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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O PENSAMENTO 
COMO SERVIDOR DE CONFIANÇA


O homem comum passa irresponsavelmente de um pensamento para outro e permite que sua mente trabalhe à vontade. No entanto, os pensamentos são uma responsabilidade do homem e, por sua vez, irão reagir, como estão reagindo, sobre o conjunto da sua vida material. A conveniência de eliminar os pensamentos indesejáveis e incentivar os mais elevados é algo que o homem apenas entreve. 
 
Poderia parecer fantástico e artificial asseverar a existência de uma ligação entre aquilo que um homem pensa e aquilo que lhe acontece no mundo material, entre a sua condição mental e o seu bem-estar material, mas aqueles que praticaram os métodos aqui propostos durante um certo número de anos e observaram os resultados nas suas vidas saberão que não se trata de uma fantasia, mas sim da verdade, e que a vida externa de um homem é em grande parte reflexo do seu mundo mental. Infelizmente, a nossa era se saturou a tal ponto de pontos de vista materialistas sobre avida que perdeu em grande parte a recordação e a crença nos mais sutis poderes mentais do homem. Tal perda, contudo, não pode e não altera o fato básico da nossa existência. Enquanto preferirmos continuar na ignorância espiritual, teremos de seguir tateando com a venda do materialismo a nos tapara visão. O resultado é muito sofrimento desnecessário e uma total incapacidade para perscrutar os desígnios mais profundos da Natureza e o destino da nossa raça.

Dominar os nossos pensamentos e sentimentos esparsos é restabelecer a soberania perdida. O homem tem de ser o senhor absoluto da região de sua mente, se pretender enquadrar-se perfeitamente na evolução que a Natureza colocou diante dele. Ele poderá considerar a tarefa como desprezível, mas o prejuízo será só seu, pois a incapacidade de controlar o pensamento leva às mais misteriosas ramificações e aos mais variados sofrimentos. Pois é um truísmo que muitos acontecimentos e decisões nas nossas vidas sofrem grande influência do nosso modo habitual de pensar. Portanto, mudar esse modo de pensar é mudar até certo ponto as circunstâncias e o ambiente da nossa vida, bem como adquirir autoconfiança e bem-estar íntimo. Ademais, precisamos realizar o milagre interior da conquista da mente, antes de podermos realizar qualquer milagre externo. Nenhuma prática pode, por isso, ser mais importante do que o controle do pensamento. E nesta era da praticidade, em que as pessoas estão sempre à procura de resultados tangíveis e não de teorias intangíveis, é sem dúvida um argumento muito forte dizer ao mundo: “Faça isto! Adote estes exercícios e dentro de algum tempo você verá a corrente da sua vida fluindo através de canais mais suaves, através de estradas mais ensolaradas e cenários mais agradáveis.”

Por estas, senão por outras razões, devemos dispensar a mais cuidadosa atenção à vida do pensamento. Existem outras e mais elevadas razões pelas quais precisamos renovar a mente, pois através da mente poderemos penetrar nos mistérios do reino do céu, descobriremos por nós mesmos se a alma existe e como se parece ela. É um princípio fundamental que a certeza da nossa existência espiritual jamais pode vir de provas objetivas, mas apenas de uma tentativa intelectual ou emocional. Através de uma mente convenientemente dirigida o eu íntimo se abre para nós e nós lhe atravessamos o velado santuário rumo a um estado mais divino. Essa orientação, que recebe o nome de “quietude mental”, “meditação”, “ioga” e “misticismo”, remodela a mente e obriga o pensamento a servir o homem, ao invés de tiranizá-lo.


Paul Brunton - A Busca do Eu Superior
http://pensarcompulsivo.blogspot.com

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