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sábado, 6 de dezembro de 2014

PECADO É NÃO GOZAR A VIDA

 

O homem nasceu para se realizar na vida, mas tudo depende dele. Ele pode não alcançar. Pode continuar respirando, pode continuar comendo, envelhecendo, pode continuar indo em direção à sepultura -, mas isso não é vida. Isso é uma morte gradativa, do berço à sepultura, uma morte gradual ao longo de setenta oitenta anos.

 

A vida não deve ser simplesmente um envelhecer - Qualquer animal é capaz de envelhecer. A vida deve ser um crescer – crescer é um privilégio dos seres humanos e apenas uns poucos reivindicam esse direito.
 

Crescer significa penetrar, a cada momento, mais profundamente nos princípios da vida; significa ir se afastando da morte – e não seguir em direção a morte. Quanto mais fundo você for na vida, mais perceberá a imortalidade dentro de si.
 

Para crescer apenas observe uma árvore. À medida que a árvore cresce, suas raízes se aprofundam. Na vida, crescer significa aprofundar-se dentro de si mesmo – é aí que suas raízes se encontram.

 

Pra mim, o princípio fundamental da vida é a meditação. Meditação significa mergulhar na sua imortalidade, mergulhar na sua eternidade, mergulhar na sua divindade. E a criança é a pessoa mais qualificada, porque ainda não foi contaminada pelo conhecimento, contaminada pela religião, pela educação, por todo tipo de lixo. Ela é inocente. Mas infelizmente sua inocência está sendo condenada como ignorância.
 

Uma criança pequena não tem ambições, não tem desejos. Ela está absorvida pelo momento – um pássaro voando prende sua atenção totalmente; apenas uma simples borboleta, suas lindas cores, e a criança fica encantada.
 

A inocência é rica, é plena, é pura. A ignorância é pobre, é um mendigo – ela quer isso, quer aquilo, quer ser culta, quer ser respeitada, quer ser rica, quer ser poderosa. A ignorância se move pelo caminho do desejo. A inocência é um estado livre de desejos.
 

Quando você chegar a entender que perdeu sua vida, o primeiro princípio a ser trazido de volta é a inocência.

 

Abandone o seu conhecimento, esqueça as escrituras, esqueça suas religiões, suas teologias. Volte a nascer, torne-se inocente – e isso está em suas mãos. Limpe sua mente de tudo que não é seu conhecimento próprio, de tudo que é emprestado, de tudo que veio através da tradição, dos costumes, de tudo que foi dado a você pelos outros – pais, professores, universidades.
 

                         Simplesmente livre-se de tudo isso.
                  Volte a ser simples. Uma criança novamente.
 

A vida deve ser uma busca – não um desejo, mas uma procura; não uma ambição para se tornar isso ou aquilo, mas uma busca para descobrir “quem sou eu?” É muito estranho que as pessoas que não saibam quem elas são estejam tentando tornar-se alguém. Elas não conhecem o seu próprio ser. E descobrir o seu ser é o começo da vida.
 

Então cada momento traz uma nova descoberta, cada momento traz uma nova alegria. Um novo mistério abre suas portas, um novo amor começa a crescer em você – uma nova compaixão, que você nunca sentiu antes, uma nova sensibilidade para a beleza, para a bondade.

 

À medida que você se torna mais sensível, a vida vai ficando maior. A vida não é um pequeno lago, ela se torna oceânica. Não fica limitada a você, e à sua esposa e às suas crianças – ela não tem limite algum. Toda essa existência se torna sua família e, ao menos que toda a existência passe a ser sua família, você não conheceu o que é a vida – porque nenhum homem é uma ilha, estamos todos relacionados.
 

Somos um vasto continente, ligados de milhões de maneiras. E se nossos corações não estiverem cheios de amor pelo Todo, nossas vidas se tornarão menor na mesma proporção. A meditação lhe trará sensibilidade, uma profunda sensação de pertencer ao mundo.
 

Esse mundo nos pertence, as estrelas nos pertencem. Nós não somos estrangeiros aqui! Nós somos partes da existência – somos o seu coração. E a partir dessa compreensão, um profundo silêncio virá – porque todo lixo do conhecimento se foi. Os pensamentos, que são parte desse conhecimento, também se foram... 

 

Um imenso silêncio... E você fica surpreso: 

este silêncio é a única música que existe.

 

 Osho

 

Não se retorna à inocência sem sacrifícios. Digo sacrifício porque o que praticamos sem compreender torna-se um sacrifício, que até agora foi mal entendido, pois o sacrifício é uma das expressões do amor e não uma mortificação. Retornamos à inocência depois do "pecado", que nada mais é do que um salto para trás, entretanto muito eficaz para uma compreensão mais apurada sobre o verdadeiro "salto quântico" na evolução do ser humano. E a meditação é a ponte. Então se faz necessário dedicarmos um tempo para as "coisas do espírito", ou seja, para atravessarmos essa ponte. É um processo lento que requer entrega total do ser aos planos superiores. Quando lidamos com essa realidade pomos em movimento um nível abstrato, onde o tempo se manifesta de forma diferente; é lá que vamos conhecendo, aos poucos, o nosso verdadeiro Eu. KyraKally

 

 

 

 

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