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quarta-feira, 24 de julho de 2019

MOMENTOS COM KRISHNAMURTI


Observando a mim mesmo, vejo que sou ciumento, ansioso ou invejoso; percebo esse fato. Ora, preciso “viver com ele”, com esse fato, porque é só quando vivo intimamente com uma coisa que começo a compreendê-la. […] percebo que, tão logo me acostumo com o fato, deixo de viver com ele.

Não posso viver no presente, se o presente está sombreado pelo passado. Para compreender isso, a mente deve ser capaz de olhar, e só pode olhar quando não há condenação, identificação, julgamento; olhar — assim como se olha uma árvore, uma nuvem — simplesmente.

Nós nunca olha­mos aquilo que é — nunca olhamos a árvore tal qual é, as sombras, a densidade da folhagem tal como é, total­mente — nunca olhamos a sua beleza. Isso acontece por­que temos conceitos sobre a beleza e temos fórmulas de como devemos olhar a árvore, ou porque desejamos iden­tificar-nos com ela. Temos primeiramente uma ideia so­bre a árvore e depois é que a vemos. 

O indivíduo é parte integrante da sociedade que ele próprio criou, sua estrutura psico­lógica é essencialmente a dessa sociedade. Compreender os problemas de cada um de nós é compreender os pro­blemas das relações dentro da sociedade. 

Estamos sempre a projetar nossas opiniões e ideias, nossos preconceitos, nosso fundo, nos­sas inclinações, nossos impulsos; quando esse fundo pre­domina, dificilmente escutamos o que se diz. Nesse esta­do nenhum valor existe. Só se pode escutar e, por con­seguinte, aprender, quando nos achamos num estado de atenção, num estado de silêncio em que todo aquele fun­do está em suspenso, quieto; então, parece-me, há possi­bilidade de comunicação. 

Como pode o homem viver sem amor? Só pode existir; e a existência sem amor significa controle, confusão e sofrimento — e é isso o que a maioria de nós está criando. 

Quando o coração está vazio, tornam-se então muito importantes os tipos; dividimos então os seres humanos em classes, cores, raças. Mas quando amamos, há alguma diferença? 

A maioria de nós foge ao sofrimento por meio dos inúmeros artifícios engenhosos da mente. O sofrimento só pode ser compreendido quando estamos frente a frente com ele, e não quando buscamos incessantemente fugir-lhe… Só quando o homem estiver livre das suas fugas, dissolverá a causa do sofrimento. 

Para se achar a verdade, não se necessita de guru, nem de livro algum; para termos a mente lúcida, devemos examinar a fundo cada questão, cada movimento de pensamento, cada vibração de sentimento.

A vida não tem fórmulas. São os intelectuais que tem uma fórmula, para impor à vida . 

Para o homem que vive numa batalha constante consigo mesmo e com seu próximo, nunca haverá possibilidade de regeneração — ele só pode ir de reação em reação. Só pode vir a regeneração quando estamos livres de toda reação, e essa liberdade só pode nascer do autoconhecimento. 

Para se realizar uma transformação revolucionária na estrutura da sociedade, deve cada indivíduo compreender-se a si mesmo como um “processo” total, e não como uma entidade separada, isolada.

Quando damos um nome a algo, podemos classificá-lo em categorias, nada mais. Acreditamos que entendemos tudo e não procuramos analisar profundamente. Mas se não lhe dermos um nome, seremos obrigados a olhar com atenção, ou seja, olharemos uma flor ou qualquer outra coisa, com uma sensação de novidade, com outra perspectiva: olhamos como se nunca a tivéssemos visto antes.

A vida é um mistério extraordinário; não é o mistério que existe nos livros e nem mesmo o mistério do qual as pessoas falam, mas um mistério que cada um descobre por si mesmo. Por isso, é muito importante entender o pequeno, o limitado, o cotidiano e ir muito além disso tudo.
„Mas há aqueles que matam: matam por desporto, por divertimento, matam para obter lucro – por exemplo, a indústria da carne. São os mesmos que destroem a Terra, espalham gases venenosos, poluem o ar, as águas, e poluem-se uns aos outros. É o que estamos a fazer à Terra e a nós próprios. Viver sem causar sofrimento ou morte a outros significa não matar um ser humano nem qualquer animal, por desporto ou para sustento.“

Referência: https://citacoes.in/autores/jiddu-krishnamurti/

Através do autoconhecimento você começa a descobrir o que é Deus, o que é a verdade, o que é aquele estado que é eterno. Você nunca o encontrará se você procurá-lo. Você nunca o encontrará se você o perseguir. Você nunca o encontrará se a sua intenção ao ver a beleza da terra, ao ver a luz refletida na água, ao ver a linha perfeita de uma montanha, se você espera, vendo essas coisas, encontrá-lo. Você nunca encontrará porque não se pode encontrá-lo através de qualquer coisa, através do seu sacrifício, através da sua devoção, através da sua meditação, através da sua virtude. Você nunca chegará a ele porque a sua motivação está toda errada, porque você quer encontrá-lo, não no viver, mas algum outro lugar. Você precisa estabelecer primeiro um relacionamento correto com o homem, o que significa que precisa saber o que significa o amor, o que significa ser compassivo, o que significa ser generoso quando se tem bastante, o que significa compartilhar com outro o pouco que você tem, estabelecer essa maravilhosa ordem na vida, na vida cotidiana.

Então eu, meu, é confusão, não que eu perceba que sou confusão, que que me tenham dito que sou confusão, mas é um fato: eu, como ser humano, estou num estado de confusão. Certo? Qualquer ação que eu faça vai provocar mais confusão – certo? Compreende? Então estou num estado de total confusão, E toda a luta para dominá-la, suprimi-la, desapegar-me dela, tudo isso acabou – certo? Será que está? Veja como é difícil para nossas mentes serem precisas nisto, aprender disto, estar livres para ter ócio para aprender. Então o que acontece? Todos os movimentos de fuga chegaram ao fim – certo? Se não, não saia daí. Fique livre primeiro de todas as fugas, de todas as fugas simbólicas, verbais mas fique totalmente com o fato de você, como ser humano, num estado de confusão – certo? Então o que aconteceu? Somos dois amigos conversando sobre isso, não é um grupo de terapia, ou nada desse absurdo, ou análise psicológica. Não é isso. Duas pessoas conversando juntas, dizendo agora chegamos a esse ponto, logicamente, racionalmente, sem emoção, portanto sensatamente. Porque ser sensato é a coisa mais difícil. Então chegamos a esse ponto: que eu sou isso. O que aconteceu com a mente? Certo, podemos continuar daqui?

Texto recebido por email sem identificação da fonte

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