AOS QUE NÃO TEM TEMPO
Caminhar É Mais Fácil Com Pouca Bagagem
Em meio às pressões da vida diária, podemos sentir que “não temos tempo” para o estudo e a meditação sobre os temas sagrados.
Quando
tal coisa ocorre, este é um sinal seguro de que devemos rever as
nossas prioridades, para não perdermos um tempo indevido com coisas de
pouca importância real. Não somos imortais, e gastar tempo em excesso
com temas passageiros é agir como se pensássemos que vamos viver
trezentos anos.
Um velho livro de orações judaico ensina:
“Hillel
disse: ‘Quem exalta seu próprio nome, perde seu nome; quem não aumenta
seu conhecimento, faz com que seu conhecimento diminua; quem não busca
adquirir sabedoria, desperdiça sua vida; e quem faz uso desprezível do
conhecimento está jogando fora os seus poderes.’ Hillel também
costumava dizer: ‘Se eu não ajo pelo meu bem, quem agirá pelo meu bem?
No entanto, se eu ajo apenas pelo meu próprio bem, o que sou eu? E se
não agir agora, quando?’ ” [1]
E ainda:
“… E não diga ‘quando eu tiver tempo livre irei estudar’; você pode nunca ter tempo livre.” [2]
Devemos
tomar iniciativas práticas no sentido de abrir espaço na vida diária
para a busca da sabedoria. O livro de orações cita estas palavras do
rabino Tarphon:
“O dia é curto, o trabalho é muito, os trabalhadores são lentos, e o Mestre tem urgência.” [3]
Não
há como usar bem o tempo, se não soubermos que ele é um bem precioso,
ou se não eliminarmos as prioridades de terceira e quarta importância
em nossa agenda pessoal. Este é o primeiro passo.
O
filósofo romano Lúcio Sêneca escreveu que a vida não é curta, mas pode
parecer que ela não é suficientemente longa, se perdermos tempo
demasiado com assuntos pequenos. De fato, o segredo de uma boa e longa
caminhada é não levar muita bagagem nas mãos, mas ater-se ao
fundamental.
Carlos Cardoso Aveline
NOTAS:
[2] “Union Prayer Book for Jewish Worship”, obra citada, p. 168.
[3] Obra citada, p. 169.
https://www.filosofiaesoterica.com
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