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sexta-feira, 14 de julho de 2017

EVITE OS LADRÕES 
DA FELICIDADE
 
 Parte II

Não desperdice o seu tempo em pilhérias. Eu mesmo gosto de rir, mas controlo meu senso de humor. Quando estou sério, ninguém consegue me arrancar um sorriso sequer. Seja feliz e alegre no íntimo – grave, mas jovial. Para que gastar suas percepções espirituais com palavras vazias? Depois de encher o vaso da sua consciência com o leite da paz, mantenha-o assim: não lhe faça furos com brincadeiras e conversa fiada.

Não se exceda nas brincadeiras. Isso nada mais é que um estímulo falso. Não brota da alegria autêntica nem assegura felicidade verdadeira. Quando você brinca demais, sua mente fica irrequieta e leviana, incapaz de meditar.

Não transforme a desgraça em hábito crônico, pois não é nada divertido ser infeliz, ao passo que a felicidade constitui uma bênção para você e os outros. É fácil ostentar um riso luminoso e espalhar doçura com a voz; por que, então, ser mal-humorado e disseminar tristeza à sua volta? Nunca é tarde para aprender. Você tem a idade de seus pensamentos costumeiros e é tão jovem quanto se sente agora, a despeito dos anos decorridos.

Quando a Senhora Tristeza aparece, não lhe dê forças percebendo sua presença. Se você aceder em alimentá-la com o néctar de suas lágrimas, ela se instalará e logo ocupará todos os espaços da sua vida. Tão logo ela surgir, escarneça-a – isso a desmoralizará. Em seguida, golpeie-a no estômago. Use os punhos, os braços e os cotovelos da vontade para expulsá-la de vez do recinto da sua vida. Assim, alcançará uma vitória ao mesmo tempo física e metafísica sobre a tristeza.

Quem nasceu em situação desvantajosa deve resistir tenazmente à tentação da autopiedade. Lamentar a si próprio é diluir a capacidade interior de vencer. 
 
Sua felicidade individual depende, em larga medida, do êxito em proteger-se e à sua família das más consequências da bisbilhotice. Não veja o mal, não fale o mal, não ouça o mal, não pense o mal, não sinta o mal. Muitas pessoas podem tagarelar durante horas sobre a vida alheia, acabando por sucumbir à influência da fofoca, como se dá com a intoxicação passageira das bebidas alcoólicas. Não é estranho que alguém discorra longamente, alegremente, mordazmente sobre os defeitos dos outros e não possa ouvir a mínima referência aos seus próprios erros?
 
Da próxima vez que você sentir vontade de falar sobre as fraquezas morais e mentais de seus semelhantes, comece de imediato a enumerar em voz alta as suas próprias, por apenas cinco minutos – e veja o que acontece. Se não gosta de falar dos seus defeitos, se isso o magoa, mais magoado deveria sentir-se por dizer coisas injustas e danosas a respeito dos outros. Impeça-se, e aos membros de sua família, de falar mal ao próximo.
 
Alardeando a fraqueza de uma pessoa, você não a ajuda em nada. Ao contrário, irrita-a ou desencoraja-a, envergonhando-a talvez para sempre e fazendo-a desistir de melhorar. Quando roubamos a alguém o senso de dignidade, amesquinhando-o abertamente, mergulhamo-lo no desespero.
 
O homem caído tem plena consciência de sua debilidade. Criticando de forma destrutiva, você o empurra ainda mais para o desalento no qual ele já está submergindo. Em vez de papaguear a seu respeito, ampare-o com palavras ternas, estimulantes. Só quando se pede ajuda é que a assistência espiritual e moral deve ser oferecida. Aos filhos e ente queridos você pode, a qualquer tempo, dar sugestões amistosas e contidas, eliminando assim sua timidez e seus melindres.
 
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também” (Mateus, 7:1-2). Há muita sujeira a remover do seu próprio lar mental. Não se permita tagarelar sobre a sujeira da mente alheia, mas ocupe-se em combater as fraquezas da sua própria vida. Em silêncio, cure-se do desejo de criticar e, uma vez livre da condenação e da bisbilhotice, ensine os outros a serem melhores dando-lhes o bom exemplo de um coração dedicado.

Palavras ásperas proferidas num assomo de emoção lembram um incêndio que se alastra pela floresta da amizade queimando todas as ervas verdes do relacionamento cortês e dos pensamentos generosos.
 
Pessoas embriagadas de excitação e escravas da cólera são incendiárias emocionais que, ao menor desafio, acendem os fósforos das palavras raivosas e põem fogo à paz das almas.
 
Assim como os incêndios florestais causam prejuízos de milhões de dólares ao país, assim os incendiários emocionais, incinerando a felicidade de milhões de pessoas inteligentes, provocam danos incalculáveis ao pensamento criativo, desgastando enormemente as energias nervosas humanas.
 
Para ser delicada, a pessoa não precisa concordar com tudo. Quando discordar, você deve permanecer calmo e mostrar-se gentil. Ficar encolerizado e descontrolado é uma fraqueza humana, mas segurar as rédeas do temperamento e da fala é uma força divina. Não importa o que o provoque, controle-se. Com um silêncio calmo ou mesmo palavras autenticamente bondosas, mostre que sua delicadeza é mais forte que a irritação do interlocutor.
 
Se a indelicadeza ou o azedume estão lhe provocando indigestão, beba o remédio da doçura. Se resolver mudar, comece dizendo palavras sinceras e gentis àqueles com quem foi injustamente agressivo. Primeiro, seja cortês com os seus parentes imediatos; depois, conseguirá sê-lo normalmente com os outros. A felicidade tem seus alicerces no altar da compreensão e da polidez.
 
Palavras grosseiras matam impiedosamente antigas amizades e a harmonia dos lares. Tire-as para sempre dos lábios e torne sua vida familiar livre de tribulações. Palavras doces e sinceras são néctar para almas sedentas. Elas cabem em toda parte. Palavras doces geram felicidade nos amigos, inimigos, igrejas, escritórios, etc. As pessoas se sentem aliviadas quando uma pessoa rabugenta deixa o recinto, e contentes quando um amigo sincero e polido aparece.
 
 
Paramhansa Yogananda, Como Ser Feliz o Tempo Todo
Fonte:http://universalismoesoterico.blogspot.com.br
 

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