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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

 PACIÊNCIA CONOSCO

Geralmente, a primeira criatura que sofre a violentação de nossa intemperança mental somos nós mesmos.

Antes de atacarmos o próximo com as irradiações perturbadoras ou destrutivas da cólera, desintegramos as próprias energias, convertendo o cérebro num caos e a palavra num estilete invisível, na ação desvairada de nossa inconsequência.

Tenhamos serenidade diante de nós, consagrando a auto-disciplina por diretriz da própria alma, em qualquer circunstância.

Guardemos calma, diante das forças conturbadas que eventualmente nos cerquem e deixemos o verbo ou a decisão para a hora do equilíbrio, certos de que a desarmonia, em nós ou fora de nós, é sempre nuvem pesada de mortíferos dardos de treva, desanimo, aflição e morte.

Tem paciência contigo e usarás a verdadeira tolerância com os outros.

Cerra as portas da consciência aos impulsos da animalidade primitivista, não dês guarida ao raio da violência que te induz a desatinos fatais e aprenderás que a paciência vale mais que o repouso, simbolizando no firmamento de nosso espírito o arco-íris da aliança, entre nossa alma e a Harmonia Celeste, elevando-nos a insignificância de criaturas incipientes e frágeis do Universo para a luz soberana da Grandeza Divina.

Habitualmente, paciência é um artigo que aspiramos a adquirir de exportação alheia, na loja da vida.

Para pesquisar, entretanto, a existência desse talento em nós, urge observar as nossas reações no cotidiano.

Para isso, não é a manifestação menos desejável do próximo que nos favorecerá o estudo preciso e sim o próprio comportamento analisado por nós mesmos.

O chefe que se desmandou em gritaria terá encontrado motivos para agir assim, em vista das aflitivas questões que lhe esfogueiam o pensamento.

O subordinado que aderiu à rebeldia, entrou, possivelmente, em perturbação, induzido pelas constrangedoras necessidades materiais que lhe corroem o mundo íntimo.

O amigo que se aborreceu indebitamente conosco decerto abraçou semelhante procedimento, impulsionado por lamentáveis equívocos.

O adversário que se fez mais azedo, atirando-nos pesadas injurias, terá descido a crises mortais de ódio, reclamando, por isso, mais ampla dose de compaixão.

O companheiro que nos espanca mentalmente com o relho da cólera jaz, sem dúvida, ameaçado de colapso nervoso, exigindo o socorro do silêncio e da oração, a fim de não cair em moléstia mais grave. O irmão que abraçou aventuras menos felizes, provavelmente haverá resvalado na sombra de perigosa ação obsessiva, cujos meandros de treva não somos ainda capazes de perceber.

Paciência é tesouro que acumulamos, migalha a migalha de amor e entendimento, perante os outros; para conquistá-lo, no entanto, é forçoso saibamos justificar com sinceridade a irritação e a hostilidade, sempre que surjam naqueles que nos rodeiam.

Em tese'>síntese, se desejamos a própria integração com os ensinamentos do Cristo, é imperioso compreender que todos os irmãos destrambelhados em fadiga ou desfalecentes na prova, ainda incientes quanto às próprias responsabilidades, têm talvez razão de perder o próprio equilíbrio, menos nós.

Emmanuel, através do médium Francisco Cândido Xavier
http://www.caminhosluz.com.br 

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