CELEBRA O TEU NATAL–DE DENTRO!
Foi um verdadeiro Natal – ou apenas um pseudo-Natal?
Foi um Natal – ou foi o teu Natal?
Foi como um fogo pintado na tela – ou foi um fogo real, cheio de força, luz e calor?
Natal sem natalidade não passa de ilusão e mentira…
Que quer dizer Natal onde não haja nascimento do Cristo?
Nasceu ele, é verdade, há 2000 anos, na gruta de Belém – mas não nasceu na gruta de teu coração.
Foi reclinado na singela manjedoura de palha – mas podes tu
dizer em verdade: já não sou eu que vivo, o Cristo é que vive em mim?
Ainda que mil vezes nasça Jesus em Belém – se não nascer em ti, perdido estás…
A árvore de Natal que costumas armar em tua casa é bem o
símbolo inconsciente do teu pseudo-Natal interior: árvore sem raízes,
morta ou moribunda, ostentando lindos enfeites de papel sem vida,
frutinhas ocas de celulóide inerte – não é isto que é a tua vida
espiritual?
Quanto tempo pretendes ainda “brincar de Natal” – sem
celebrar um verdadeiro Natal, um dia natalício do Cristo em ti?
Por que toda essa camuflagem e insinceridade diante de ti mesmo?
Por que não retificas, enfim, todas as tortuosidades da tua vida?
Por que não pões ponto final a toda essa política e
diplomacia curvilínea do teu egoísmo e inicias, finalmente, uma vida
retilínea de absoluta verdade, honestidade e amor universal?
Quando permitirás que nasça em ti o Redentor – ele, o Caminho, a Verdade e a Vida?
Não imaginas, meu amigo, o que viria a ser para ti esse
Natal externo do ano litúrgico, se, de fato, celebrasses o Natal de tua
alma.
Não imaginas o que de te diriam a gruta, a manjedoura, os
anjos do céu e os pastores da terra, se em ti acontecesse o glorioso
simbolizado de que esses fatos históricos são o símbolo longínquo e
vago.
Não imaginas em que nova luz de compreensão te apareceria o
Cristo do Evangelho se dentro de ti nascesse o Cristo da tua experiência
intima, do teu encontro pessoal com Deus.
Se o Cristo fosse para ti, não apenas um artigo de fé
aridamente crido – mas uma estupenda realidade intensamente vivida.
Se o Cristo vivesse em ti e tu vivesses no Cristo, ou antes,
se fosses vivido pelo Cristo – que vida abundante seria a tua…
Não caberias em ti de tão feliz – e a tua exuberante
felicidade em Cristo transbordaria em amor e benevolência para com todos
os irmãos de Cristo em derredor…
A própria natureza inconsciente receberia um reflexo desse
transbordamento de amor e felicidade – e, como Francisco de Assis, ébrio
de Deus, contarias e cantarias as glórias divinas às pedras e às
plantas, às aves e aos peixes, ao sol, à lua e às estrelas…
Convidarias até à “irmã Morte” para entoar louvores ao Pai celeste.
Se tivesses celebrado o teu Natal de dentro, se o Cristo
tivesse nascido em ti e em ti vivesse, seria a tua vida uma gloriosa
ressurreição – e os anjos da Páscoa confundiriam as suas vozes com os
anjos de Belém, cantando hosanas e aleluias, glória a Deus nas alturas e
paz na terra aos homens, em todos os caminhos da sua existência – mesmo
por entre as sombras da morte.
Celebra o teu verdadeiro Natal, meu amigo – e saberás o que o
Cristo significa para ti e para todos os que o recebem e vivem nele…
“Renascidos pelo espírito”…
“Feitos novas creaturas em Cristo”…
Huberto Rohden, do livro Imperativos da Vida
https://ihgomes.wordpress.com
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