UMA NOVA VIDA AGUARDA
PARA MANIFESTAR-SE NO PLANETA
Aqueles que antecipam a manifestação de uma nova vida no planeta, os
pioneiros desse porvir, mais que anunciá-la, devem incorporar em si
mesmos os seus padrões sublimes. A cada etapa novas fronteiras são
ultrapassadas; porém, em realidade jamais estiveram fechadas aos que,
sem ambição e sem nada buscar para si, se empenharam em cruzá-las. A
história dos místicos autênticos, seres raros, que conseguiram elevar-se
acima da maioria dos homens e tocar os recônditos da natureza interior,
evidencia esse fato.
A necessidade de que a vida planetária se renove faz-se perceptível, e
nem mesmo a manipulação feita pelos meios de comunicação desta
civilização pode escondê-la. A Verdade, ainda que desconhecida, não
permite que falsas atitudes prevaleçam como exemplos do padrão que o
planeta deve manifestar. Mesmo que restrita ao coração dos puros, a
irradiação da Luz cruza os mais obscuros espaços e neles desperta a
centelha que, em algum ponto da manifestação externa do Universo,
resplandecerá.
O sofrimento é ainda um potente instrumento de elevação desta
humanidade; expõe as chagas que corroem o seu viver e, ao mesmo tempo,
cauteriza-as. É energia de transmutação agindo onde a luz da vida foi
ocultada; é o toque mais vigoroso da redenção, quando meios mais suaves
já foram tentados e não surtiram efeito. Acolhido com serenidade pelos
seres abnegados, é fonte de grande dor para os orgulhosos.
Que importância pode ter a dor diante da magnificência da Luz que nos
mundos internos se apresenta ao ser que sofre, mesmo que
conscientemente ele não a possa perceber?
Na Terra a senda do sofrimento foi um dos caminhos mais breves para a
liberação. Não há nessa afirmativa o cultivo de tendências masoquistas,
mas sim o reconhecimento de um caminho de grandes revelações; a dor que
liberta é aquela da matéria que, até então resistente, cede finalmente à
Luz que a atrai ao Mais Alto.
Desde o início da sua existência, o planeta traz, entretecido na sua
composição, o jogo das forças involutivas. Tais forças, tão intimamente
incorporadas à sua substância material, estão também presentes nos
corpos do homem. Portanto, não há ascensão à Luz que não encontre
resistências a serem dissolvidas; não há elevação que não demande
purificação.
Aquele que acolhe a dor como bálsamo sagrado saberá ver que tanto ela
como a alegria são fases de um único caminho. Na senda da entrega e do
desapego descobrirá a libertação. Ao identificar-se com a Fonte de Vida,
constatará que aquele que sofre não é ele, mas a parte do seu ser que
resiste a se transformar. Ultrapassando o estágio dos debates, da
crítica, das argumentações, os seres que se mantiverem na correta
sintonia ingressarão em experiências silenciosas, não mais necessitando
de confirmações ou de comprovações acerca do processo subjetivo, pois o
contato direto com a realidade interna será para eles consciente.
José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br
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