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terça-feira, 7 de junho de 2022

A CONSCIÊNCIA CENTRADA NO CORAÇÃO


“Seu coração não responde à sua mente. Seu coração na verdade, revela os desejos mais profundos da sua alma. Nenhum tipo de justificativa racional ou desculpas alteram os verdadeiros desejos do coração, apenas atrasam a vivência da vida maravilhosa que você busca” ( Robert Beno )

Há uma razão para que frases como “siga o seu coração”, “acredite nos seus sentimentos” e “deixe seu coração te guiar” terem perseverado através do tempo. Muitas delas podem soar clichês motivacionais que não significam realmente nada, mas para àqueles estão no caminho espiritual, elas são as respostas tão aguardadas às suas mais antigas orações.  

Não há a necessidade de saber se você está progredindo no caminho espiritual para estar. Como uma semente na terra não precisa que ninguém a informe que ela está crescendo, nosso nível de consciência se expande à um ritmo automático e orgânico conforme a jornada pessoal de cada um

Há certos estágios em que todas as pessoas terão que atravessar em suas jornadas, e estar em estágios mais avançados não quer dizer que alguém é melhor, até porque isso seria mais uma armadilha do ego na tentativa de te auto enganar, mas sim que nesse estágio a jornada tornou-se expressão de si em todas as realidades vividas, há a integração do que se acredita ao que se manifesta, ao contrário dos estágios primários em que há a necessidade de crer antes para aprender, e isso ocorre no momento perfeito para cada indivíduo especificamente.

O principal indicador de que estamos em um estágio avançado é quando a consciência deixa de focar na mente e se volta para o coração. É quando percebemos a profundidade de nossos sentimentos e escolhas, e nesse momento, apenas compreender a razão das emoções ou o porque das coisas serem como são não ajuda mais. O senso de “importância” que talvez tenha sido cultivado nos estágios anteriores da jornada, onde nosso ego espiritual começou a se formar é confrontado repetidamente pelas pessoas inconscientes e não despertas que ainda encontramos no nosso dia a dia.

Não somos mais capazes de manter os guardas e os muros que formamos com o passar do tempo ao redor dos nossos aspectos mais vulneráveis. A única maneira de superar a dor, o medo e o julgamento é passando pelos respectivos processos, se permitir sentir intensamente cada um desses sentimentos. Quando a consciência se volta ao coração, fica claro que nossas emoções são a verdadeira linguagem da nossa orientação intuitiva.
 

A Crucificação

“Você tem que continuar quebrando seu coração até que ele se abra” (Rumi)

Embora a leitura deste artigo não lhe dê o luxo de ultrapassar a dor que costuma ser acompanhada por esta etapa de sua jornada, isso lhe dará, pelo menos, alguma visão sobre o que está acontecendo e também pode te dar apoio para aceitar você mesmo e a sua vida tal como é, ao contrário de lutar com o que já está destinado a ocorrer.

Muitos textos religiosos possuem histórias que quando decodificadas falam explicitamente sobre o ego (a mente/os pensamentos) sendo dissolvido à medida em que abre-se a porta à nossa divindade, eu divino ou a divina natureza (o coração). Na Bíblia Cristã, a história que simboliza esse estágio na jornada espiritual é a Crucificação de Cristo. Nessa passagem, depois de ter sido sentenciado à morte, Jesus é forçado a carregar sua própria cruz até o topo da montanha enquanto é fisicamente e verbalmente abusado pelos espectadores. Emocionalmente e fisicamente exausto, Jesus chega ao topo da montanha onde é pendurado na cruz que ele carregou para morrer.

Em nossas próprias vidas, vemos como a história da Crucificação pode se comparar às circunstâncias devastadoras da vida que muitas vezes se tornam o catalisador para o nosso próprio coração se abrir. Assim como Jesus estava preso à cruz em uma posição completamente vulnerável, nosso coração muitas vezes, se abre quando nos tornamos mais vulneráveis. Neste ponto, as defesas do ego-mente não funcionam mais para proteger nossa natureza inocente de serem expostas, portanto somos obrigados a abraçar esses aspectos mais vulneráveis ​​como eles são. Consequentemente, ao abraçar nossos aspectos mais vulneráveis, descobrimos que eles possuem todo o poder para nos proteger contra todos os supostos “predadores” que nossa mente-ego inventaram ao longo da vida.

O que pensávamos que seria a nossa morte, nos transforma em um corajoso pilar de força e luz. Quanto mais nos permitimos ser vulneráveis, mais fortes percebemos que somos. Ao deixar a vida nos crucificar, percebemos o quão poderosos sempre fomos, e que todo esse poder sempre existiu e existirá em nosso coração.
 

Honestidade, Humildade e Silêncio

“Ser vulnerável é a única maneira de permitir que seu coração sinta a verdadeira alegria” ( Bob Marley)

A mudança da nossa consciência de mente para coração provavelmente não acontecerá da noite para o dia. É um processo que acontece durante um período de tempo depois de começarmos a ser honestos e humildades com nós mesmos e com os demais. O ego se esconde nas mentiras que contamos a nós mesmos. Os medos em que acreditamos, o desvalor que sentimos sobre nós mesmos e a sensação de falta que achamos que está nos esperando ao seguir o desejo mais profundo de nosso coração é como o ego continua a existir. Mas, como diz o ditado, a verdade o libertará.

As confissões mais honestas que nos permitimos fazer (mesmo que apenas para si próprio) se tornam o próprio catalisador pelo qual o ego começa a se desvendar. A falta de julgamento de nossos traços mais julgados e escondidos (traços mais vulneráveis) é o que finalmente nos liberta. O ego literalmente não pode sobreviver quando já não estamos mentindo para nós mesmos. Quanto mais abraçamos a dignidade, abundância, satisfação e felicidade como a última verdade da existência, mais o ego não tem espaço para se esconder e é forçado a se integrar na luz que somos.

Ao longo do tempo, conforme suavizamos nossa abordagem com o nosso próprio ego e criança interior, começamos a tratá-lo com amor e compaixão, nos sentimos seguros o suficiente para estar tranquilos a respeito das nossas emoções, e o coração se sente seguro o suficiente para sentir. À medida que os pensamentos em nossa mente começam a diminuir, o silêncio torna-se nosso estado natural, e o sentir do nosso caminho através da vida se torna a lei.
 

A Mudança Espontânea

Embora possamos certamente nos ensinar a sentir o nosso caminho através das situações, para responder com calma à vida ao invés de reagir e respirar profundamente e devagar, ainda é um elemento de despertar para o espaço do coração que ocorre espontaneamente e sem esforço.

Alguns chamam de “graça”, outros o chamam de “mistério”, mas, no entanto, a mudança de consciência para o coração é algo que não podemos forçar. Infelizmente, o constante apego do ego ao esforço para alcançar um objetivo pode se tornar a orientação do ego rs. No ego espiritual, a iluminação ou o despertar são perseguidos e “trabalhados” como uma pessoa que está treinando para uma corrida.

Este esforço para algo deve eventualmente ser desenrolado e abandonado pelo nosso ego também. Nós devemos finalmente aceitar que uma das partes mais bonitas de uma jornada espiritual é que o despertar no espaço do coração acontece sem esforço nenhum e é absolutamente individual e ocorre no momento perfeito planejado por nossa alma. Até então, apenas tente aproveitar a jornada e aprender com suas tristezas e alegrias.

Escrito por Nikki Sapp e e traduzido por YanRam
https://ograndejardim.com

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