REGRA DA VIDA HONESTA
O
parecer de muitos sábios reduziu a quatro aquelas espécies de virtudes
por cuja prática pode o ânimo humano chegar à vida honesta ou
virtuosa. A primeira delas é a prudência; a segunda, a magnanimidade; a
terceira, a temperança; a quarta, a justiça. Estas, pois, por meios que
abaixo se explicam, fazem o homem virtuoso.
CAPÍTULO I
Da Prudência
Quem
quer que tu sejas, tu, que queres seguir a prudência, viverás bem
regulado pela razão se primeiro que tudo avaliares e pesares cada coisa e
determinares o seu valor, não pela opinião do grande número, mas pela
sua própria natureza.
Porque
deves saber que há coisas que parecem boas sem o serem; e outras que
não parecem boas, e o são. Tudo quanto possuis de coisas transitórias,
não o admires, nem tenhas como grande o que é efêmero; não vejas como
alheias as coisas que de ti tens, mas governa-as e usa delas como tuas, e
para o teu bem.
Se
abraçares a prudência, serás em toda a parte o mesmo; e conforme
exigido pela variedade das coisas e dos tempos, assim deves acomodar-te
às ocasiões. Que tampouco as coisas te mudem, mas amolda-te tu a elas,
tal como a mão que, ou se abre e estende, ou se fecha, mas é sempre a
mesma.
É
próprio do prudente examinar os conselhos e não se deixar levar
arrebatadamente pelos falsos com fácil credulidade. Nas coisas duvidosas
não decidas, mas suspende o teu juízo.
Nada
afirmes sem o teres averiguado, porque nem tudo o que tem aparência de
verdade é verdadeiro; assim como muitas vezes o que à primeira vista
parece incrível, nem por isso é falso. Pois muitas vezes a verdade tem
cara de mentira, e não poucas a mentira se esconde debaixo da aparência
de verdade.
E
assim como às vezes o amigo mostra o semblante carregado, e o
lisonjeiro o mostra risonho, assim a falsidade se cora com a
verisimilhança, e para enganar, ou se insinuar, toma essa cor.
Se
desejas ser prudente, olha sempre adiante e examina no teu ânimo todas
as coisas que podem acontecer. Nada faças de arrebatado, mas reflete
primeiro com vagar. Porque quem é prudente não diz: “Não percebi que
isso aconteceria”, porque não vacila, mas detém-se; não suspeita, mas
previne.
Examina
tu a causa de qualquer fato, e tendo-lhe descoberto a origem, preverás o
êxito. Leva em conta que em algumas coisas deves continuar, já que as
começaste; aquelas, porém, em que o continuar é mau, nem as deves
começar.
O
prudente nem quer enganar, nem pode ser enganado. É de homem bom não
enganar outro nem ao ponto da morte. Sejam as tuas opiniões juízos
formados. Cogitações vagas e inúteis e semelhantes a sonhos, não as
abraces; pois se o teu ânimo se deixar enganar por elas, afinal de
contas ficarás triste; mas seja o teu discurso estável e certo; ou
deliberes, ou questiones, ou contemples, não te afastes da verdade.
Não
sejam também inúteis as tuas palavras, mas que persuadam, ou movam, ou
consolem, ou ensinem. Deves ser parco em louvar, e mais ainda em
vituperar, porque tão repreensível é o louvar irresponsável, como o
vituperar sem bom modo: porque o primeiro te faz suspeito de adulação, e
o vituperar, de malignidade.
Dá
testemunho à verdade, e não à amizade. Promete com consideração, e
cumpre além ainda do que prometeste. Se o teu ânimo é prudente, deve ser
repartido pelos três tempos; regula o presente, previne o futuro,
recorda-te do passado. Porque quem nada considera do passado, perde a
vida; e a quem nada pensa sobre o futuro, tudo o apanha desprevenido.
Põe
diante do teu ânimo os males e bens futuros para que possas suportar
aqueles e dirigir estes. Não estejas sempre em ação; mas dá de quando em
quando folga ao teu ânimo; e que este descanso seja preenchido com o
estudo da sabedoria e com bons pensamentos, porque o prudente nunca se
entorpece com o ócio.
