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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

 O VALOR ESPIRITUAL DO SOFRIMENTO E DA DOR

O sofrimento, embora não faça parte do propósito de Deus, é inerente à personalidade do homem por causa de suas ligações com o passado e do exercício da força do desejo ainda não elevado por objetivos superiores.

A energia própria da alma é a Alegria, um estado de ser totalmente unificado com o propósito da Criação. Circunstancialmente, entretanto, enquanto o indivíduo está vivo, o sofrimento e a dor em seus vários aspectos  fazem parte de sua vida. Compreender suas causas até onde seja possível e remover ou transmutar os elementos que os vitalizam e mantêm deveria ser uma das metas visualizadas pelos seres. 
 
Quando a humanidade conseguir elevar o próprio desejo para objetivos superiores, evolutivos, que transcendem as necessidades normais e comuns criadas pela imaginação ou pelos condicionamentos do passado e, principalmente, quando dispensar o que é supérfluo, luxuoso e paliativo, o sofrimento humano diminuirá o quanto for permitido pela lei cíclica.
 
Um ponto importante diretamente ligado a esse assunto é o princípio básico da lei de causa e efeito: enquanto provocarmos o sofrimento, o teremos em nossa vida. Nesse particular, o fato de a humanidade ainda assassinar animais traz-lhe consequências incalculáveis.
 
A ingestão de produtos de origem animal – em especial de carne – produz inércia nas células físicas, impedindo que o potencial humano, ainda não revelado, se manifeste plenamente. É um poderoso obstáculo ao trabalho evolutivo que o homem de hoje busca conscientemente levar adiante.
 
A carne tem vibração característica de um estágio já ultrapassado pelo homem: o estado instintivo. Quando ele a usa em sua alimentação, mantém-se num ponto não mais condizente com os novos passos que está para dar: o domínio da intuição, o exercício da telepatia superior e a experiência da consciência supramental.
 
Enquanto o homem não transformar a atual forma de tratar os animais, a vibração instintiva ficará circulando nos corpos de sua personalidade por muito mais tempo do que seria necessário, ocupando espaço e impedindo que a luz da intuição e outras luzes de etapas ainda mais avançadas possam neles se instalar. 
 
O sofrimento e a dor têm funções espirituais, morais e físicas para o homem. O valor espiritual e evolutivo do sofrimento e da dor encontra-se no fato de o homem ser por eles levado a concentrar suas forças mentais em descobrir o motivo que o levou a tê-los, o que o ajuda a se desidentificar do próprio ego humano, núcleo cheio de vícios e de hábitos a superar.
 
Do ponto de vista moral, pode-se dizer que não existe no homem um caráter amadurecido e firme se ele não tiver ainda enfrentado estágios de sofrimento e de dor. 
 
Do ponto de vista evolutivo e espiritual, o sofrimento e a dor, quando aceitos, são fatores que impulsionam o progresso; quando, porém, são rejeitados pelas camadas superficiais do ser, deixam de produzir esse efeito e passam a constituir apenas uma purificação de resíduos de ações, sentimentos e pensamentos negativos.
 
Uma importante tarefa da atuação da dor encontra-se em um estágio sutil do desenvolvimento da consciência no qual o sofrimento passa por uma metamorfose e aparece como um sentimento de conforto nunca antes experimentado, nem mesmo dentro da maior felicidade que possa ter estado ao alcance do ser: ele aprende a perceber que a Alegria divina existe em qualquer situação e que pode fazer-se ainda mais visível nos momentos dos quais parecia estar ausente.
 
 
COMO EVITAR AS DOENÇAS 
 
Antigamente se dizia que as doenças eram enviadas por Deus para castigo dos pecadores. Séculos depois, modificou- se essa ideia, passando a ser o “diabo”, criatura má, o responsável por trazê-las. Depois disso, os pesquisadores descobriram os vírus e as bactérias, aos quais foram, então, atribuídas as causas das enfermidades. Mais recentemente, quando começaram a surgir escolas de psicologia, certas doenças passaram a ser consideradas produto ou somatização das reações emocionais e dos estados psíquicos do homem. Assim as pesquisas sobre o assunto persistem. 
 
Quando o apelo interior da humanidade por maior expansão de consciência se tornou suficientemente forte para atrair novos esclarecimentos sobre a saúde e a doença, ela pôde receber conhecimento mais amplo. Além disso, a aprendizagem por vias subjetivas também pôde ser feita através da “leitura” daquilo que está impresso nas camadas do éter cósmico, camadas sutis que envolvem a Terra e que contêm toda e qualquer informação. Através desse acervo, pôde-se perceber pelos sentidos interiores que o atrito provocado na atmosfera terrestre pelas forças construtivas que chegam através dos raios solares produz as doenças no planeta e na maioria dos reinos nele existentes. Isso é causado não pelas forças positivas em si, mas pela própria condição impura da atmosfera terrestre, que reage à sua passagem. 
 
A presença de enfermidades é própria dos níveis de consciência físico-etérico, emocional e mental – não existe além deles. É nesses três planos vulneráveis que também está localizada a parte pessoal de nossa consciência. Na verdade, o homem como um todo é emanação da Mente Única, que se manifesta sob vários aspectos, e a personalidade humana é apenas um deles.
 
Diz certa Lei: “ O homem é o que ele pensa”. Sempre que o pensamento e a energia estejam centrados nas características mais materiais do ser, enfocando de modo exclusivo assuntos da personalidade, o indivíduo estará mais sujeito às doenças, dado que é exatamente nessa área que elas se manifestam.
 
O nosso subconsciente (que é o concentrado de nossas experiências passadas) recebe toda a impressão do que pensamos e sentimos. As camadas psíquicas (planos mental e emocional) e as camadas densas (planos etérico e físico) do planeta também recebem todas as nossas emanações. Tanto o subconsciente como essas camadas reagem, então, segundo o estímulo que lhes enviamos.

Portanto, se alguém confirma em si mesmo somente sua aparência humana através de sua atitude, sem perceber está se abrindo à possibilidade de ficar enfermo. Para estar relativamente livre dessa condição de desarmonia, é necessário que aprenda a permanecer estável na ideia de que a maior parte de seu ser se encontra em níveis além de sua personalidade e que lhe cabe tomar consciência disso de maneira cada vez mais clara. 
 
Atualmente, os poderes superiores que existem dentro do homem estão sendo reconhecidos por ele e a progressiva concentração de sua mente nas dimensões superiores, as supramentais, lhe propiciará certa imunidade, desde que ele persista em seu trabalho de colocar sua personalidade em alinhamento com a vontade “superior”, que existe em seu próprio ser, sepultada. Tal trabalho nada mais é que a contínua atenção em manter-se coerente nas ações, sentimentos e pensamentos com a meta espiritual escolhida.
 
Texto extraído do livro "Páginas de Amor e Compreensão"
Autor: José Trigueirinho Netto 

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