SOLIDÃO E CONTEMPLAÇÃO
A verdadeira solidão não é qualquer coisa exterior a vós, não é a
ausência de gente e de ruído em torno de vós: é um abismo a abrir-se no
centro da vossa própria alma.
E esse abismo de solidão interior é criado por uma fome que nenhuma coisa criada pode satisfazer.
O caminho único para encontrar a solidão é a fome, a sede, a tristeza, a pobreza e o desejo, e o homem que pôde achá-la está tão vazio como se a morte o tivesse esvaziado.
Ultrapassou todos os horizontes. Já não lhe resta qualquer caminho pode onde possa enveredar. Ela é a zona cujo centro está em toda a parte e a circunferência em parte alguma. Não é viajando que a encontrareis, mas permanecendo imóvel.
No entanto, é em tal solidão que as mais fecundas atividades têm seu começo. É aí que conhecereis a ação sem movimento, o esforço que é profundo repouso, a visão nas trevas, e, para mais além de qualquer desejo, uma plenitude cujos limites se estendem até ao infinito.
E esse abismo de solidão interior é criado por uma fome que nenhuma coisa criada pode satisfazer.
O caminho único para encontrar a solidão é a fome, a sede, a tristeza, a pobreza e o desejo, e o homem que pôde achá-la está tão vazio como se a morte o tivesse esvaziado.
Ultrapassou todos os horizontes. Já não lhe resta qualquer caminho pode onde possa enveredar. Ela é a zona cujo centro está em toda a parte e a circunferência em parte alguma. Não é viajando que a encontrareis, mas permanecendo imóvel.
No entanto, é em tal solidão que as mais fecundas atividades têm seu começo. É aí que conhecereis a ação sem movimento, o esforço que é profundo repouso, a visão nas trevas, e, para mais além de qualquer desejo, uma plenitude cujos limites se estendem até ao infinito.
A contemplação é também a resposta a um
chamado. Um chamado daquele que não tem voz e no entanto se faz ouvir em
tudo que existe, e que, sobretudo, fala nas profundezas de nosso
próprio ser, pois nós somos palavras dele. Mas somos palavras que
existem para responder a ele, atendê-lo, fazer-lhe eco e mesmo, de certo
modo, para estarem repletas dele, contê-lo e significá-lo.
A
contemplação é esse eco. É uma profunda ressonância no mais íntimo
centro de nosso espírito, onde nossa própria vida perde sua voz
específica e ecoa a majestade e a misericórdia daquele que é oculto mas
Vivo.É um despertar, uma iluminação, e a apreensão intuitiva,
espantosa, com que o amor se certifica da intervenção criadora e
dinâmica de Deus em nossa vida cotidiana.
A contemplação, portanto, não
“encontra” simplesmente uma ideia clara sobre Deus, confinando-o dentro
dos limites dessa ideia, retendo-o como um prisioneiro a quem se pode
sempre voltar. Pelo contrário, a contemplação é que é por ele arrebatada
e transportada ao próprio domínio dele, seu mistério, sua liberdade.
Thomas Merton
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