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sábado, 1 de outubro de 2022

 DO EGOCENTRISMO À VIDA UNIVERSAL

Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele.
Por isso o universo de cada um, 
se resume no tamanho de seu saber. 
(Albert Einstein)

Se observarmos as aves, veremos que compartilham os grãos com que se alimentam, bem como a água que bebem, pois a natureza assim o previu. O homem, entretanto, cobra até mesmo a água que fornece ao semelhante, ainda que os frutos da criação estejam, em princípio, disponíveis para todos. Assim, no reino humano há quem se sinta dono do que pertence a todos. Por quê? Porque esse reino tem seguido leis terrenas criadas pela sua própria mente e não as leis cósmicas, de alcance maior. 

A humanidade tem falhado perante a Lei do Amor. De que outro modo poderia ser considerado o ato de manipular genes e células em um laboratório, sem o conhecimento das energias espirituais, superiores? A má distribuição dos bens, o mau uso da energia e essa atividade anormal de gerar seres humanos sem a participação dos níveis espirituais que os regem são algumas das falhas responsáveis pelas tribulações a que hoje assistimos.

Até hoje o dinheiro, representante de bens que deveriam circular, quase sempre é usado e conduzido por forças que não visam à evolução da humanidade. Tanto assim que passou, aparentemente, a ter valor em si mesmo. Os homens comuns deixaram-se condicionar por ele e hoje são seus servos, vivendo e trabalhando quase que exclusivamente para obtê-lo, como se o dinheiro tivesse realmente algum significado intrínseco. Tal inversão de valores é o resultado de um jogo entre as forças evolutivas e as involutivas, jogo que desde o começo do mundo sempre existiu. 

Conta-se na Índia que, certa vez, os homens usaram de um truque para apanhar macacos. Colocaram dentro de um coco torrões de açúcar; os macacos em vão tentavam retirá-los, pois o orifício não era suficientemente grande para deixar passar uma mão fechada, quanto mais uma mão contendo algo. Os macacos, movidos pela ambição e pela gula, ficavam ali presos, por sua própria escolha, uma vez que não desistiam de soltar os torrões.

Eis aí uma situação semelhante à dos homens que por ignorância e inércia caíram na rede armada pelas forças da involução, preferindo continuar prisioneiros dos desejos e das posses. Grandes somas de dinheiro são às vezes aplicadas inutilmente, em coisas supérfluas, revelando que há homens com as mãos presas em cocos. Revelando, também, que a energia monetária está fora de lugar neste planeta.  

Independentemente da sua atual situação, o homem de superfície tem, em sua essência, segundo experienciam os místicos, a vibração necessária para entrar em contato com a energia Divina que lhe permite tocar a consciência cósmica. Quando se fala em dinheiro, está-se falando realmente numa energia ainda incompreendida pelo homem comum da superfície da Terra. Geralmente, ele o usa como um meio de adquirir o que deseja, de submeter outros indivíduos à sua vontade ou de fazê-los trabalhar para si próprio. Entre os homens mais bem formados, o dinheiro costuma ser usado para satisfazer as necessidades daqueles que lhes estão próximos, ou seja, como instrumento do amor pessoal. Raramente o dinheiro é usado para o bem universal, e o desejo ou o problema pessoal de um indivíduo é em geral posto à frente de necessidades maiores.

O homem certamente retirará, com o tempo, a mão  de dentro do coco e assim mudará suas preferências. Dificilmente ele será atraído por torrões de açúcar, quando perceber que diante de si encontram-se abertas as portas para o Infinito.  

Texto extraído do livro "Páginas de Amor e Compreensão"Autor: José Trigueirinho Netto 

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