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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A VIDA NÃO É UM PROBLEMA, 
 MAS SIM UM MISTÉRIO

 Os místicos tibetanos e os mestres zen têm falado 
sobre as nuvens brancas. As nuvens brancas tem atraído 
o ser interno de muitas pessoas.

Eles dizem que a vida não deve ser tomada como um problema, pois quando você começa por esse caminho, fica perdido.
A vida não é um problema, mas um mistério. 

E uma nuvem branca é o que há de mais misterioso, aparece de repente, de repente, desaparece. Alguma vez você já pensou que as nuvens não têm nenhum nome, nenhuma forma? 
Que nem mesmo por um único momento a forma é a mesma? Ela está sempre mudando, sempre se tornando: 
é como o fluir de um rio.

E você pode dar uma forma às nuvens, mas isso é projeção sua. Uma nuvem não tem forma ou está continuamente se formando – é um fluxo. E assim é a vida. Todas as formas são projetadas.

Nesta vida, você chama a si mesmo de homem, 
e justamente na vida anterior pode ter sido uma mulher. 
Nesta vida você é branco, e na próxima pode ser preto. 
Neste momento, você é inteligente, e no próximo
 pode se tornar louco, agressivo.

Se compreender isto, que não tem identidade, 
se tornará uma nuvem, sem forma, sem nome...
 E começará a vaguear.

Se puder viver sem existir, estará no caminho 
das nuvens brancas. Quanto mais você existir, 
mais doença terá. Quanto menos você existir, 
mais saudável será. Quanto menos existir, mais leve será. Quanto menos existir, mais divino e abençoado será.

Quando digo que a vida não é um problema, mas um mistério, isto significa que você não pode solucioná-la – mas pode transformar-se nela. Um problema é algo para ser 
solucionado intelectualmente; mas mesmo quando você 
o soluciona, nada é ganho. Apenas acumula um pouco mais de conhecimento, mas nenhum êxtase a partir disso.

Um mistério é algo no qual você pode se transformar. 
Pode tornar-se um com ele, imerso. Então, o êxtase, 
a felicidade surge – você sente o prazer supremo.

Olhe para o que é misterioso na vida. Onde quer que olhe – para as nuvens brancas, para as estrelas na noite, 
para as flores, para um rio fluindo – onde quer que olhe, procure pelo mistério. E sempre que encontrar 
um mistério, medite sobre ele.

Meditação significa dissolver-se diante do mistério, anular-se diante do mistério, dispersar-se diante do mistério. 
É simplesmente deixar de ser, e permitir que o mistério 
seja tão total que você seja absorvido por ele.

E de repente, uma nova porta se abrirá, uma nova percepção será alcançada. De repente, o mundo terreno da divisão, 
da separação, desaparecerá, e um mundo diferente, 
totalmente diferente, de unicidade chegará a você. 
Todas as coisas perderão seus limites;
 todas as coisas estarão unidas.

Entretanto, isto só poderá ser obtido se você fizer
 algo consigo mesmo.

Quando você soluciona um problema, está fazendo algo com o problema. Quando você encontra um mistério tem que fazer algo consigo mesmo, não com o mistério – 
com ele, nada pode ser feito.

Somos impotentes diante de um mistério. Eis porque continuamos a transformar os mistérios em problemas – porque com os problemas somos potentes; com os problemas sentimos que estamos no controle. Com os mistérios, somos impotentes, não podemos fazer nada. Com os mistérios encaramos a morte e não podemos manipulá-la.

Eis porque quanto mais o intelecto humano cresce, matemática, logicamente, menor é a possibilidade de êxtase aberta à mente humana. Cada vez menos a poesia é possível. O romance se perde e a vida torna-se factual, nada simbólica.

OSHO

Queremos uma resposta para tudo, pois somos uns incrédulos, nossa fé é pouca. Geralmente nos movemos de acordo com as sugestões da mente, que nos enlaça sutilmente transformando nossas intuições em problemas e, como diz Osho: "...com os problemas somos potentes; com os problemas sentimos que estamos no controle..." Para os problema há soluções. E para os mistérios ? Não há fórmulas nem soluções humanas. Eles estão acima de nós, da mente pensante e, então, é aí que ela entra em parafuso e, se estivermos identificados com ela ... lá vamos nós também. Permanecemos presos na teia sem possibilidade de ir além, rumo ao desconhecido, ao mistério. É dessa forma que perdemos a vida, pois vida é alegria, poesia, romance, paixão. Necessitamos nos apaixonar novamente pelo mistério e tornarmo-nos vivos e não sombras. KyraKally

 

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