde essa história das tentações no deserto. Lembre-se que Jesus estava no cume do monte, mas com sua consciência divina. Lembre-se de que ele sabia que sua própria consciência era a fonte de todo bem.

Cada um de nós, uma ou outra vez, será solicitado a ajudar alguém. Alguns serão chamados para ajudar a muitos. Para isso, nenhuma lição será de maior valor que esta que estou dando agora. Começe hoje, neste momento: Lembrese de que o que atua em benefício da sua família, dos seus negócios, de seu lar, do seu corpo, é a sua consciência, e não um deus distante. É a sua própria consciência individual, quando em silêncio e paz.

Tudo o que tem ou terá de fazer quando for chamado, será conseguir esse estado de paz.

Não se preocupes em aprender grandes verdades. Provavelmente não existe verdades maiores do que as que já conhece.

Há, porém, uma coisa que deve conseguir pela prática da meditação: um estado de paz interior ligado à compreensão de que o Cristo que cura é a sua própria consciência.

Quando houver em si aquela mente que havia em Cristo Jesus, e que é o que cura, você saberá. Estará então nesse estado de paz que resulta da compreensão espiritual de que o erro não é poder, porque não é real. E não o combaterá, não lutará com ele, não procurará algemá-lo, nem passará a noite sentado, de vigília, para ter a certeza de que ele não te vencerá. O que deve fazer é procurar aprender como encontrar a tua paz.

Quando andar pelo mundo com essa sensação de paz – com essa paz que só se pode experimentar quando se compreende que Deus É Tudo e que o erro não é -, quando sentir essa sensação de paz, será porque já terás atingido a Consciência Crística, que é a sua consciência individual, quando já não teme não odeia nem ama o erro, qualquer que seja seu nome ou natureza.

Não temos feito os trabalhos de cura que deveríamos fazer, e em quase todos os casos a razão é sempre a mesma. É a nossa curiosidade em saber quando a mente de Deus fará alguma coisa em benefício do paciente, ou quando o Amor divino começará o trabalho, ou quando entraremos em contato com o Amor divino, o Espírito que cura.

Deste modo, não podemos e nunca faremos o trabalho que deveríamos, porque, no caso, a curiosidade implica em negar a verdade de que a Mente de Deus é a nossa mente individual, de que o Espírito é o nosso espírito individual, e o Amor divino é o amor de que estamos impregnados como consciência individual. E só alcançamos o nível de consciência que faz o trabalho de cura quando nossa mente está em paz.

Se alguém lhe pedir ajuda, estará no dever de entrar no estado de paz que excede todo o entendimento humano, e então, este estado de paz será para toda crença errônea o mesmo que foi a ordem de Jesus para aquela tempestade no lago Tiberíades.

O praticante de cura espiritual precisa viver, mover-se e ter seu ser nesse estado de paz que produz a cura, nesse estado de harmonia, bem-estar e confiança, nesse estado de transparência espiritual.

Nesse estado de transparência, tua consciência individual (e a minha) é Deus! E Deus, a verdadeira consciência do indivíduo, é o que cura.

 
Joel S. Goldsmith
http://busca-espiritual.blogspot.com 
 

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