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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

SUPERAÇÃO


A superação que estou propondo é basicamente a antítese da regressão. Não é também a anestesia resultante de um desvaneio, nem um atraente canto de sereia. Dela não sou autor, nem mesmo autoridade. É a superação que Sri Krishina sugeriu a Arjuna, um homem em crise existencial, em angústia, disposto a recuar de seus deveres diante da dureza e tormento de ocasião. Ela está magistralmente ensinada no diálogo entre a Divindade (Krishna) e um de nós (Arjuna), num livro de sabedoria suprema chamado Bhagavad Gita. É a mesma que Buda ensinou em toda sua obra. É a mesma sabedoria e o mesmo método que o sábio Patanjali apresentou em seu Yoga Sutra, que há milênios falou do inconsciente (e do superconsciente), muito mais, infinitamente mais sábio, do que Freud conseguiu fazer. É o mesmo caminho que Sri Sankaracharya revelou na Vedanta Advaita. É a mensagem do Evangelho divinamente sintetizado no Sermão da Montanha. É a mesma verdade que se levanta dentro de nós quando em silêncio, humildados e em paz, ressoamos com o OM.

A verdadeira superação só se alcança pelo sacrifício e pela humildação, que predispõem a alma para a indispensável Graça de Deus. Mas, tais condições, por sua vez, dependem de uma coisa, que os gregos chamavam metanóia; João Batista chamava arrependimento; e os hindus, vairagya (sânscrito, que significa renúncia). Quando “o filho pródigo”, já estando arruinado, “comendo com os porcos”, castigado pela dor, constatou, em seu íntimo, a precariedade de todas as soluções humanas, a falsidade das sereias, a frustração da toxmagisex (busca em tóxicos, ou poderes mágicos, ou satisfação sexual), e optou pela “porta estreita”, por “aceitar a cruz”.

Não se sinta desestimulado, desanimado e amedrontado com o optar pela “cruz”. Cristo nos acalma e estimula dizendo: Vinde a mim todos os que estais fadigados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e assim, encontrarei conforto para as vossas almas, pois meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11:30). Se a superação dos Mestres, que tenho proposto , fosse desagradável, dolorosa, repressiva, férrea, impiedosa, masoquista... não teria ajudado milhares de pessoas em seus tormentos existenciais, não teria evitado suicídios, internações, desesperos e lágrimas; não teria ajudado tantos a renovarem suas vidas e a vencerem suas penas.


 
Prof. Hermógenes
http://yogahermogenes.blogspot.com.br


Como na imagem acima: a luz está acima das nuvens e da escuridão das cavernas, porém para enxergá-la é preciso abandonar a bagagem desnecessária, pois a subida é íngreme. Como disse Hermógenes: "A verdadeira superação só se alcança pelo sacrifício e pela humildação, que predispõem a alma para a indispensável Graça de Deus".

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