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sábado, 29 de abril de 2017

REVENDO ANTIGAS POSTAGENS


Pergaminhos quatro e cinco


PERGAMINHO NUMERO QUATRO - Eu sou o maior milagre da natureza.

Desde o começo dos tempos jamais houve outro com minha mente, meu coração, meus olhos, meus ouvidos, minhas mãos, meu cabelo, minha boca. Ninguém que me antecedeu, ninguém que ainda vive, nem ninguém que virá pode andar e falar e pensar exatamente como eu. 
 
Todos os homens são meus irmãos, porém sou diferente deles todos. Sou uma criatura singular. Eu sou o maior milagre da natureza. Embora eu seja do reino animal, os prazeres apenas animais não me satisfazem. Dentro de mim arde a chama que tem passado de gerações incontáveis e seu calor é uma constante incitação para o meu espírito, para me tornar melhor do que sou e melhor me tornarei. 
 
Soprarei esta chama da insatisfação e proclamarei minha singularidade ao mundo. Ninguém é capaz de reproduzir minha pincelada, ninguém é capaz de repetir as marcas do meu cinzel, ninguém é capaz de reproduzir minha caligrafia, ninguém é capaz de fornecer o meu produto, e em verdade, ninguém tem a habilidade para vender exatamente como eu. 
 
De hoje em diante aproveitarei esta diferença, pois é uma garantia a ser inteiramente incentivada. Eu sou o maior milagre da natureza. Basta para mim as vãs tentativas ou imitações dos outros. Em vez disto, colocarei minha singularidade à mostra na feira. Eu a proclamarei, sim, eu a venderei. Começarei agora a acentuar as diferenças, a ocultar as similaridades. Da mesma forma, aplicarei este principio às mercadorias que vender. 
 
Vendedor e mercadorias diferentes dos outros e orgulhoso das diferenças. Sou uma criatura singular na natureza. Sou raro, e há um valor em toda raridade; portanto, sou valioso. Sou o produto final de milhares de anos de evolução; portanto, estou mais bem equipado em mente e corpo do que todos os imperadores e sábios que me precederam. Mas minhas técnicas, minha mente, meu coração e meu corpo estagnarão, degenerarão e morrerão se não forem colocados em uso. 
 
Tenho potencial ilimitado. Emprego somente uma parte do meu cérebro; flexiono apenas uma desprezível porção de meus músculos. Posso centuplicar minhas realizações de ontem, e é o que farei a partir de hoje. Jamais ficarei satisfeito com as realizações de ontem, nem me entregarei mais à vanglória dos meus feitos que, em realidade, são pequenos demais para serem sequer reconhecidos. 
 
Posso realizar muito mais, e realizarei, pois por que deveria o milagre que me produziu findar-se com o meu nascimento? Por que não posso estender este milagre aos feitos de hoje? Eu sou o maior milagre da natureza. Não estou nesta terra por acaso. Estou para um propósito, e esse propósito é transformar-me numa montanha e não me encolher ao tamanho de um grão de areia. 
 
De hoje em diante aplicarei todos os meus esforços para me tornar a mais alta montanha e forçarei minhas capacidades até que elas peçam misericórdia. Aumentarei o meu conhecimento da humanidade, o meu próprio e das mercadorias que vendo; assim minhas vendas se multiplicarão. 
 
Praticarei, melhorarei e aperfeiçoarei meu vocabulário para vender minhas mercadorias, pois este é o fundamento sobre o qual construirei a minha carreira, e jamais esquecerei que muitos atingiram grande riqueza e êxito com apenas uma apregoação, pronunciada com excelência. Também procurarei constantemente melhorar meus modos e virtudes, pois eles são o açúcar que a todos atrai. Eu sou o maior milagre da natureza. Concentrarei minha energia no desafio do momento e minhas ações me ajudarão a esquecer tudo o mais. Os problemas caseiros em casa serão deixados. Não pensarei em minha família quando estiver na feira; isso viria obscurecer meus pensamentos. Da mesma maneira os problemas da feira na feira serão deixados, e não pensarei em minha profissão quando estiver em casa, pois isto embotará o meu amor. Não há lugar na feira para minha família, nem há lugar em meu lar para a feira. Divorciarei um do outro e assim permanecerei casado com ambos. Separados devem permanecer ou minha carreira morrerá. Este é um paradoxo das gerações. Eu sou o maior milagre da natureza. Recebi olhos para ver e mente para pensar, e agora conheço um grande segredo da vida, pois percebo, finalmente, que todos os meus problemas, desânimos e agitações são, em verdade, grandes oportunidades disfarçadas. Não mais serei enganado pela aparência dos outros, pois meus olhos estão abertos. Olharei mais do que a roupa e não serei iludido. Eu sou o maior milagre da natureza. Nenhum animal, nenhuma planta, nenhum vento, nenhuma chuva, nenhuma pedra, nenhum lago teve o mesmo começo que eu, pois fui concebido em amor e trazido à luz com um propósito. No passado não havia examinado este fato, mas de hoje em diante ele modelará e norteará minha vida. Eu sou o maior milagre da natureza. E a natureza não conhece derrota. Por fim, ela emerge vitoriosa e assim emergirei eu, e após cada vitória a próxima luta se torna menos difícil. Vencerei e me tornarei um grande vendedor, pois sou uma pessoa singular. Eu sou o maior milagre da natureza. 
 