Sim,
o prudente tem às vezes o ânimo mais frouxo, mas nunca desatado;
acelera as coisas tardias, desenvolve as embaraçadas, abranda as duras,
leva ao fim as árduas; pois sabe por que caminho deve entrar em cada
coisa, e conhece cada uma delas, e as vê todas distintamente.
O
discernimento dos sábios decifra as coisas escuras pelas coisas claras,
as coisas grandes pelas pequenas, as coisas remotas pelas coisas
próximas, e o todo pelas partes.
Não
te arraste a autoridade de quem fala, nem prestes demasiada atenção a
quem diz algo, mas ao que diz; nem olhes a quantos agrada o que é dito,
mas a quais indivíduos.
Busca
só aquilo que podes achar; aprende o que podes saber; deseja o que se
pode desejar diante dos bons. Não te lances à coisa mais alta, na qual
nem poderás te sustentar sem tremor, nem subir sem queda. Toma para ti
conselhos saudáveis. Quando a prosperidade da vida te lisonjeia,
considera que estás em terreno escorregadio, e pára; tampouco te deixes
levar pelos primeiros ímpetos, mas lança o olhar para o local a que
queres ir, ou até onde.
CAPÍTULO II
Da Magnanimidade
Se na tua alma morar a magnanimidade, que também se chama fortaleza,
em grande segurança viverás livre, intrépido, desassustado. É um bem do
homem magnânimo não vacilar, não desmentir de si mesmo, e esperar
desassombrado o fim da vida. Nada há grande nas coisas humanas senão o
ânimo que despreza as coisas grandes. Se fores magnânimo, nunca pensarás
que alguém te faz uma afronta. Do inimigo dirás: “não me fez mal, teve
intento de o fazer”; e quando o tiveres debaixo do teu poder
considerarás como vingança poder tomá-la: pois deves saber que é um
honrado e grande gênero de vingança o perdoar. A ninguém acometas
disfarçadamente, a ninguém roas na pele: busca-o com a cara descoberta;
não tenhas contenda sem a haver anunciado, porque as fraudes e os
enganos só ao fraco competem. Serás magnânimo se nem desafiares os
perigos, como o temerário, nem os receares, como o tímido; porque nada
faz o ânimo timorato senão o remorso da vida repreensível. Está portanto
a medida da magnanimidade em não ser o homem tímido, nem temerário.
CAPÍTULO III
Da Temperança
Se
amas a temperança, corta o supérfluo e encurta os teus desejos.
Considera contigo quanto a natureza necessita, e não quanto apetece à
cobiça. Se fores temperado, chegarás a conseguir o contentar-te contigo
mesmo, porque quem se satisfaz consigo nasceu rico. Põe freio e modo aos
teus apetites e repele os atrativos, que com oculto engodo arrastam o
ânimo.
Não
comas além do que podes, nem bebas até a embriaguez. Estejas atento
para que, em companhia de mesa, ou em outra qualquer da vida, não
pareças condenar aqueles a quem não imitas; nem te envolvas nos deleites
presentes, nem estejas suspirando pelos ausentes. A tua comida seja
comum; não chegues a ela como a um regalo, mas como a um sustento: que
seja a fome que estimula o teu paladar, e não os guisados. Atende com
pouco os teus desejos, porque só deves cuidar em que eles cessem, e,
como amoldando-te ao Divino exemplo, passa o mais depressa que puderes
do corpo para o espírito.
Se
buscas a temperança, seja a tua morada não deleitosa, mas saudável; nem
queiras que o dono seja conhecido pela casa, mas sim a casa pelo dono.
Não te atribuas o que não hás de ser, nem queiras parecer coisa maior do
que és. Cuida muito em que a tua pobreza não seja imunda, nem a
parcimônia sórdida, nem a singeleza desatenciosa, nem a brandura
lânguida; e se as tuas posses são poucas, não sejam motivo de
preocupação. Nem chores o que é teu, nem admires o alheio. Se amas a
temperança, foge das coisas indecorosas antes que se te avizinhem; nem
te preocupes com o recato de outrem mais que com o teu. Lembra que tudo é
mais tolerável que a indecência.
