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sexta-feira, 14 de julho de 2017

EVITE OS LADRÕES 
DA FELICIDADE
 
Última Parte
 
As pessoas temem as doenças degenerativas que afligem o corpo. Mas poucas buscam seriamente a cura quando contraem a apavorante moléstia psicológica do ciúme. Shakespeare chamava-a de “câncer que rói as raízes do amor”. Mas é pior que isso.
 
O ciúme epidêmico parece afetar a mente de todas as nacionalidades. Ele é a tuberculose matrimonial. Devora a vida feliz e saudável dos casais, acabando por destruí-la com hemorragias de suspeita. Brigas contínuas são como crises de bronquite que vão afetando os pulmões da felicidade.
 
O ciúme é também a tuberculose dos negócios. Quando ele invade essa esfera, os tecidos da cooperação e da unidade, que são a essência de uma empresa, começam lenta ou rapidamente a deteriorar-se. Toda organização política e religiosa deve precaver-se contra essa doença degenerativa. Defenda sua felicidade de tamanha devastação.

Se você é escravo dos sentidos, não pode ser feliz. Se é senhor dos desejos e apetites, poderá sê-lo verdadeiramente. Se come em excesso; se cobiça algo contrário à sua consciência; se age mal, atiçado pelos sentidos, contra a vontade do Eu Interior, então em definitivo nunca será feliz. Os escravos dos sentidos descobrem que seus maus hábitos os compelem a fazer coisas que acabam por prejudicá-los. Maus hábitos arraigados anulam a força de vontade toda vez que ela tenta tomar as rédeas e conduzir os pensamentos para o reino da ação correta. O remédio consiste em resgatar a força de vontade das garras dos sentidos.
 
Ceder aos maus hábitos é torná-los ainda mais fortes, enfraquecendo ao mesmo tempo o poder da vontade. Combata os maus hábitos da cólera, da censura, do ciúme, do medo, da inércia, da gula ou qualquer que seja a sua fraqueza, não permitindo que a tentação vença a sua força de vontade. Quando decidir fazer algo que sabe ser absolutamente correto, vá adiante a todo custo. Isso dará à sua vontade, guiada pela sabedoria, mais poder sobre os maus hábitos. Esqueça os fracassos materiais, a indiferença espiritual, a fraqueza mental e moral, as meditações incompletas do ano passado utilizando sua vontade de prosperar, exercitando o autocontrole e meditando profundamente até entrar em contato real com Deus.
 
Quase todas as almas são escravas dos sentidos, que se localizam na superfície do corpo. A atenção da alma é desviada do seu reino interior na medula, no olho espiritual e nos chakras para as regiões exteriores do corpo, onde a cobiça, a tentação e o apego mantêm suas fortalezas. O devoto que quer conduzir a Rainha Alma para longe das moradas de miséria dos sentidos descobre não poder fazer isso sem provocar um violento embate entre os soldados dos sentidos e os guerreiros divinos da Alma.

Se você não tem suficiente força de querer, procure aumentar sua força de não-querer. Quando estiver à mesa de jantar e a sra. Gula tentar convencê-lo a comer mais do que deve, anestesiar seu autocontrole e lançá-lo ao poço da indigestão – tome cuidado. Após ingerir a quantidade e a qualidade certas de alimento, diga a si mesmo: “Não quero comer mais”, levante-se da mesa e vá embora. Se alguém o chamar, dizendo: “João, volte e coma um pouco mais. Não vá perder a deliciosa torta de maçã”, responda apenas: “Não quero”.
 
Pensamentos de desonestidade, tentação e vingança são os soldados dos sentidos, provocadores de miséria. Desejam conquistar o reino da sua felicidade e trancafiar você no calabouço da infelicidade e da penúria. Quando os soldados dos maus pensamentos se juntarem para atacar sua paz interior, desperte os guerreiros espirituais da luz, honestidade e autocontrole – e trave uma batalha renhida.
 
Lembre-se: cabe a você decidir se quer que a cobiça, a sujeição, a cólera, o ódio, a vingança e as preocupações governem sua vida ou se deixará os guerreiros divinos do autocontrole, serenidade, amor, perdão, paz e harmonia defender seu reino mental. Expulse os hábitos sensuais rebeldes que trouxeram miséria ao império da sua paz. Seja seu próprio rei e deixe os paladinos do bem e dos bons hábitos tomar conta do reino de sua mente. Então a paz o governará para sempre.

Entregue a Deus tanto o bem quanto mal que você porventura pratique. Isso não significa, é claro, que você deva fazer conscientemente coisas ruins; mas, quando não puder evitar isso por causa de hábitos muito arraigados, procure sentir Deus agindo por seu intermédio. Transfira a Ele a responsabilidade! Deus gosta disso! Quer dar-lhe a saber que é Ele quem sonha a sua existência.
 
Se você se esforçar, Deus nunca o abandonará!



Paramhansa Yogananda, Como Ser Feliz o Tempo Todo
 
Fonte:http://universalismoesoterico.blogspot.com.br
 
 

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