MOMENTOS COM KRISHNAMURTI
Observando a mim mesmo, vejo que sou ciumento, ansioso ou invejoso; percebo esse fato. Ora, preciso “viver com ele”, com esse fato, porque é só quando vivo intimamente com uma coisa que começo a compreendê-la. […] percebo que, tão logo me acostumo com o fato, deixo de viver com ele.
Não posso viver no presente, se o presente está sombreado pelo passado. Para compreender isso, a mente deve ser capaz de olhar, e só pode olhar quando não há condenação, identificação, julgamento; olhar — assim como se olha uma árvore, uma nuvem — simplesmente.
Nós nunca olhamos aquilo que é — nunca olhamos a árvore tal qual é, as sombras, a densidade da folhagem tal como é, totalmente — nunca olhamos a sua beleza. Isso acontece porque temos conceitos sobre a beleza e temos fórmulas de como devemos olhar a árvore, ou porque desejamos identificar-nos com ela. Temos primeiramente uma ideia sobre a árvore e depois é que a vemos.
O indivíduo é parte integrante da sociedade que ele próprio criou, sua estrutura psicológica é essencialmente a dessa sociedade. Compreender os problemas de cada um de nós é compreender os problemas das relações dentro da sociedade.
Estamos sempre a projetar nossas opiniões e ideias, nossos preconceitos, nosso fundo, nossas inclinações, nossos impulsos; quando esse fundo predomina, dificilmente escutamos o que se diz. Nesse estado nenhum valor existe. Só se pode escutar e, por conseguinte, aprender, quando nos achamos num estado de atenção, num estado de silêncio em que todo aquele fundo está em suspenso, quieto; então, parece-me, há possibilidade de comunicação.
Como pode o homem viver sem amor? Só pode existir; e a existência sem amor significa controle, confusão e sofrimento — e é isso o que a maioria de nós está criando.
Quando o coração está vazio, tornam-se então muito importantes os tipos; dividimos então os seres humanos em classes, cores, raças. Mas quando amamos, há alguma diferença?
A maioria de nós foge ao sofrimento por meio dos inúmeros artifícios engenhosos da mente. O sofrimento só pode ser compreendido quando estamos frente a frente com ele, e não quando buscamos incessantemente fugir-lhe… Só quando o homem estiver livre das suas fugas, dissolverá a causa do sofrimento.
Para se achar a verdade, não se necessita de guru, nem de livro algum; para termos a mente lúcida, devemos examinar a fundo cada questão, cada movimento de pensamento, cada vibração de sentimento.
A vida não tem fórmulas. São os intelectuais que tem uma fórmula, para impor à vida .
Para o homem que vive numa batalha constante consigo mesmo e com seu próximo, nunca haverá possibilidade de regeneração — ele só pode ir de reação em reação. Só pode vir a regeneração quando estamos livres de toda reação, e essa liberdade só pode nascer do autoconhecimento.
Para se realizar uma transformação revolucionária na estrutura da sociedade, deve cada indivíduo compreender-se a si mesmo como um “processo” total, e não como uma entidade separada, isolada.
Quando damos um nome a algo, podemos classificá-lo em categorias, nada mais. Acreditamos que entendemos tudo e não procuramos analisar profundamente. Mas se não lhe dermos um nome, seremos obrigados a olhar com atenção, ou seja, olharemos uma flor ou qualquer outra coisa, com uma sensação de novidade, com outra perspectiva: olhamos como se nunca a tivéssemos visto antes.
A vida é um mistério extraordinário; não é o mistério que existe nos livros e nem mesmo o mistério do qual as pessoas falam, mas um mistério que cada um descobre por si mesmo. Por isso, é muito importante entender o pequeno, o limitado, o cotidiano e ir muito além disso tudo.
„Mas há aqueles que
matam: matam por desporto, por divertimento, matam para obter lucro –
por exemplo, a indústria da carne. São os mesmos que destroem a Terra,
espalham gases venenosos, poluem o ar, as águas, e poluem-se uns aos
outros. É o que estamos a fazer à Terra e a nós próprios. Viver sem
causar sofrimento ou morte a outros significa não matar um ser humano
nem qualquer animal, por desporto ou para sustento.“
Referência: https://citacoes.in/autores/jiddu-krishnamurti/
Referência: https://citacoes.in/autores/jiddu-krishnamurti/
Através do autoconhecimento você começa a descobrir o que é Deus, o que é a verdade, o que é aquele estado que é eterno. Você nunca o encontrará se você procurá-lo. Você nunca o encontrará se você o perseguir. Você nunca o encontrará se a sua intenção ao ver a beleza da terra, ao ver a luz refletida na água, ao ver a linha perfeita de uma montanha, se você espera, vendo essas coisas, encontrá-lo. Você nunca encontrará porque não se pode encontrá-lo através de qualquer coisa, através do seu sacrifício, através da sua devoção, através da sua meditação, através da sua virtude. Você nunca chegará a ele porque a sua motivação está toda errada, porque você quer encontrá-lo, não no viver, mas algum outro lugar. Você precisa estabelecer primeiro um relacionamento correto com o homem, o que significa que precisa saber o que significa o amor, o que significa ser compassivo, o que significa ser generoso quando se tem bastante, o que significa compartilhar com outro o pouco que você tem, estabelecer essa maravilhosa ordem na vida, na vida cotidiana.
Então eu, meu, é confusão, não que eu perceba que sou confusão, que que me tenham dito que sou confusão, mas é um fato: eu, como ser humano, estou num estado de confusão. Certo? Qualquer ação que eu faça vai provocar mais confusão – certo? Compreende? Então estou num estado de total confusão, E toda a luta para dominá-la, suprimi-la, desapegar-me dela, tudo isso acabou – certo? Será que está? Veja como é difícil para nossas mentes serem precisas nisto, aprender disto, estar livres para ter ócio para aprender. Então o que acontece? Todos os movimentos de fuga chegaram ao fim – certo? Se não, não saia daí. Fique livre primeiro de todas as fugas, de todas as fugas simbólicas, verbais mas fique totalmente com o fato de você, como ser humano, num estado de confusão – certo? Então o que aconteceu? Somos dois amigos conversando sobre isso, não é um grupo de terapia, ou nada desse absurdo, ou análise psicológica. Não é isso. Duas pessoas conversando juntas, dizendo agora chegamos a esse ponto, logicamente, racionalmente, sem emoção, portanto sensatamente. Porque ser sensato é a coisa mais difícil. Então chegamos a esse ponto: que eu sou isso. O que aconteceu com a mente? Certo, podemos continuar daqui?
Texto recebido por email sem identificação da fonte
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