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terça-feira, 8 de setembro de 2020

 HORA DE CRESCER INTERIORMENTE: 

OS ESTÁGIOS EVOLUTIVOS DA ALMA

Hercules | Arte grega, Escultura grega e Arte masculina  

Todos somos Hércules

De quando em quando, deparamo-nos com um grande portal, isto é, ficamos diante de um novo ciclo de nossa vida. É inútil forçar a entrada a esses portais: cabe-nos atravessá-los, se quisermos, quando estão abertos diante de nós - o que só acontece quando realmente estamos prontos para a nova etapa. Aplica-se aqui o mesmo princípio que se observa nas leis imutáveis, segundo o qual "quando o discípulo está pronto, o Instrutor aparece".

Dizemos, genericamente, que há três estágios evolutivos dos indivíduos. O primeiro tipo é o dos que ainda não despertaram para a existência da alma ou eu superior; o segundo é o dos que estão abertos para essa realidade e se comportam como seres em evolução; e o terceiro é o dos que vivem conscientemente à luz dessa alma e sabem, portanto, que são seres reencarnantes.

A história de Hércules narra os ciclos básicos da experiência da alma individual: primeiro, sua evolução na matéria, nas fases em que se identifica com realidades dos níveis mais densos da consciência; em seguida, sua fase de luta no plano físico, em que, a certa altura de sua evolução, começa a destacar-se da consciência de massa; por fim, as etapas de realização por meio de um desenvolvimento assumido cada vez mais conscientemente no decorrer da vida.

Todos somos Hércules. Podemos identificar nossas próprias quedas, retomadas e experiências positivas através de seus doze conhecidos trabalhos. Podemos buscar reconhecer a nós mesmos nas etapas de involução, de luta e de realização e apercebermo-nos de que as aventuras vividas por esse herói legendário correspondem a fases do nosso processo evolutivo.

Há na história do Hércules mitológico uma passagem em que o herói, ao ser preparado para suas aventuras, dialoga com seu instrutor. O instrutor, que tem mais experiência e que está dentro de Hércules, responde que ele descobrirá sua própria alma à medida que cumprir suas tarefas. O instrutor então pergunta-lhe quem são os seus pais. Hércules, passando na prova, responde que seu pai é divino, embora não o conheça, mas sabe muito bem que é seu filho. Quanto à sua mãe, ele acredita que tenha origem terrestre e a conhece em profundidade. Somos, então, divinos e, ao mesmo tempo, terrestres? Vivemos, simultaneamente, uma vida humana e outra bem diferente em níveis internos, até que estes caminhos sejam absorvidos numa única síntese. No entanto, ainda não é a maioria dos seres humanos que manifesta a vida da alma na passagem pela Terra.

Convidamos o leitor a refletir a fim de alcançar novas compreensões. Para nós, refletir sobre uma questão que nos é obscura significa visualizá-la do maior número de ângulos possível sem, no entanto, tirar conclusões apressadas a seu respeito. Após considerar diversos aspectos do problema, retira-se da mente a questão e entrega-se todo o material visualizado aos níveis mais profundos da própria consciência. A partir daí, emerge, sem que criemos expectativas de espécie alguma, a compreensão que antes não tínhamos.

Mas o que é preciso fazer para que o instrutor se apresente a nós? Quando não mais conseguimos ralentar nossos passos ou negar o amor à Verdade e, tampouco, entregar-nos às forças da inércia, da separatividade e do egoísmo, é sinal de que o instrutor se está mostrando a nós.

José Trigueirinho Netto

https://www.otempo.com.br

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