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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

O AMOR...

  
Citações do Osho sobre o Amor
 

O Amor É Nutrição Em Si Mesmo
 
Sua pergunta é, ‘Você poderia falar sobre a arte de nutrir-se com amor?‘ Não há arte porque não há necessidade de nenhum esforço. O Amor é a nutrição. Mas a humanidade tem sido tão confundida por seus líderes que ela não conhece o centro mais íntimo do seu próprio ser. O amor é a nutrição em si mesmo. Quanto mais você ama, mais achará espaços não visitados onde o amor vai se espalhando continuamente ao seu redor como uma aura.

Mas esse tipo de amor não tem sido permitido por nenhuma cultura. Elas têm forçado o amor por um túnel muito pequeno: você pode amar a sua esposa, sua esposa pode amar você; você pode amar seus filhos, pode amar seus pais, pode amar seus amigos. E as culturas enraizaram duas coisas tão profundamente em cada ser humano. Uma é que o amor é algo muito limitado – amigos, família, filhos, marido, esposa. E a segunda coisa que elas têm insistido é que existem muitos tipos de amor.

Você ama de um jeito quando ama seu marido ou sua esposa; então tem que ter outro tipo de amor quando ama seus filhos, e um outro tipo de amor quando ama seus idosos, sua família, seus professores, e um outro tipo de amor para os seus amigos. Mas a verdade é que o amor não pode ser categorizado do jeito que tem sido durante toda a história da humanidade.

A razão porque todas as culturas têm insistido nessa categorização é que elas têm muito medo do amor, porque se há o amor existencial, ele não conhece fronteiras – então não se pode colocar Hindus contra Maometanos, ou Protestantes contra Católicos. Não se pode desenhar uma linha dizendo que não pode amar uma pessoa porque ela é Judia, Chinesa. Os líderes do mundo querem dividir o mundo, mas para dividi-lo eles têm que fazer a divisão básica que é a do amor.


Sentimentos Não São Pedras, Eles São Como Rosas
 
Existem três níveis no indivíduo humano: sua fisiologia, seu corpo; sua psicologia, a mente; e seu ser, seu ser eterno. O amor pode existir nestes três planos, mas a qualidade dele será diferente. No plano da fisiologia, o corpo, ele é simplesmente sexualidade. Você pode chamá-lo de amor, porque a palavra amor parece ser poética, bonita. Mas noventa e nove por cento das pessoas estão chamando o sexo de amor. O sexo é biológico, físico. Sua química, seus hormônios – toda matéria está envolvida nele...

Somente um por cento das pessoas conhece um pouco mais profundamente. Poetas, pintores, músicos, dançarinos, cantores, têm uma sensibilidade tal que podem sentir além do corpo. Eles podem sentir as belezas da mente, as sensibilidades do coração, porque eles próprios vivem nesse plano. Mas um músico, um pintor, um poeta vive num plano diferente. Ele não pensa, ele sente. E porque ele vive em seu coração, ele pode sentir o coração da outra pessoa. Isto é comumente chamado de amor. Isto é raro. Eu estou dizendo somente um por cento talvez, esporadicamente.

Porque tantas pessoas não estão se movendo para o segundo plano se ele é tremendamente belo? Existe um problema: qualquer coisa muito bela é também muito delicada. Não é uma armadura, é feita de vidro muito frágil. Uma vez que um espelho tenha caído e quebrado, não tem nenhum modo de remontá-lo. As pessoas têm medo de se envolver e tocar as camadas delicadas do amor, porque neste estágio o amor é tremendamente belo mas também tremendamente mutável. Sentimentos não são pedras, eles são como rosas..."

Poetas são conhecidos, artistas são conhecidos por se apaixonarem quase todos os dias. O amor deles é como uma rosa. Enquanto ela está lá ela é tão perfumada, tão viva, dançando no vento, na chuva, no sol, afirmando sua beleza. Mas ao anoitecer ela pode ir embora, e você não pode fazer nada para impedi-la. O mais profundo amor do coração é como uma brisa que vem em seu quarto, traz seu frescor, ela é amena, e depois se vai. Você não pode segurar o vento em seu punho fechado com suas mãos. Muito poucas pessoas são tão corajosas para viver uma vida de momento a momento, uma vida mutante. Por isso, elas decidiram viver um amor no qual elas podem depender.

