A PURIFICAÇÃO QUE O SOFRIMENTO REALIZA EM NÓS
O sofrimento físico costuma ser o mais temido pela maioria das pessoas. Quando é agudo ou prolongado, em geral é consequência da nossa recusa em atender o chamado espiritual em tantas oportunidades que tivemos de reconhecê-lo.
Nossa atitude diante do sofrimento determina muito do que sucederá. Quando é compreendido e aceito e quando modificamos na própria vida as atitudes que a enfermidade está indicando como causa de desequilíbrio, as células aprendem a conviver com a dor. Adquirimos, então, certa imunidade a ela. Isso aconteceu com alguém que conhecemos. Era uma pessoa que tinha uma doença no cérebro que lhe provocava muitas dores. Desenvolveu grande compreensão pela doença, transformou seu modo de vida e, antes de partir deste mundo, enviou-nos a mensagem de que havia aprendido a conviver com a dor.
Mesmo se a dor chega ao limite do suportável, ameniza-se quando é aceita, e pode-se então experimentar uma paz inédita. Foi isso que ocorreu com outra pessoa que conhecemos. Devido a um câncer no abdômen, tinha dores pungentes. Relatou-nos que, a certa altura, elas desapareceram, e foi como se o seu ego houvesse desaparecido também. Tomou consciência de si em outro plano de existência. Seus sentidos internos se abriram, e aí percebeu ter atingido o que as pessoas buscam sem jamais encontrar: uma paz além de toda compreensão. Foi uma experiência, segundo ela, inesquecível.
Essas vivências são de pessoas comuns, que nada têm de especiais. São testemunhos de gente como nós, não de santos ou de yogis de elevada evolução, que podem estar preparados para ter controle até sobre a dor.
Mas há ainda outro grau de experiência com o sofrimento físico, vivida pelos que estão identificados com a evolução geral, do universo: por meio da dor, suas células desabrocham, reconhecem a própria luz interna e unem-se a ela. É como se cada célula do corpo entrasse em êxtase, trazendo a essas pessoas uma profunda vivência mística, em que o espírito se revela na sua contraparte, as matérias física, emocional e mental.
Pelo sofrimento, o homem deixa para trás o que não tem mais valia para ele. Porém, à medida que sua consciência se expande, já não se polariza em seus próprios problemas. Pode, então, ajudar na transformação dos sofrimentos dos demais. Vai assumindo parte do sofrimento da humanidade, pois agora sabe que todos são corresponsáveis por ele.
Sendo a humanidade una, o que alguns fazem se reflete em todos os demais, e enquanto houver agressividade o sofrimento do mundo será notável. Nessas circunstâncias, certas almas evoluídas ofertam-se para aliviar o sofrimento coletivo, mesmo não sendo diretamente responsáveis por ele. São almas de compaixão. Encarnam e sofrem não por desequilíbrios que geraram, mas para ajudar a humanidade a dissolver seus débitos com o Universo.
Estar diante do sofrimento de forma positiva é viver com consciência o que ele nos traz. Para isso, é necessário renunciarmos a conceitos, expectativas e hábitos. Com essa simplificação ficamos aptos a nos aproximar efetivamente da cura.
Sem rejeitarmos o sofrimento, mas aceitando-o inteligentemente e seguindo o que nos indica, permitimos a remoção do que impede a energia interna de expressar-se. Essa atitude pode ser fortalecida quando agradecemos pela purificação que o sofrimento realiza em nós, quando sabemos reconhecer o que a vida com sabedoria nos oferece.
DIA APÓS DIA, MORRO!
“Dia após dia, morro” - 1 Coríntios, 15:31
Joel Goldsmith
http://suprimentoinvisivel.blogspot.com
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