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segunda-feira, 13 de julho de 2015

POSSO ENCONTRAR DEUS 
NUMA TRINCHEIRA ?

 Um homem que procura Deus não estará numa trincheira. Quão falsos são os modos do nosso pensamento. 
Criamos uma falsa situação e nela esperamos encontrar 
a verdade; no falso tentamos encontrar o real. 
Feliz daquele que vê o falso como falso 
e aquilo que é verdadeiro como verdadeiro.

 Tornamo-nos pervertidos nos nossos modos 
de pensar e sentir. Na infelicidade desejamos 
encontrar a felicidade; só abandonando a causa 
da infelicidade é que há alegria, Você e o soldado 
criaram uma cultura que os força a matar 
e a serem mortos, e no meio desta crueldade 
desejam encontrar o amor. 

Se está à procura de Deus não estará numa trincheira,
 mas se lá estiver e o procurar, saberá como atuar. 
Justificamos o homicídio e no próprio ato de matar
 tentamos encontrar o amor. Criamos uma sociedade essencialmente baseada no valor sensorial, 
na mundaneidade, que necessita de trincheiras. 
Justificamos e consentimos a trincheira 
e depois, na trincheira ou no bombardeiro, 
esperamos encontrar Deus, o amor. 

 Sem alterarmos fundamentalmente a estrutura 
do nosso pensamento-sentimento, 
o Real não é encontrado. Sendo invejosos, 
 gananciosos e ignorantes, queremos ser pacíficos, 
tolerantes e sensatos; com uma mão assassinamos 
e com a outra pacificamos. É esta contradição que tem 
que ser compreendida; não pode ter ambas,
 ganância e paz, a trincheira e Deus; 
não pode justificar a ignorância
 e contudo esperar por iluminação.

 A própria natureza do ego é estar em contradição; 
e só quando o pensamento-sentimento se liberta 
dos seus próprios desejos contraditórios pode haver tranquilidade e alegria. Esta liberdade com o seu júbilo 
chega com a consciência profunda do conflito da ânsia. 
Quando se tornar consciente do processo dual do desejo 
e estiver passivamente alerta, haverá a alegria do Real,
 alegria essa que não é o produto da vontade ou do tempo.

 Não pode fugir da ignorância em qualquer altura, 
ela tem que ser dissipada através do seu próprio despertar; ninguém pode lhe despertar, salvo você mesmo. 
Através da sua própria auto-consciência 
é que o problema da sua criação cessa de ser.


Jiddu Krishnamurti



Nosso verdadeiro Ser habita esferas superiores de energia, que talvez as imaginemos como paraíso, e,  neste universo físico no qual o nosso espírito, através de corpos mais densos - corpo mental, corpo astral e corpo físico - realiza as experiências da dualidade - amor/ódio, afinidade/repulsa, etc. - movimenta-se na tênue linha entre estes opostos, certamente para encontrar o 'paraíso' a que está predestinado como "filho de Deus". Não podemos servir a dois Senhores. Precisamos estar conscientes, despertos nessa experiência que realizamos aqui, pois já temos a certeza de que nada nos pertence, mas tudo está a nosso dispor. "Através da sua própria auto-consciência é que o problema da sua criação cessa de ser". KyraKally
 

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