Abstém-te
também de palavras indecentes, porque a soltura nestas fomenta a
impudência. Gosta mais dos dizeres úteis que dos jocosos e agradáveis,
mais dos ajustados que dos obsequiosos. Poderás às vezes misturar entre
as coisas sérias alguma jocosidade, mas moderada e sem detrimento do
respeito, ou do pudor. Porque o riso se faz repreensível toda a vez que é
excessivo, ou desatado puerilmente, ou mulherilmente requebrado. Também
torna odioso a um homem o riso ou desdenhoso, ou claro, ou maligno e
disfarçado, ou provocado dos males alheios. Portanto se a ocasião pede
alguma graça, diz a graça sempre com dignidade discreta, de modo que nem
se ressintam de ti por picante, nem por insípido te desprezem.
Não
haja em ti zombaria grosseira mas uma agradável cortesia. Sejam os teus
sais sem mordacidade, as graças sem baixeza, o riso sem gargalhadas, a
voz sem gritos, o andar sem estrondo; o teu descanso não seja preguiça e
enquanto os outros brincam trata tu de alguma coisa boa e santa. Se és
temperado, foge das adulações; e tão triste coisa seja para ti ser
louvado por indignos, como se fosses louvado de coisas indignas.
Fica
mais contente toda vez que desagradares aos maus e pelo fato de seres,
pelos maus, mal avaliado; considera-o um verdadeiro louvor. O mais
dificultoso ato de temperança é sacudir as adulações dos lisonjeiros,
cujas palavras com uma certa satisfação amolentam o ânimo. Não procures
granjear a amizade de alguém por meio de adulação, nem abras a porta
para que outros por meio dela granjeiem a tua. Não sejas ousado nem
arrogante; entra com cuidado nas coisas, não te arremesses. Conservada a
gravidade, aceita de bom grado as advertências, e as repreensões com
paciência.
Se
alguém te repreender com razão, lembra que te ajudou; e se fizer isso
sem razão, sabe que desejou ajudar-te. Não tens que temer as palavras
ásperas, mas sim as brandas. Foge sempre dos vícios, e dos vícios
alheios não sejas curioso indagador, nem severo censor, mas corrige-os
sem os lançar em rosto; de modo que antes da advertência vá o bom modo, e
ao erro dá facilmente desculpa. Não exaltes pessoa alguma, nem a
abatas. Sê ouvinte calado dos que falam, e acolhe bem-disposto os que se
dirigem a ti. A quem te pergunta responde facilmente; a quem porfia
facilmente cede: não te demandes em contendas e discussões inúteis.
Se
és temperado, vigia os movimentos do teu ânimo e corpo; que não sejam
descomedidos, nem prescindas deles por ficarem ocultos, pois que importa
que ninguém mais os veja se tu os vês?
Sê
flexível, mas não leve; constante, mas não teimoso. O fato de teres
conhecimento de alguma coisa nem fique escondido, nem se faça enfadonho.
Faz todos iguais a ti; aos inferiores não desprezes com soberba; aos
superiores, vivendo bem, não temas. Em matéria de troca de obséquios nem
te dispenses dela nem a exijas. Para todos sejas afável, para ninguém
meigo, familiar com poucos, para todos justo.
Sê
mais severo no juízo que nas palavras, na vida que no semblante. Sê
dado à clemência e inimigo da crueldade. Quanto à boa fama, nem
semeador da tua própria, nem invejoso da alheia. Sobre rumores, crimes,
suspeitas, não sejas crédulo, nem dado à má tendência, mas antes muito
oposto àqueles que com a aparência da simplicidade tratam de prejudicar a
outros.
