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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

INVESTIGUE, NÃO SIGA. (parte II)


A Verdade não pode ser ensinada; tendes de descobri-la 
por vós mesmos; mas não tereis possibilidade de descobri-la 
se começardes com o pressuposto de que a Verdade 
existe ou não existe, de que Deus existe ou não existe. 

Só poderemos descobrir se existe ou não a Verdade 
se começarmos a aprender,  passarmos a investigar, 
a indagar; e não há investigação quando se começa 
com uma conclusão, um pressuposto.

 
Se observares vossa própria mente, vereis quanto é difícil 
estar livre de conclusões. Afinal, o que sabeis é 
uma série de conclusões, constituída daquilo que 
vos foi ensinado, do que aprendestes dos livros ou do que achastes em vossas próprias reações - e sobre tal base começais a pensar, a levantar o edifício do pensamento! 

Mas, sem dúvida, a mente que deseja descobrir 
o que é Verdade ou Deus, deve começar sem 
nenhum pressuposto, nenhuma conclusão, quer dizer, 
livre para investigar. E se observares vossa 
própria mente, vereis que não é livre. 

Está cheia de conclusões, pesada de conhecimento, 
provindo de muitos milhares de dias passados; 
ela pensa segundo o Gita, a Bíblia o Alcorão, 
ou um certo instrutor, e começa com o pressuposto 
de que o que dizem é a Verdade. Mas se ela 
já sabe o que é a Verdade, é claro que não tem 
necessidade de procurar a Verdade.

 
Uma mente torturada, frustrada, moldada pelo que a rodeia, que se conforma à moral social estabelecida é, em si própria, confusa; e uma mente confusa não pode descobrir 
o que é a Verdade. Para a mente descobrir esse estranho mistério - se tal coisa existe - ela precisa construir as bases 
de uma conduta moral, o que não tem nada a ver com a moralidade social, uma conduta sem medos e, portanto, livre. 

Só então - depois de lançada esta base profunda - a mente poderá prosseguir no sentido de descobrir o que é meditação, essa qualidade de silêncio, de observação, 
na qual o "observador" não existe. 

Se esta base de conduta correta não está presente 
na existência de cada um, na sua ação, então 
a meditação tem muito pouco significado.

 
Aqueles que desejam entender, que estão procurando descobrir o que é eterno, sem começo e sem fim, caminharão juntos com maior intensidade, e constituirão um perigo para tudo o que não é essencial, para as ilusões, para as sombras. 
E eles se congregarão, tornar-se-ão a chama, pois compreendem. Este é o conjunto de pessoas que devemos criar, e este é o meu propósito. 

Por causa dessa verdadeira amizade... 
haverá uma cooperação de verdade da parte de cada um. 
E não haverá autoridade.  
J. Krishnamurti
Não é fácil transmitir através da palavra aquilo que só pode ser compreendido pela própria experiência. Por mais que se explique, principalmente para aqueles cujas mentes estão confusas, ainda presas as armadilhas do mundo das ilusões, que não conseguem viver a unicidade, que utilizam frequentemente os pronomes possessivos - meu, seu, nosso, etc - é realmente muito complicado. Temos que desaprender tudo que aprendemos, voltar ao zero e começar de novo, tal qual uma criança, mente descondicionada e coração puro. KyraKally

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