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sábado, 3 de setembro de 2022

CAMINHO PARA DEUS


O egoísta age em proveito de si mesmo. O altruísta para a humanidade.O ser perfeito não age. É Deus que, através dele, atua. Assim é que, sem criar méritos ou desméritos, liberta-se.

Enquanto estamos com a mente tomada por nossos problemas, nossas esperanças, nossos desesperos, nossas quedas e vitórias, nossas ilusões e desenganos, nossos lucros e prejuízos, nossos remorsos e ressentimentos, nossos projetos e fracassos, nossos erros e acertos, nossas crenças confortadoras,nossos risos, nossos prantos, nossos pertences, nossas euforias e disforias, nossa paz e nosso tormento.

Estamos ligados em nós mesmos, programados para nós mesmos. Se eu fizer “caridade” visando ser salvo e ir para o céu... Quem está desejando ser salvo?  Quem está comprando um ingresso no céu? A reposta só pode ser – eu.

Com tal “caridade”, em proveito do eu, continuarei nutrindo, engrandecendo, firmando, afirmando, fortalecendo aquilo que me tem frustrado, parasitado, iludido,prendido, reduzido... exatamente – o eu. Carregando o fardo do eu, ninguém se liberta, ninguém se ilumina, ninguém avança no rumo da paz.

Não estrague a alegria de dar com a egoística expectativa de receber. Dar, visando a retribuição, é causa de muitas tristezas. Dar depende de nós. Receber depende somente dos outros. Os outros podem ou não retribuir. Se ficarmos revoltados com a ingratidão dos outros, nunca encontraremos a verdadeira alegria no ato de dar.

O homem vulgar evita o mal, e chega a fazer o bem, na expectativa de lucrar. Usa a lei do karma para crescer e melhorar. O malvado, ignorante da Lei, compraz-se em fazer o mal, sem saber as consequências amargas sem saber que acumula dívidas a serem infalivelmente cobradas.

O homem medíocre evita fazer o mal e até chega a fazer o bem pois, sabendo da infalibilidade da Lei, visa ganhar méritos. Aquele, consciente da Lei, não faz dívidas nem acumula crédito, pois mentalmente, renunciando ao eu, reconhece-se como um simples instrumento passivo nas mãos de Deus. “Senhor, faça-se a Vossa vontade, não a minha.”

A amargura de hoje é colheita das sementes ruins que ontem semeamos. O bem-estar presente é o salário do bem que outrora fizemos. Ontem fizemos o hoje. Hoje construiremos o amanhã. Nada podemos fazer em relação ao que já foi feito, a não ser receber as consequências.

Não adianta esconderijo contra a ação corretiva do sofrimento. A reparação é certa. Diante disso, o melhor a fazer é aprender. É arrepender-se. É evitar o mal.

A convivência com os demais pode enriquecer-nos ou despojar-nos, libertar-nos ou comprometer-nos, fazer-nos felizes ou desditados...

Interiorização, reflexão, concentração, meditação, contemplação, diariamente praticados, asseguram ao serviço que prestamos as condições santificantes - amor e sabedoria.

Trecho extraído do livro Yoga: caminho para Deus, de Hermógenes

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