TUDO MENTIRAS E ABSURDOS

"A história é um conjunto de mentiras
sobre as quais se chegou a um acordo".
(Napoleão Bonaparte)

Perceba que a verdade não é uma mercadoria desejada pelas pessoas.

Suas necessidades são por mais magia, ilusões e sonhos em suas vidas.

A mente comum está constantemente procurando por novos sonhos e sensações.

No momento em que uma pessoa se torna interessada pela verdade, ela não é mais parte da massa – ela se torna um indivíduo.

Mas a busca é árdua e ela necessita coragem, inteligência e  consciência.

De acordo com Gautama Buda não pode haver pecado, pois não há objetivo na vida. O objetivo não existe, ele é imaginário, é sua criação.

Você cria o objetivo e então divide a humanidade em santos e pecadores.

Aqueles que estão se movendo em direção ao objetivo são virtuosos e aqueles que não estão se movendo em direção ao objetivo são pecadores.

Abandone o objetivo e os santos, os pecadores, as divisões, então o mais elevado e o mais baixo desaparecerão e não haverá céu ou inferno.

Perceba a importância disso!

A ideia do objetivo cria o céu e o inferno.

Assim são criados os santos e os pecadores; são criados o medo de perder e o ego de atingir o objetivo.

Você criou toda a confusão, toda neurose da mente.

O objetivo significa futuro; portanto você começará a ficar mais interessado no futuro e esquecer do presente.

O objetivo cria tensão, angústia, medo – “vou conseguir ou não?” -, cria competição, inveja, conflito e hierarquia.

O entendimento de Buda é completamente diferente. Ele diz: “A vida é seu próprio sentido”.

Você não precisa criar qualquer outro sentido, e todos os sentidos criados se tornarão apenas fontes de ansiedade.

A rosa que desabrocha no jardim não está desabrochando por algo mais.

O rio que flui para o oceano não está fluindo por algo mais – o fluxo é a alegria, o florescimento é a celebração.

Tente perceber. Nesse entendimento, Adão nunca deixou o Jardim do Éden e ainda está vivendo lá, mas ele se tornou orientado pelo objetivo e não pode perceber isso.

Quando você fica muito orientado pelo futuro, começa a se esquecer do presente, o qual é a única realidade.

Os pássaros cantando, este momento!... Este aqui e agora... É esquecido quando você começa a pensar em termos de alcançar algo.

Quando surge a mente conquistadora, você perde o contato com o paraíso em que está.

O pecador está se sentindo culpado e como você pode desfrutar a vida se está continuamente se sentindo culpado, se  está constantemente indo a igreja para confessar que fez isso e aquilo de errado? E errado, errado e errado... Toda a sua vida parece ser feita de pecados.

E a pessoa que acha que é santa também não pode viver e se deleitar.

O santo precisa ser sério, completamente sério e ter uma face triste.

Ele não pode dançar, pois a dança pode distraí-lo. Ele não pode segurar a mão de alguém, pois pode se apaixonar e surgir o apego.

Ele não pode olhar para uma bela mulher ou homem – quem sabe, em algum lugar oculto, nas camadas mais profundas do inconsciente pode haver um desejo, uma sensualidade.

O santo não pode relaxar, pois se o fizer seus desejos reprimidos começarão a emergir. Um santo não pode relaxar e se não pode relaxar como pode desfrutar, celebrar e ser grato?

O pecador perde devido a culpa e o santo perde devido ao ego, o ego respeitoso.

Então perceba: objetivos são criadores de infelicidade.

E se não há como se perder, como pecar, como se tornar um santo, a chamada religião desaparece, a igreja se torna sem sentido, os dogmas e os rituais perdem a importância.

Então a vida se torna religião e não há outra religião além dela, que não seja ela.

A vida se torna a única escritura e se torna tudo que existe.

Viva e saiba, viva e sinta, viva e seja.

Osho

"Uma verdade dita com má intenção bate todas as mentiras que se possa inventar".
(Willian Blake)