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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

... Outro. Outro. Outro. Outro!
 
 
Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio…
Estou perdido… Sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.

Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.

Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim caio… É um hábito.
Meus olhos se abrem.
Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.

Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.
 
Ando por outra rua.



Texto extraído de "O Livro Tibetano do Viver e do Morrer", de Sogyal Rinpoche http://www.poesiaspoemaseversos.com.br


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