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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A ÁRVORE DA VIDA


Os alquimistas medievais e os Rosa-Cruzes descrevem o processo evolutivo proporcionado pela energia sexual muito inteligentemente: o sábio obtém a pedra filosofal colocando sua árvore da vida em uma tina cheia de elixir da vida. Esta é constantemente aquecida pelo fogo do dragão, a energia sexual, para fazer a árvore florescer.

Não desdenhemos a sexualidade, nem a encaremos como força maligna que animaliza o homem, nem dela façamos tal força. Consideremos a energia sexual como a chave que nos abre a porta entre o espírito e o mundo material, do mais alto ao mais baixo, porém também do mais baixo ao mais alto.   
 
Encaremo-la como o ímpeto divino que nos habilita  criar outras gerações, a propagar a vida no corpo, de cima para baixo, inclusive a metamorfosear o homem, a tirá-lo de sua selvageria para o espiritual, e auxiliar a vencer a morte. Devemos ser gratos à energia sexual que, usada adequadamente, nos dá muita felicidade em ambas as sendas. Na senda descendente que é breve e transitória. Na ascendente, a felicidade eterna.

Usemos seu fogo para fazer nossa árvore da vida florescer. Lembremo-nos: o homem primitivo ainda está no mais baixo nível de sua consciência. Em seu egoísmo animal, vive em autismo, completamente isolado e emparedado. Seu coração ainda está morto e ele ainda nem pressente o significado do amor. Só a energia sexual, este fogo elemental, é capaz de amornar, pela primeira vez, seu coração morto.

E mesmo se, durante a breve fascinação da excitação sexual pode experimentar e expressar apenas um indício de amor, é este, entretanto, o primeiro vislumbre do amor divino. Através da sexualidade, inicialmente, se lhe torna conhecida a felicidade decorrente do dar.

Embora seu amor nascente ainda não seja mais do que um desejo animal, uma paixão, sua excitação já é, mesmo se absolutamente inconsciente e breve, uma incitação para a identidade, para o amor! E mesmo se, inicialmente, experimenta esta incitação ao amor no corpo exclusivamente, e daí somente possa procurar gratificação física, é, no entanto, o primeiro reflexo da identidade espiritual com o grande Ser, que o homem inconscientemente está procurando e que, após longa evolução, talvez por eons, encontre, porque está fadado a isso.

A energia sexual causa-nos inquietação interna que nunca nos permite estar tranquilo. Continuamente nos instiga e impele a encontrar a senda interna, após muito vagar. De súbito, entre impulsos bestiais, nas trevas da inconsciência, nossa auto conscientização eclode. Então o homem se põe na grande senda, decide viajar do primeiro despertar da consciência do Ser para a paradisíaca consciência universal.

Enquanto evolui, pouco a pouco, autoconsciente, pela longa estrada, desenvolve-se em seu imo a habilidade de controlar a energia criadora em todas as suas manifestações e a usá-la consoante sua vontade. Se, uma vez, atinge o nível supremo, o manancial do divino poder, estará apto a transmutar as formas inferiores de energia do divino poder criador em suas formas superiores.
 
 

Elisabeth Haich

http://yoga-ensinamentos.blogspot.com.br

 

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