Eu não sei qual tipo de amor você conhece – muito provavelmente o primeiro tipo, talvez o segundo. E você tem medo de que se você chegar em seu ser, o que acontecerá com seu amor? Certamente ele vai embora – mas você não será um perdedor. Um novo tipo de amor aparecerá o qual talvez só aparece em uma pessoa em milhões. Este amor só pode ser chamado de amorosidade.”


Somente O Amor E Seu Fracasso Podem Atirá-lo Para Dentro

Eu sou a favor do amor. Tenho estado ensinando toda a minha vida a favor do amor. A razão é estranha, mas eu sou um homem excêntrico. Eu tenho estado ensinando a favor do amor porque sei que a menos que você chegue no ponto crucial, onde o outro é o inferno, você nunca se tornará religioso. Eu não sou pelo amor. Todo o meu esforço é pela religião.

As pseudo religiões apenas lhe dão fórmulas prontas, e eu quero dar-lhe a real experiência - a qual não posso dar... eu somente posso mostrar o caminho. Posso explicar-lhe como acontece, e depois deixá-lo livre para experimentar se você quiser. Se o amor não tiver fracassado, você ainda não está adulto o suficiente para a religião. Você é menor de idade. Qualquer que seja a sua idade isso não importa; pode ser sessenta, pode ser setenta, não importa. Se você ainda está esperando que o amor possa ter êxito, então você ainda é menor de idade. Mas se você chegou a compreender isso totalmente, que é contra a natureza das coisas, que a existência não funciona deste jeito...Você é você, o outro é outro.

Se você quiser saborear a existência, não é via o outro, é um salto direto dentro de você mesmo. É via você mesmo, através de você.E somente o amor e seus fracassos podem jogá-lo para dentro. Nada mais pode atirá-lo para dentro, porque tudo mais está muito abaixo do amor.
 
 
Ame-se

Nós começamos com um dos mais profundos sutras do Gautama o Buda: ‘Ame-se...’

Exatamente o oposto tem sido ensinado a você por todas as tradições do mundo, todas as civilizações, todas as culturas, todas as igrejas. Elas dizem: “Ame os outros, não ame você mesmo.” E há uma certa estratégia esperta atrás desse ensinamento.

Amor é o alimento da alma. Exatamente como a comida é para o corpo, assim é o amor para a alma. Sem comida o corpo é fraco, sem amor a alma é fraca. E nenhum governo, nenhuma igreja, nenhum interesse assumido, jamais quis que as pessoas tenham almas fortes, porque uma pessoa com energia espiritual está destinada a ser rebelde.

O amor faz de você um rebelde, revolucionário. O amor lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá percepção para coisas, tanto que ninguém pode enganá-lo, explorá-lo, oprimi-lo. E os sacerdotes, os padres, pastores, bispos, cardeais e os políticos sobrevivem somente do seu sangue – eles sobrevivem somente pela exploração. Todos os clérigos, pastores, bispos, etc... e todos os políticos são parasitas.

Para fazê-lo espiritualmente fraco eles acharam um método certeiro, cem por cento garantido, que é ensina-lo a não amar a si mesmo. Se um homem não pode amar a si mesmo ele certamente não pode amar mais ninguém. O ensinamento é muito ladino. Eles dizem “Ame os outros” porque sabem que se não pode amar a si mesmo, você não pode amar os outros. Mas eles continuam dizendo “Ame os outros, ame a humanidade, ame a deus, ame a natureza, ame sua esposa, seu marido, seus filhos, seus pais, mas não ame a si mesmo” – porque amar a si mesmo é egoísmo de acordo com eles.

Eles condenam o amor-próprio mais que qualquer outra coisa – e eles têm feito seus ensinamentos parecerem muito lógicos. Eles dizem: “Se você amar a si mesmo se tornará um egoísta; se amar a si mesmo, se tornará um narcisista.” Isso não é verdade. Um homem que ama a si mesmo declara que nele não há ego. É amando os outros sem amar a si mesmo, tentando amar os outros que o ego aparece.

Os missionários, os reformadores sociais, os servidores sociais, têm os maiores egos no mundo – naturalmente, porque se julgam seres humanos superiores. Eles não são comuns: pessoas comuns amam a si mesmas; eles amam os outros, amam ideais maiores, amam a deus. E todo o amor deles é falso, porque todo o amor deles não tem nenhuma raíz. Um homem que ama a si mesmo dá o primeiro passo para o amor real.


