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domingo, 2 de janeiro de 2022

 NOS TEMPOS ATUAIS É PRECISO VENCER 
NOSSA PRÓPRIA ARIDEZ INTERIOR

A Natureza nos mostra que é possível...
 sigamos, pois, o propósito de vencer a aridez interior.


A humanidade precisa ser ajudada a liberar-se da vida comum. Do ponto de vista espiritual, a vida comum é considerada um deserto.

Por obedecer a padrões estabelecidos pelo estado de consciência da maioria, é uma vida que se caracteriza pela inércia, pela tendência ao acomodamento, pela busca de conforto e de bens materiais, pelo desejo e pela satisfação de vários tipos de apetite.

Esse deserto, que é a vida de muitos, procura perpetuar estruturas decadentes, desatualizadas. As sensações, sobretudo o prazer, ajudam a manter a consciência aprisionada a esse estado. É uma vida em que as aparências determinam as opções, e não o que está no interior das pessoas, das coisas, dos acontecimentos. Podemos ver esse deserto espelhado nos noticiários diários. Eles ficam na superfície dos fatos, não mostram as causas.

E esse deserto, essa vida comum, ilude as pessoas, promete-lhes felicidade e bem-estar com base em coisas materiais, em gostos pessoais. E isso tudo é muito mutável, muito fugaz. Quando as pessoas conseguem uma coisa, já querem outra, pois não conhecem sua verdadeira necessidade. Assim, essa vida comum é causa contínua de sofrimentos.

Quando um indivíduo resolve assumir postura diferente, seguir outra direção, elevar-se, as forças que compõem as estruturas da vida comum tentam dissuadi-lo de sua decisão. As estruturas às quais ele se dedicou tentam retê-lo. Ficam sempre lembrando-lhe o passado, e este costuma exercer, em muitos, grande influência. É conhecida a história bíblica da mulher que se transformou em estátua de sal; ao olhar para trás, cristalizou-se.

Importante saber que vamos nos libertando desse deserto quando praticamos o desapego. Não importa a que estejamos apegados, procuramos soltar aquilo, libertar-nos e tornar-nos independentes do que nos prende. Que aquilo prossiga, se tiver de prosseguir, mas nós nos desligamos de tudo o que nos detém. Encontramos forças para isso quando buscamos uma meta superior, mesmo que não saibamos exatamente qual é. É por essa meta superior que devemos deixar-nos atrair.

Para sair desse deserto, seria um engano esperar ajuda do que é instituído. O que é instituído alimenta-se da vida comum, e é instrumento do deserto. Teríamos de ser uma voz diferente em meio a tudo isso.

Existe um ensinamento, que encontramos na série de livros do Agni Yoga (Fundação Cultural Avatar), que se refere a um tesouro destinado a todos. Na mentalidade comum, crê-se que esse tesouro é dinheiro, que são bens materiais que se tem de perseguir. Mas o Agni Yoga nos diz que esse tesouro é o que há de mais próximo de nós. No deserto da mentalidade comum não se mantém a intenção de ouvir o ensinamento, de encontrar o tesouro. São poucos os que perseveram e que o têm como o mais importante valor em sua vida.

A humanidade precisa de forte impulso para sair da vida comum. E como ajudá-la a fazer isso, como ser voz no deserto?

Todo dia encontramos coisas fora do lugar, em desarmonia. Devemos, incansavelmente, colocá-las em ordem. E se as virmos de novo fora do lugar, voltar a ordená-las. Isso é ser voz no deserto: incansavelmente fazer o que é preciso.

Para a travessia do deserto precisamos contar com a fé. Com paciência, deixamos que se consolide em nós. A fé transforma a aridez.

 
José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br
 

"VAZIO INTERIOR" E "ARIDEZ ESPIRITUAL"  

Por “fé” entendemos uma confiança amorosa acerca de realidades que não se podem ver, nem verificar cientificamente (Deus, a vida eterna, a presença de Cristo na Eucaristia). Num mundo que supervaloriza a ciência, é inevitável que toda pessoa que tenha fé passe por momentos ou períodos de “crise de fé”, afirma o Jesuíta Luiz González-Quevedo do Centro de Espiritualidade Inaciana.

O caminho de crescimento espiritual de pessoas como João da Cruz, Thomas Merton, Teresa de Ávila, Teresa de Lisieux e Inácio de Loyola também é marcado por crises de fé. Santa Teresinha escreveu: “Não sinto o gozo da fé, mas me esforço por praticar as obras da fé”. Como entender o vigor de Madre Teresa no seu testemunho de bondade, em meio a uma crise de fé e experiência de solidão? Orar, quando encontramos gosto, alegria e paz é fácil. Mas orar, quando não se encontra nisso o menor gosto, quando o coração está seco e a mente é assaltada por pensamentos contrários à própria fé, é muito mais difícil e meritório.

Não há duvida de que uma das possíveis causas do ateísmo, do agnosticismo ou da indiferença religiosa seja o escândalo da injustiça social, precisamente nas sociedades onde a religião está mais estendida. Todos os místicos coincidem em dizer que a experiência de Deus é inefável, tanto nos seus aspectos positivos (consolação, paz que supera todo sentido, sumo saber), quanto nos seus aspectos negativos (desolação, noite escura, deserto, saudade de Deus). Quem está em crise de fé está vivo e tem fé! Quem sofre com o “silêncio de Deus” é porque acredita Nele, tem saudade Dele, porque o ama e busca Sua Palavra.

http://semeandorccpdf.blogspot.com 

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