 
PERGAMINHO NUMERO CINCO - Viverei hoje como se fosse meu último dia.
 
E agora o que farei com este último e precioso dia que resta em meu poder? Primeiro, tamparei o vidro para que nenhuma gota se derrame na areia. Não desperdiçarei um momento sequer velando os infortúnios ou derrotas do ontem, as dores de coração, pois por que deveria eu relegar o bem ao mal? Poderá a areia escorrer do chão para a taça do tempo? Levantar-se-á o sol de onde se põe e se porá de onde se levanta? Posso eu reviver os erros do ontem e corrigi-los? Posso chamar de volta os ferimentos de ontem e curá-los? Posso tornar-me mais jovem do que era ontem? Posso retirar o mal que foi pronunciado, os socos que foram desferidos a dor que foi causada? 
 
Não. O ontem está enterrado para sempre e nele não mais pensarei. Viverei hoje como se fosse meu último dia. E agora o que farei? Esquecendo o ontem também não pensarei no futuro. Por que eu deveria relegar o agora ao talvez? Pode a areia de amanhã escorrer para a taça de hoje? Levantar-se-á o sol duas vezes esta manhã? Posso eu executar os feitos de amanhã enquanto estiver na trilha de hoje? Posso colocar o ouro de amanhã na bolsa do hoje? Pode a criança de amanhã nascer hoje? Pode a morte de amanhã lançar suas sombras de volta e enegrecer a alegria de hoje? Deveria preocupar-me com os eventos que talvez jamais testemunharei? Deveria me atormentar com os problemas que talvez jamais venha a ter? 
 
Não! O amanhã está tão enterrado quanto o ontem e não pensarei mais nisso. Viverei hoje como se fosse meu último dia. Este dia é tudo o que tenho e estas horas são agora a minha eternidade. Saúdo este nascer do sol com gritos de alegria, como um prisioneiro que é aliviado da sentença de morte. Ergo meus braços em gratidão por esta dádiva sem preço: um novo dia. Da mesma maneira, levarei a mão ao peito em gratidão ao pensar naqueles que saudaram o nascer do sol do ontem e que não mais estão entre os vivos. 
 
Sou realmente um afortunado e as horas de hoje não são senão um bônus merecido. Por que me foi permitido viver este dia extra quando outros, muito melhores do que eu, já feneceram? Será que eles realizaram seus propósitos enquanto o meu ainda está por alcançar? Será esta uma outra oportunidade para que eu me torne o homem que poderei ser? Há um propósito na natureza? Será este o meu dia de vencer? Viverei hoje como se fosse meu último dia
 
Não tenho senão uma vida e a vida não é senão uma medida de tempo. Ao perder um, destruo o outro. Se desperdiço o hoje, destruo a última página de minha vida. Velarei, portanto, em cada hora deste dia, pois ela jamais poderá voltar. Ela não pode ser depositada hoje para ser retirada amanhã, pois quem pode burlar o vento? Agarrarei com as duas mãos e acariciarei com amor cada minuto deste dia, pois seu valor é sem preço. 
 
Que moribundo pode comprar outro fôlego, embora, de bom grado, dê todo o seu ouro? Que preço ouso fixar para as horas adiante de mim? Eu as farei inestimáveis! Viverei hoje como se fosse meu último dia. Evitarei com fúria os desperdiçadores de tempo. A procrastinação destruirei com ações; a dúvida enterrarei sob a fé; o medo desmembrarei com confiança. Onde houver bocas ociosas não ouvirei nada; onde houver mãos ociosas não me demorarei; onde houver corpos ociosos não visitarei. 
 
De hoje em diante sei que cortejar a ociosidade é roubar alimento, roupa e calor daqueles que amo. Não sou ladrão. Sou um homem de amor e hoje é minha última oportunidade de provar meu amor e minha grandeza. Viverei hoje como se fosse meu último dia. Cumprirei hoje os deveres de hoje. Hoje acariciarei meus filhos enquanto são jovens; amanhã eles partirão e eu também. Hoje abraçarei minha mulher com doces beijos; amanhã ela partirá e eu também. Hoje ajudarei um amigo em necessidade; amanhã ele não mais gritará por ajuda, nem eu ouvirei seus gritos. Hoje me entregarei ao sacrifício e ao trabalho; amanhã não terei nada para entregar e nem haverá ninguém para receber. 
 
Viverei hoje como se fosse meu último dia. E se for será meu maior monumento. Farei deste o melhor dia de minha vida. Beberei a cada minuto à sua plenitude. Provarei seu sabor e agradecerei aos céus. Farei valer todas as horas e negociarei cada minuto somente por alguma coisa de valor. Trabalharei mais arduamente do que jamais trabalhei e forçarei meus músculos até que chorem de dor, e então prosseguirei. Farei até mais visitas do que antes. Venderei mais mercadorias do que jamais vendi antes. Ganharei mais ouro do que jamais ganhei antes. Cada minuto do dia de hoje será mais frutífero do que horas do dia de ontem. 
 
Meu último dia deve ser meu melhor dia. Viverei hoje como se fosse meu último dia. E, se não for, cairei de joelhos e agradecerei aos céus.
 
 
Trechos do livro O Maior Vendedor do Mundo, Og Mandino
 

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