O Amor Real É Capaz De Estar Só

A pessoa pode estar em profundo amor e ainda assim estar só. De fato, a pessoa só pode ser solitária quando está em profundo amor. A profundidade do amor cria um oceano ao seu redor, um profundo oceano, e você se torna uma ilha, totalmente sozinho. Sim, o oceano continua jogando suas ondas em suas margens, mas quanto mais o oceano bate com suas ondas em suas praias, mais integrado você fica, mais enraizado, mais centrado você está. O amor tem valor somente porque ele lhe dá solidão. Ele lhe dá espaço suficiente para você estar por si só.

Mas você tem uma ideia sobre o amor; essa ideia está criando problema – não o amor em si, mas a ideia. A ideia é que, no amor, os amantes desaparecem um no outro, se dissolvem um no outro. Sim, há momentos de dissolução – mas essa é a beleza da vida e de tudo o que é existencial: que quando os amantes se dissolvem um no outro, esses são os mesmos momentos em que se tornam bem conscientes, bem alertas. Esta dissolução não é um tipo de embriaguez, esta dissolução não é inconsciente. Ela traz imensa consciência, ela libera imensa percepção. Por um lado eles são dissolvidos – por outro lado pela primeira vez eles percebem sua absoluta beleza em ser solitário. O outro os define, suas solitudes: eles definem o outro. E eles são gratos um ao outro. É graças ao outro que foram capazes de ver cada um a si mesmo; o outro se torna um espelho no qual são refletidos. Os amantes são espelhos um para o outro. O amor o faz consciente de sua face original.

Portanto, parece muito contraditório, paradoxal, quando se diz dessa forma: “O amor traz solidão.” Você estava pensando todo o tempo que o amor traz união. Eu não estou dizendo que não traga união, mas a menos que você esteja só você não pode estar junto. Quem vai estar junto? Duas pessoas são necessárias para se estar junto, duas pessoas independentes são necessárias para estarem juntas. Uma relação será rica, infinitamente rica, se ambas as pessoas são totalmente independentes. Se eles são dependentes um do outro, isso não é uma união – é uma escravidão, uma prisão.

Se eles são dependentes um do outro, apegados, possessivos, se não permitem um ao outro estarem sozinhos, se não permitem um ao outro espaço suficiente para crescer, eles são inimigos e não amantes; são destrutivos um ao outro, não estão se ajudando mutuamente a achar suas almas, seus seres. Que tipo de amor é esse? Pode ser apenas medo de estar só; portanto estão apegados um ao outro. Mas o amor real não conhece nenhum medo. O amor real é capaz de estar só, totalmente só, e a partir desta solidão cresce uma união.


O Amor Não Precisa De Nenhuma Referência

O amor não precisa de nenhuma referência – esta é a beleza e a liberdade do amor. O ódio é uma prisão. É aprisionamento – imposto a você sobre você mesmo. E o ódio cria ódio, o ódio provoca ódio. Se você odeia alguém, você está criando ódio para você mesmo no coração daquela pessoa. E todo o mundo existe no ódio, na destrutividade, na violência, no ciúme, na competitividade. As pessoas estão em cima dos pescoços umas as outras ou de fato, realmente, agindo, ou ao menos em suas mentes; nos seus pensamentos todo mundo está matando, assassinando. Por causa disso nós criamos um inferno nesta bela terra – a qual poderia ter se tornado um paraíso.

Ame, e a terra se torna um paraíso de novo. E a imensa beleza do amor é que não precisa de nenhuma referência. O amor vem de você sem nenhuma razão. É a sua efusão de êxtase, é o compartilhar do seu coração. É o compartilhar da canção do seu ser. E compartilhar é tão prazeiroso – então a pessoa compartilha. Apenas por compartilhar, sem nenhum outro motivo.

Mas o amor que você conheceu no passado não é o amor do qual Buda tem falado ou que eu estou falando. Seu amor não é nada mais do que o outro lado do ódio. Logo, seu amor tem referência: alguém foi bonito para você ontem, ele foi tão agradável que você sente grande amor por ele. Isso não é amor; esse é o outro lado do ódio – a referencia prova isso. Ou alguém será agradável com você amanhã: o jeito como ele sorriu, a maneira como falou com você, a maneira como o convidou para sua casa amanhã – ele vai ser amável com você. E um grande amor surge.

