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domingo, 1 de fevereiro de 2015

ZORBA, O BUDA



Visualize uma vida do tipo Zorba, o grego – comidas, 
bebidas, divertimento, sensualidade, paixão...
Às vezes podemos pensar que este é o caminho...
Outras vezes podemos pensar que o caminho é sentar silenciosamente, atento, imóvel, como um monge.
 

Então, surge a dúvida: o que devemos ser – Zorbas ou monges?
Será que podemos ser ambos? Zorbas, movidos pela paixão e pelos desejos, e Budas, desapaixonados, calmos e tranqüilos?
Esta é a síntese suprema. Quando o Zorba se torna um Buda.
Zorba é lindo, mas alguma coisa está faltando. 
Ele é da terra, tem raízes, mas ele não tem asas. 
Ele não pode voar pelo céu.
Ele tem raízes, mas não tem asas.
 

Comer, beber e se divertir, em si, é perfeitamente bom – não há nada de errado nisso. Mas não é suficiente. Breve você se cansará disso. Breve o sonho se torna monotonia – porque é repetitivo. Apenas uma mente muito medíocre 
pode continuar indefinidamente feliz com isso.
O próprio Buda foi um Zorba.
 

Ele teve todas as mais lindas mulheres que havia no seu país.
Seu pai providenciou para que todas as lindas garotas estivessem à sua volta. Ele teve os mais belos palácios; diferentes palácios para as diferentes estações. Ele teve todo o luxo possível.  Ele viveu a vida de Zorba,  o Grego, 
por isso, quando tinha apenas 29 anos, 
ficou absolutamente frustrado.
 

Ele era um homem muito inteligente. Se tivesse sido 
um homem medíocre, teria continuado a viver assim.
A experiência da vida é muito amarga. 
Ela é doce apenas na imaginação.  Ele fugiu do palácio, 
das mulheres, da riqueza, do luxo, de tudo mais...
 

Assim, não devemos ser contra Zorba, o Grego, 
porque Zorba, o Grego é a própria origem de Zorba, o Buda.
Buda surge a partir dessa experiência.
Assim seja totalmente a favor deste mundo, pois o outro mundo só pode ser experimentado através deste mundo.
Não fuja do mundo, não torne-se um monge.
Viva neste mundo, porque este mundo proporciona um certo amadurecimento, uma certa maturidade, integridade.
 

Os desafios deste mundo lhe dão centramento, consciência.
Então, você pode mover-se de Zorba para Buda.
Apenas os Zorbas se tornam Budas – e Buda jamais foi um monge. Um monge é aquele que nunca foi Zorba e ficou encantado com as palavras dos Budas.
 

Quando um monge se afasta do mundo, 
ele vai lutando com o mundo. Ele não parte relaxado. 
Todo seu ser é atraído pelo mundo. Ele se torna dividido.
Metade do seu ser é por este mundo e a outra metade 
se tornou ávida pelo outro. Um monge é basicamente uma pessoa dividida entre o mais baixo e o mais alto.
 

Mas lembre-se que você só pode alcançar o mais alto apenas quando viveu inteiramente o mais baixo – somente passando por toda agonia e todo êxtase do mais baixo.
 

Antes de uma flor de Lótus se transformar numa flor de Lótus, ela tem que se mover através da lama – essa lama é o mundo.
O monge fugiu da lama, talvez por causa do ego. 
Mas se ele quiser florescer como flor de lótus, 
terá que cair na lama – ele terá que viver essa contradição. 
Sem a contradição de viver na lama, não há como ir além.
Não anseie pelo outro mundo. Viva este mundo e
 viva-o com intensidade, com paixão. 
Viva com totalidade, com todo o seu ser.
 

E a partir dessa total confiança, a partir dessa vida de paixão, amor e alegria, você se tornará capaz de ir além.
O outro mundo está oculto neste mundo.
O Buda está adormecido no Zorba. Precisa ser despertado.
 E ninguém pode despertar você, a não ser a própria vida.
Seja total onde quer que você esteja – 
viva essa condição totalmente.
E somente ao viver uma coisa totalmente 
você pode transcendê-la.
 

Primeiro torne-se um Zorba, uma flor desta terra, 
adquirindo através disso a capacidade de se tornar um Buda – a flor do outro mundo. O outro mundo não está distante deste mundo; o outro mundo não é contra este mundo. 
O outro mundo está oculto neste. Este é apenas 
uma manifestação do outro, e o outro 
é a parte não-manifesta deste.


OSHO


Para chegarmos ao céu precisamos passar pelo inferno, (lembra-se?)  pisar na lama,  cometer 'pecados', viver intensamente as experiências do mundo das ilusões, pois enquanto não percebermos e compreendermos todos esses movimentos como sendo ferramentas para o nosso aprendizado, não sairemos da roda das reencarnações - ela existe para proporcionar ao ser humano as experiências necessárias para que realmente almejemos chegar ao outro lado da vida. Como diz Osho: "O outro mundo está oculto neste. Este é apenas uma manifestação do outro, e o outro é a parte não-manifesta deste". KyraKally




 

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