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quinta-feira, 2 de julho de 2015

HÁ MEDO EM NOSSOS CORAÇÕES, 
NÃO AMOR
Pergunta: Por que veneramos Deus?

Krishnamurti: Não me parece que veneramos Deus. Não ria! Veja, nós não amamos Deus; se amássemos a Deus, não haveria essa coisa que chamamos “adoração”. Adoramos Deus porque O tememos; há medo em nossos corações, e não amor. O templo, os rituais, as roupas sagradas — essas coisas não são de Deus, são criações da vaidade e do medo do homem. Só os que são infelizes, os que sentem medo, adoram Deus. Os que têm riqueza, posição e autoridade, não são entes felizes. O homem ambicioso é um ente humano muito infeliz. A felicidade só vem quando estamos libertados de tudo isso; e, então, não adoramos Deus. São os infelizes, os torturados, os desesperados, que se arrastam para os templos; mas, se abandonarem essa suposta devoção e compreenderem sua confusão, eles serão então homens e mulheres felizes, porque descobrirão o que é a Verdade, o que é Deus.

Krishnamurt
 
 
Citarei alguns trechos de um poema atribuído a Baruch Espinoza que se enquadra nesta explanação de Krishnamurt: "Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti. Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar. Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti."
Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.

Então, por que procurar Deus se Ele já está conosco? Devemos, sim, retirar a trave de nossos olhos e os tampões de nossos ouvidos para abrir-Lhe espaço e deixá-Lo manifestar-se em nós. KyraKally
 

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