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domingo, 12 de setembro de 2021

 A PRESENÇA DIVINA 
E A HUMILDADE NA MEDITAÇÃO

Na paz e no silêncio, o Eterno se manifesta; não permitas coisa alguma perturbar-te e o Eterno se manifestará, sê perfeitamente igual diante de tudo e o Eterno estará aí ....

 

Sim, não se deve por intensidade demais nem esforço demais em procurá-Lo; essa intensidade e esses esforços são um véu diante Dele; não se deve desejar vê-Lo, é ainda agitação mental que obscurece esta Presença Eterna. É na Paz, na Serenidade, na Igualdade a mais completa, que tudo é e, a menor vibração nessa atmosfera perfeitamente pura e calma é um obstáculo a Sua manifestação. Nenhuma pressa, nenhuma inquietude, nenhuma tensão; nada senão o Divino, sem análise, nem objetivação, e Ele está aí, sem dúvida alguma possível, porque tudo se torna Paz Santa e Silêncio Sagrado.   

E isso é melhor do que todas as meditações do mundo.

A meditação é necessária, mas deve vir espontaneamente. De repente, você será tomado por algo que o deixa imóvel, o faz concentrar-se na visão de uma ideia ou de um estado psicológico. Isso o captura. Você não deve resistir. Nesse momento você faz o progresso necessário. Nesse momento você vê, entende algo; e então no momento seguinte volta ao seu trabalho com aquilo que ganhou, mas sem qualquer pretensão.

Não me agradam aqueles que se acreditam muito excepcionais porque se sentam e meditam. De todas as coisas, esta é a mais perigosa, porque se tornam tão envaidecidos e cheios de auto-satisfação, que fecham deste modo todos os caminhos do progresso.

Há algo que sempre é dito, mas não é bem compreendido, é a necessidade de humildade. Seja humilde, se puder ser da maneira certa; acima de tudo não o seja da maneira errada, pois isso não o leva a lugar algum.

Se puder tirar de si essa erva daninha chamada vaidade, então de fato terá feito algo de valor. Mas isso é de fato difícil!Você não pode fazer bem uma coisa, ou ter uma boa ideia, ou ter um movimento certo, ou fazer um pequeno progresso sem ficar cheio por dentro, sem uma auto-satisfação cheia de vaidade.

A pessoa deve trabalhar a vida inteira e nunca esquecer de trabalhar a fim de arrancar a raiz dessa erva daninha que brota sempre, tão insidiosamente que você acredita que ela se foi, e então se sente muito modesto e diz: “Não fui eu que fiz isso, sinto que foi o Divino, eu nada sou se Ele não existir”. E no momento seguinte você se sente tão satisfeito consigo mesmo simplesmente por ter pensado isso.

Quando se diz às pessoas para serem humildes, elas pensam imediatamente em “serem humildes perante outras pessoas”, e essa humildade é errada. A verdadeira humildade é a humildade perante o Divino, que significa um sentimento preciso, exato, vivo, de que a pessoa é nada, que nada se pode fazer ou entender sem o Divino, que mesmo sendo excepcionalmente inteligente e capaz, isso nada é em comparação com a Consciência Divina. 

E esse sentimento deve ser sempre mantido, porque então a pessoa terá sempre a verdadeira atitude de receptividade – uma humilde receptividade que não coloca as pretensões pessoais em oposição ao Divino.  

Mirra Alfassa
https://todavidaeyoga.blogspot.com 

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