Para
a ira sê lento, para a misericórdia fácil; nas adversidades firme, nas
prosperidades acautelado e comedido; ocultes as tuas próprias virtudes
como outros escondem seus vícios; desprezes a vã glória e ao requerer
dos outros os bens, de que és dotado, nada rigoroso. A ninguém desprezes
por ignorante. Fala pouco, mas aguenta os faladores. Sério, mas não
austero, e aturando mesmo o folgazão. Desejoso de sabedoria e dócil: o
que sabes participa-o sem presunção a quem te o pedir; o que não sabes
pede, sem disfarçar a ignorância, que te o participem. O sábio não
alterará os costumes públicos, nem atrairá a si o povo com a novidade do
seu viver. Segue-se a isto a virtude da justiça.
CAPÍTULO IV
Da Justiça
Que
outra coisa é a Justiça senão uma tácita convenção da natureza, achada
para o bem de muitos? A justiça não é instituição nossa, mas Lei Divina e
vínculo da Sociedade humana. Nesta, não temos que averiguar o que
convém: convém-te quanto ela te ditar. Tu, pois, quem quer que sejas que
a queres agradar, teme e ama a Deus primeiro para que sejas amado por
Deus. [3]
Serás amável a Deus se o imitares em desejar fazer bem a todos [4],
a ninguém mal; então te chamarão todos de homem justo, seguir-te-ão e
te respeitarão, e te amarão. Para seres justo não só não farás dano, mas
impedirás que o façam, pois que o não fazer dano não chega a ser
justiça, é apenas abster-se da injustiça. Começa pois por não tirar nada
aos outros e ir-te-ás adiantando a alguma coisa mais, a restituíres o
que outros tiraram. Castiga e coíbe os roubadores para que não façam
temíveis aos outros.
Não
armes contendas por uma palavra equívoca, mas observa a intenção com
que é dita. Não sejas menos exato na afirmativa que no juramento. Sabe
que a fé e a Religião intervêm toda vez que se trata da verdade, porque
ainda que no juramento seja Deus [5] expressamente
invocado, também do que não o invoca é testemunha: portanto não
atropeles a verdade, para não atropelares a lei da Justiça.
Se
alguma vez te vires na necessidade de usar de juramento, não o uses
para defesa de coisa falsa, mas de coisa verdadeira; e quando por uma
mentira houvesse de ser resgatada a fidelidade, não mintas, mas
escusa-te; por quanto em toda boa causa o justo não revela o segredo,
mas cala o que deve ser calado e fala o que se deve falar: e assim terá
uma alta paz e segura tranquilidade. De modo que ao passo que os outros
são pelo mal vencidos, vence ele o mal. Se cuidares, pois, de estudar
isso, esperarás sereno e intrépido o fim da tua carreira: olharás alegre
para as coisas tristes deste mundo, olharás quieto para as tumultuosas,
e desassombrado para as extremas.
CAPÍTULO V
Da Medida e Regulamento da Prudência
Observados,
pois, estes documentos, as quatro espécies de virtudes te tornarão
homem perfeito se guardares a sua justa medida em um teor de vida igual.
Porque se a prudência exceder os seus limites, as tuas ações serão
dissimuladas e receosas; darão mostras de investigador das coisas
ocultas e de averiguador de quaisquer defeitos; serás visto como tímido,
reservado, como alguém que está buscando alguma coisa, sempre temendo
alguma, sempre duvidando; e pela apreensão do teu ânimo moldarás as tuas
sutilíssimas suspeitas. Serás apontado como manhoso, complicado e
inimigo da simplicidade, e observador de culpas; em uma palavra, por
todos serás chamado de mau homem. A estes defeitos te conduzirá a
prudência desmesurada: mas se em tudo te fixares no justo meio, nada
haverá em ti de grosseiro nem de malicioso.
CAPÍTULO VI
Do Modo de Regular a Fortaleza
Do
mesmo modo, se a magnanimidade ou fortaleza exceder a sua medida,
ficará o homem ameaçador, turbulento, inquieto e muito propenso a
jactâncias de ditos e de ações, sem falar do decoro. A cada passo fecha o
semblante, semelhante a um besteiro, que vai perturbar o que estava
quieto. A um fere, a outro afugenta. Mas embora seja arrojado, não
poderá fazer frente a muitas valentias da parte contrária. E ou chega a
um mísero fim, ou deixa de si tristíssima memória. É portanto a justa
medida da magnanimidade não ser o homem nem tímido, nem atrevido.