Esse não é o amor sobre o qual Buda fala. Isso é ódio disfarçado de amor – e é assim que seu amor pode se tornar ódio a qualquer momento. Arranhe uma pessoa um pouquinho e o amor desaparece e o ódio surge. Não é nem sequer muito abaixo da pele. Mesmo os chamados grandes amantes estão continuamente brigando, continuamente apertando o pescoço um do outro – censurando, destrutivos. E as pessoas pensam que isto é amor...

Seu amor não é realmente amor: é exatamente o oposto. É ódio disfarçado de amor, camuflado de amor, posando de amor. O amor verdadeiro não tem nenhuma referência. Ele não pensa nos ontens, nem nos amanhãs. O amor verdadeiro é uma emanação espontânea de prazer em você e o compartilhar disso, o extravasar disso – sem nenhuma outra razão, por nenhum outro motivo, do que apenas pelo prazer de compartilhá-lo.


O Amor Basicamente É Um Estado De Ser

A coisa real não é um relacionamento mas um estado; a pessoa não ama, mas é amor. Toda vez que eu falar sobre amor relembre disso: estou falando sobre o estado de amor. Sim, relacionamento é perfeitamente bom, mas ele vai ser falso se você não tiver atingido o estado de amor. Assim o relacionamento não é só uma pretensão, mas uma perigosa pretensão, porque ele pode ir enganando você: pode continuar lhe dando a noção de que sabe o que é amor, e você não sabe. O amor basicamente é um estado de ser: a pessoa não está amando, a pessoa é amor.

E esse amor surge não ao apaixonar-se por alguém. Esse amor surge indo para dentro – não caindo mas elevando-se, voando muito alto, mais alto do que você. É um tipo de ultrapassagem. Um homem é amor quando seu ser é silencioso: é a canção do silêncio. Um Buda é amor, um Jesus é amor – não em amor com uma pessoa em particular, mas simplesmente amor. Seu próprio clima é amor. E não é endereçado a alguém em particular, é espalhado em todas as direções. Qualquer um que chegue perto de um Buda o sentirá, será inundado por ele, será banhado nele. E ele é incondicionalmente assim.

O amor não dá nenhuma condição, nenhum ‘se’, nenhum ‘mas’. O amor nunca diz ”Preencha esses requisitos, então eu te amarei.” O amor é como respirar: quando acontece você é simplesmente amor. Não importa quem chegue perto de você, o pecador ou o santo. Quem quer que chegue perto de você começa a sentir a vibração do amor, é alegrado. O amor é doação incondicional – mas somente aqueles que têm são capazes de dar.


A Primeira Onda De Amor Tem Que Ser Em Torno De Si Mesmo

O amor saudável de si mesmo tem um enorme valor religioso. A pessoa que não ama a si mesma não será capaz de amar a ninguém mais, jamais. A primeira onda de amor tem que surgir no seu coração. Se ela não tiver surgido para você mesmo ela não pode surgir para ninguém mais, porque todos estão bem distantes de você.

É como atirar uma pedrinha no lago silencioso – as primeiras ondas surgirão ao redor da pedrinha e depois elas vão se espalhando até as margens mais distantes. A primeira onda de amor tem que ser ao redor de você mesmo. Uma pessoa tem que amar seu próprio corpo, tem que amar sua própria alma, amar sua própria totalidade.

E isso é natural: senão você não seria capaz de sobreviver de jeito nenhum. E é bonito porque isso embeleza você. A pessoa que ama a si mesma se torna graciosa, elegante. A pessoa que ama a si mesma é destinada a se tornar mais silenciosa, mais meditativa, mais devotada do que a pessoa que não ama a si mesma.

Se você não ama a sua casa você não a limpa; se não ama a sua casa não a pinta; se não a ama não a circunda com um belo jardim, com uma lagoa de lótus. Se você se ama, criará um jardim ao redor de si mesmo. Tentará aumentar seu potencial, tentará demonstrar tudo o que está dentro de você para ser expressado. Se você ama, continuará banhando a si mesmo, nutrindo a si mesmo.

E se ama a si mesmo, ficará surpreso: os outros amarão você. Ninguém ama uma pessoa que não ama a si mesma. Se não pode nem amar a si mesmo, quem mais vai se importar? E a pessoa que não ama a si mesma não pode permanecer neutra. Lembre-se, na vida não há neutralidade.
 
 
Osho
Primeira Parte 
http://www.osho.com

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