POSSO ENCONTRAR DEUS
NUMA TRINCHEIRA ?
Um homem que procura Deus não estará
numa trincheira. Quão falsos são os modos do nosso pensamento.
Criamos
uma falsa situação e nela esperamos encontrar
a verdade; no falso
tentamos encontrar o real.
Feliz daquele que vê o falso como falso
e
aquilo que é verdadeiro como verdadeiro.
Tornamo-nos pervertidos nos nossos modos
de pensar e sentir. Na
infelicidade desejamos
encontrar a felicidade; só abandonando a causa
da
infelicidade é que há alegria, Você e o soldado
criaram uma cultura que
os força a matar
e a serem mortos, e no meio desta crueldade
desejam
encontrar o amor.
Se está à procura de Deus não estará numa trincheira,
mas se lá estiver e o procurar, saberá como atuar.
Justificamos o
homicídio e no próprio ato de matar
tentamos encontrar o amor. Criamos
uma sociedade essencialmente baseada no valor sensorial,
na
mundaneidade, que necessita de trincheiras.
Justificamos e consentimos a
trincheira
e depois, na trincheira ou no bombardeiro,
esperamos
encontrar Deus, o amor.
Sem alterarmos fundamentalmente a estrutura
do
nosso pensamento-sentimento,
o Real não é encontrado. Sendo invejosos,
gananciosos e ignorantes, queremos ser pacíficos,
tolerantes e sensatos;
com uma mão assassinamos
e com a outra pacificamos. É esta contradição
que tem
que ser compreendida; não pode ter ambas,
ganância e paz, a
trincheira e Deus;
não pode justificar a ignorância
e contudo esperar
por iluminação.
A própria natureza do ego é estar em contradição;
e só quando o
pensamento-sentimento se liberta
dos seus próprios desejos
contraditórios pode haver tranquilidade e alegria. Esta liberdade com o
seu júbilo
chega com a consciência profunda do conflito da ânsia.
Quando
se tornar consciente do processo dual do desejo
e estiver passivamente
alerta, haverá a alegria do Real,
alegria essa que não é o produto da
vontade ou do tempo.
Não pode fugir da ignorância em qualquer altura,
ela tem que ser
dissipada através do seu próprio despertar; ninguém pode lhe despertar,
salvo você mesmo.
Através da sua própria auto-consciência
é que o
problema da sua criação cessa de ser.
Jiddu Krishnamurti
Nosso verdadeiro Ser habita esferas superiores de energia, que talvez as imaginemos como paraíso, e, neste universo físico no qual o nosso espírito, através de corpos mais densos - corpo mental, corpo astral e corpo físico - realiza as experiências da dualidade - amor/ódio, afinidade/repulsa, etc. - movimenta-se na tênue linha entre estes opostos, certamente para encontrar o 'paraíso' a que está predestinado como "filho de Deus". Não podemos servir a dois Senhores. Precisamos estar conscientes, despertos nessa experiência que realizamos aqui, pois já temos a certeza de que nada nos pertence, mas tudo está a nosso dispor. "Através da sua própria auto-consciência é que o problema da sua criação cessa de ser". KyraKally
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