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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

FERNÃO CAPELO GAIVOTA


Trechos do livro Fernão Capelo Gaivota,
de  Richard Bach


Na superfície do azul brilhante do céu, tentando a todo custo manter as asas numa dolorosa curva, Fernão Capelo Gaivota levanta o bico a trinta metros de altura. E voa. 
 
Voar é muito importante, tão ou mais importante que viver, que comer, pelo menos para Fernão, uma gaivota que pensa e sente o sabor do infinito.
 
Em verdade é raro pensar diferentemente do resto do bando, passar dias inteiros só voando, só aprendendo a voar, longe do comum dos mortais, estes que se contentam com o que são, na pobreza das limitações.
 
Para Fernão é diferente, evoluir é necessário, a vida é o desconhecido e o desconhecível. Afinal, uma gaivota que se preza tem de viver o brilho das estrelas, analisar de perto o paraíso, respirar ares mais leves e mais afáveis.
 
Viver é conquistar, não limitar o ilimitável.
 
Sempre haverá o que aprender. Sempre.
 
Olhar de frente, alcançar a perfeição, gostar muito, muitíssimo, do que se faz, eis o segredo de Fernão Capelo Gaivota.
 
Só porque existem gaivotas que não pensam com os mesmos pensamentos, que não raciocinam com o mesmo raciocínio, não é problema para Fernão.
 
Mesmo sendo apenas um entre um milhão, mesmo tendo de percorrer um caminho quase infinito, Fernão sabe, por intuito, que na vida há algo mais do que comer, ter posição importante, ser amado ou criticado: viver é lutar.
 
Uma, cem, mil vidas, dez mil! Até chegar à perfeição, é vitória da eterna aprendizagem, porque nenhum número é limite.
 
A ninguém é permitido deixar de aprender, e  nada além da vontade  e do amor haverá significação sincera.
 
Passa o tempo, passam os lugares, passam ou não passam os semelhantes, Fernão Capelo vai em frente, voa, aprende, treina, paira sobre o comum do comum viver.
 
O destino é o infinito, o caminho é nas alturas! Tudo espontâneo, natural, pois quem se ilumina cumpre a missão da luz, que vale para si e para todas as criaturas.
 
A grande maravilha do amor é o seu profundo contágio. O que vale para Fernão valerá para todas as gaivotas. O sentimento é o santuário e a sua paz reflete e flui incessante.
 
A fé testemunhada no esforço evolutivo é cheia de dádivas de amor. Ela aclara e edifica e melhorando-se, melhora aqueles que percebem a trajetória.
 
Quanto mais Fernão treinava os seus exercícios de bondade, quanto mais trabalhava para compreender a natureza do amor, mais desejava regressar para a terra, estar entre os seus, ser rodeado pelo seu bando, por aqueles que não veem nem a ponta das próprias asas!
 
O que vale é mostrar-lhes o paraíso! Um depois do outro, muitos, todos, um dia chegarão a voar. Todos voarão porque voar é muito bom.
 
Francisco Coutinho Gaivota, Martinho Gaivota, velhos hoje, novos amanhã, não importa, o que vale é caminhar para o infinito, iluminar-se com a luz que ilumina a própria luz! 
 
 
Mensagem recebida por e-mail


 

"... nenhum número é um limite e a perfeição não tem limites"! Enquanto nos limitarmos às condições do mundo estaremos como a maioria do conjunto de gaivotas, presa às regras impostas pelo grupo. Eis que aqui estamos para fazer o impossível, pois o possível qualquer pessoa comum faz!

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