Em sua existência formal, o Cosmos irradia ordem e manifesta leis
superiores, divinas. Observando isso, o homem poderia obter todo o
ensinamento de que necessitasse. Não há uma partícula sequer dentro de
tal imensidão que, seguindo essas Leis, não tenha sua posição definida.
Nem mesmo um pequeno raio de luz é emitido que não seja para cumprir
determinada tarefa. Nada se move ou vive fora da Grande Presença.
Assim, se uma pessoa é encarregada de uma tarefa que faça parte do
Plano de Deus, seus corpos mental, emocional e físico vão sendo
preparados para desempenhá-la. É fato que o homem terrestre trilhou
caminhos fora da Lei Universal e traz gravadas nas células de seus
corpos as marcas dessa trajetória.
Vivendo neste planeta, ao indivíduo cabe lidar com seus corpos mental,
emocional e físico procurando elevar-lhes a vibração. Todos os cuidados
nesse sentido devem ser tomados desapegadamente (inclusive a
alimentação, a higiene e a postura), sabendo que o verdadeiro processo é
o desenvolvimento da consciência. Cabe à pessoa contatar o propósito
interior e cumpri-lo em todos os níveis. Esses cuidados, no entanto, não
precisam ser excessivos. É necessário apenas que ela esteja desperta e que possa cumprir em pura
e sincera entrega aquilo que lhe foi designado pelo Alto.
A parábola dos talentos, mencionada na Bíblia, ensina o valor que há em
multiplicarmos o que o Senhor nos entregou; mas multiplicar em Luz, e
não materialmente, como é de uso comum compreender essa instrução.
Energias especiais, sutis, incidem sobre aquele cujo contato com a vida
espiritual esteja mais aberto. Se estiver em inteira disponibilidade
para o serviço, poderá adequar-se prontamente às rápidas transformações
que se façam necessárias no cumprimento de sua tarefa.
É importante que se esteja desidentificado das suas emoções, da sua
própria mente, dos seus condicionamentos, de respostas mecânicas, que se
esteja pronto para renascer a cada momento – preparado, portanto, para a
todo instante morrer para o que se é em aparência. Na presente situação
planetária, na qual profundas transformações estão ocorrendo, é hora de
entregar mais profundamente a própria vida – vida que ilusoriamente
pensamos ser nossa, quando na verdade é do Único.
Pela percepção da mente bem pouco se pode saber sobre os movimentos da
energia sutil espiritual. Para que nossa consciência participe desses
processos é preciso colocarmos de lado as expectativas, os sonhos e até
mesmo o desejo de servir; enfim, é preciso calarmos. O silêncio é o
melhor instrumento de serviço e também a única e verdadeira oferta que
se pode fazer aos trabalhos internos.
Se o impulso da devoção permear o nosso ser, devemos deixar que ela arda e incendeie cada passo que dermos; se por momentos ou dias estiver sobre nós presente de maneira especial a energia da ordem, devemos manifestá-la, permitindo que ajuste e conduza às exatas posições aquilo que nos cerca. E, diante de tudo isso, se nos dispusermos a nada querer e a não impor obstáculos, participaremos de um movimento cósmico que, como um bailado, move universos, levando-os a realizarem o trabalho do Plano de Deus em completa harmonia.
José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br
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