Translate

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

 REFLEXÕES COM  PAUL BRUNTON

O Eu Superior fala ao homem na única linguagem que sua mente ensurdecida se preocupa em compreender - a do sofrimento. E usa, como seu instrumento, o destino. Sabe que as verdades que o homem experiência lentamente, através de dias de sangue e lágrimas, são aprendidas para todo o sempre.
 
As lições podem ter de repetir-se algumas vezes para fortalecer sua impressão, mas, eventualmente, de tal maneira profunda se inscrevem, que nunca podem ser esquecidas. O destino é, simplesmente, o meio através do qual o Eu Superior trabalha.

O destino é cego, é força que irresponsavelmente abate um homem, enquanto exalta outro? Se assim o fosse, o Eu Superior compartilharia da mesma censura, seria digno de condenação, por se mostrar força injusta e irresponsável.

"Coincidência" e "casualidade" são palavras que só têm significado para os materialistas cegos, não para o que acordou espiritualmente. Porque há uma rede cobrindo o universo e ligando homens a homens, homens a acontecimentos e acontecimentos a acontecimentos. As mãos que manejam e guiam essa estranha rede, são necessariamente invisíveis, mas ali estão.

Que é, então, o destino? É a nossa herança, derivada de antigos nascimentos daquela criatura paradoxal, nossa personalidade, nosso ego, nosso eu separado, encarnado em diferentes ocasiões e em diferentes países, muito mais recuadamente do que queremos poder recordar. Porque somos os herdeiros de nosso próprio e longo passado.

Os pensamentos que arrebataram nossa mente em civilizações que agora são poeira morta, de novo nos arrebatam na moderna Europa ( o autor morava na Inglaterra). Os atos de bondade ou maldade que marcaram ou mancharam nossos antigos aparecimentos sobre este planeta em rotação, atingiram fulgor de sol ou sombra tenebrosa sobre nossos dias presentes.

O longo panorama da vida humana faz seu sinuoso e velho caminho através de cidades e desertos, mandando as mesmas pessoas de volta, muitas e muitas vezes, para que retornem a antiga trilha, na bela, e aparentemente débil esperança de alcançar alguma Canaã de duradoura felicidade.

A vida é, assim, em si própria, perene maravilha. Desaparece de nossa vista através dos sombrios portais da morte, apenas para reaparecer de novo, com recém brotadas folhas de primavera, e as flores de pétalas brilhantes de um novo nascimento.

O eu pessoal insinua-se de volta, outra vez, no corpo de uma criança recém-nascida. Aos bocadinhos, os velhos gostos e capacidades, as antigas características, começam a emergir. E chega à realização com a idade adulta. Não permanece lembrança alguma das existências passadas, simplesmente porque a Natureza é sensata e misericordiosamente ofereceu o esquecimento de todo o pretérito. Contudo, embora a memória de seus atos passados possa desaparecer, seus resultados, no homem e em outros, permanecerão.

O que somos é o resultado de nossas experiências, mas estas não estão limitadas ao breve espaço de uma só existência. É melhor acreditar que Deus nos encarnou para divertir-se em Suas horas de laser, alternadamente animando-nos com alegrias e torturando-nos com sofrimentos, ou acreditar que cada nascimento não passa de uma lição na grande escola do universo, e que a alta sabedoria vem lentamente à maturidade, dentro das nossas mentes, através desse repetido reunir de experiências de toda espécie, a cada reencarnação?
 
Quando somos colocados face a face com as consequências de nossos erros, gostaríamos de evitar o sofrimento ou, pelo menos, diminuí-lo. É impossível afirmar com precisão até que ponto isso pode ser feito, pois depende em parte da Graça, porém depende também em parte de nós mesmos.

Podemos contribuir para modificar, e algumas vezes até mesmo eliminar as consequências negativas, se tivermos a determinação de tomarmos atitudes opostas. 

Primeiro, temos que absorver profundamente as lições ensinadas por nossos erros. Não devemos culpar nenhuma outra pessoa ou coisa a não ser responsabilizar a nós mesmos, nossas próprias fraquezas morais e nossas enfermidades mentais, não dando nenhuma oportunidade de nos automutilarmos. Devemos sentir toda a dor do remorso e cultivar pensamentos constantes de arrependimento.

Em segundo lugar, devemos perdoar as faltas que outras pessoas tenham cometido contra nós, para que possamos ser perdoados. Isso significa que não devemos ter nenhum sentimento negativo em relação a nada nem a ninguém, quaisquer que eles sejam.

Terceiro, devemos refletir constantemente sobre o que conduz à direção oposta a de nossos erros e agir de acordo.

Quarto, devemos nos comprometer por um voto sagrado a tentar nunca mais cometer as mesmas faltas. Se realmente cumprirmos essa promessa nós, com frequência, a traremos para a mente e a memória, renovando-a e mantendo-a sempre sempre viva e presente. Tanto a decisão de não repetir o erro quanto o compromisso assumido devem ser tão intensos quanto possível.

Quinto, se houver necessidade, e se quisermos fazê-lo, podemos orar pelo Eu Superior invocando sua Graça e perdão com relação a essa questão; porém, não devemos nos valer de uma oração como essa de forma leviana. Ela só deveria ser feita por inspiração de um profundo impulso interior e sob a pressão de uma situação externa difícil.
 
Fragmentos de textos de Paul Brunton  extraídos de alguns sites da internet

Não é possível evitar crises nem sofrimentos, entretanto se aprendermos a ler e compreender a crônica diária, apesar de muitas vezes nos sentirmos despreparados para refletir sobre tantos acontecimentos, mas devemos ter em mente que a crise vai sempre nos trazer algo novo, e algo novo, geralmente, pincela de medo a página seguinte de nossas vidas, mas a ajuda sempre estará disponível. Haverá sempre um guia interno, um anjo da guarda, um Mestre Interior, um Eu Superior ... Oh! Quanta ajuda, quanta Luz. Devemos nos unir a esses seres em coração e agradecer pela doação do amor incondicional que nos ofertam diariamente. KyraKally

Nenhum comentário:

Postar um comentário