Para um homem que sabe demais, a
comunicação torna-se quase impossível, porque ele sabe sem saber. Reuniu
muitos conceitos, teorias, doutrinas, escrituras. Apenas sobrecarregou
sua percepção, não a fez florescer. Nada do que sabe aconteceu a ele,
tudo é emprestado; e tudo que é emprestado não passa de entulho,
podridão. Jogue isso fora, assim que o puder fazer.
Só o que com você acontece é verdadeiro.
Só o que em você floresce é verdadeiro.
Só o que em você cresce é verdadeiro e vivo.
Lembre-se sempre disso: evite conhecimentos emprestados.
O conhecimento emprestado
torna-se um artifício da mente: esconde a ignorância, jamais a destrói.
E, quanto mais você estiver rodeado de conhecimentos, bem profundamente,
no centro, na própria raiz do seu ser, haverá mais ignorância e
obscuridade. E um homem de conhecimento, de conhecimento emprestado,
está quase que completamente fechado dentro de seu próprio conhecimento.
E é difícil penetrá-lo, é difícil encontrar-lhe o coração, pois ele
próprio perdeu o contato com o seu coração.
(...) Lembre-se disso, porque é
muito fácil alguém tornar-se fortemente apegado ao conhecimento: é uma
paixão, uma droga. O LSD não é tão perigoso, a maconha não é tão
perigosa. De certa forma, são similares, porque a maconha lhe dá um
vislumbre de algo que ali não existe, dá-lhe um sonho de algo que é
inteiramente subjetivo, dá-lhe uma alucinação. O conhecimento também:
dá-lhe a alucinação de conhecer. Você começa por sentir que sabe, porque
pode declamar os Vedas; sabe, porque pode argumentar; sabe porque você
tem a mente muito lógica e aguda. Não seja tolo! A lógica nunca levou
ninguém à Verdade. E uma mente racional é apenas um jogo. Todos os seus
argumentos são infantis.
A vida existe sem argumento
algum e a Verdade não necessita de provas — necessita apenas de seu
coração. Não de argumentos, mas do seu amor, da sua confiança, da sua
possibilidade para receber.
Osho
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