CAPÍTULO VII
Dos Limites da Temperança
Nos
mesmos limites também conterás a tua Temperança. Evita o que é
demasiado escasso; não encolhas a mão com desconfiança e receio. Não
concentres a atenção em coisas mínimas, porque uma visão tão estreita
será tida como vil. Em uma linha média, pois, regularás a temperança, de
modo que nem te mostres dado aos apetites, pródigo e gastador, nem
tenhas um apego de avarento, o que te tornaria sórdido ou abjeto.
CAPÍTULO VIII
Como Se Há de Regular a Justiça
Finalmente,
a Justiça deve ser governada por ti com uma tal regra de equilíbrio que
nem um leve toque desfaça a tua consistência imóvel de ânimo. Ao mesmo
tempo que não pretendes corrigir os grandes vícios, nem os pequenos
vícios dos que erram, não deixes a rédea solta à maldade dos que
brandamente te lisonjeiam, ou dos que atrevidamente te iludem. E
tampouco te mostres intratável à sociedade humana negando com rigidez e
austeridade toda desculpa e flexibilidade. O regulamento da Justiça deve
ser tal que a autoridade da sua disciplina não caia em desprezo por uma
excessiva vulgaridade de condescendência, nem perca a graça da afável
amabilidade pela dureza de uma severidade atroz.
Conclusão das Coisas Sobreditas
Por
isso, se alguém deseja regular a sua vida inculpavelmente não só para o
seu próprio benefício mas para o dos outros, deve conservar com tal
equilíbrio este regimento das virtudes acima referidas, segundo a
qualidade dos tempos, dos lugares, das pessoas e causas, que à maneira
de quem caminha por entre precipícios, indo a meia ladeira, evite a
queda temerária e despreze a fraca covardia.
Martinho Bracarense
Antigo Texto Cristão de um Filósofo Português da Tradição Estoica
NOTAS
[1] Ver neste volume o opúsculo “Regra da Vida Virtuosa” (“Formula Vitae Honestae”),
pp. 145-159. Durante o trabalho editorial, levamos em conta duas outras
versões do opúsculo, que, no entanto, não consultamos nem analisamos
comparadamente de modo sistemático. Uma delas está no volume “The
Fathers of the Church”, Iberian Fathers, Volume I, Martin of Braga,
Paschasius of Dumium, Leander of Seville, The Catholic University of
America Press, Washington, D.C., 1969, tradução do latim de Claude W.
Barlow, 261 pp., ver “Rules for an Honest Life” (Formula vitae
honestae), pp. 87-97. A outra está no volume “Opúsculos Morais”, São
Martinho de Dume, Coleção Pensamento Português, 1998, Imprensa Nacional –
Casa da Moeda, Portugal, 111 pp., pp. 27-43. A edição da Imprensa
Nacional usou a versão de Claude W. Barlow. (CCA)
[2] Miro, rei dos Suevos (559-583). (CCA)
[3]
A reciprocidade revela a presença da lei do equilíbrio. Para a
filosofia esotérica, o vago termo “Deus” só pode fazer sentido quando
significa a Lei Universal da justiça, ou a pluralidade infinita de
inteligências divinas do Cosmo. O termo pode ainda simbolizar o eu
superior ou alma imortal de cada ser humano. Sem esta salvaguarda, a
palavra é enganosa quando usada no singular e estimula o fanatismo. O
“Deus” convencional é quase sempre uma propriedade particular de alguém.
Os fundadores e líderes de inúmeras igrejas e seitas costumam comandar
deuses “monoteístas” e “todo-poderosos”, especialmente fabricados por
eles próprios. (CCA)
[4] Neste caso Deus é nossa própria alma espiritual, a luz divina que ilumina a consciência de cada indivíduo. (CCA)
[5] A Lei do Carma e da Justiça, que pune o hipócrita e recompensa o honesto. (CCA)
https://www.filosofiaesoterica.com
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