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sexta-feira, 19 de maio de 2017

APRENDENDO COM A MÃE


PARTE I
 
Há dois poderes que, unicamente eles, podem efetuar em sua conjunção a coisa grande e difícil  que é o objetivo de nosso esforço — uma aspiração firmemente estabelecida e incansável que  chama de baixo e uma suprema Graça do alto que responde.
 
Mas a suprema graça agirá somente nas condições da Luz e da Verdade; ela não vai agir em condições a ela impostas pela Falsidade e pela Ignorância. Pois se ela tivesse de submeter-se às exigências da Falsidade, ela invalidaria seu próprio propósito.
 
Estas são as condições da Luz e da Verdade, as únicas condições sob as quais a Força mais alta descerá; e é somente a Força mais alta supramental, descendo do alto e abrindo a partir de baixo, que pode lidar vitoriosamente com a natureza física e aniquilar suas dificuldades... Deve haver uma entrega total e sincera; deve haver uma abertura de si exclusiva ao Poder divino; deve haver uma escolha constante e integral da Verdade que desce, uma rejeição constante e integral da falsidade dos Poderes e Aparências mentais, vitais e físicos que ainda regem a Natureza-terra.
 
A entrega deve ser total e apoderar-se de todas as partes do ser. Não é suficiente que o psíquico responda e o mental mais alto aceite, ou mesmo que o vital interior se submeta e a consciência física interior sinta a influência. Não deve haver em nenhuma parte do ser, mesmo na mais externa, nada que se reserve, nada que se esconda atrás de dúvidas, confusões e subterfúgios, nada que se revolte ou recuse.
 
Se uma parte do ser se entrega mas uma outra parte se reserva, segue seu próprio caminho ou coloca suas próprias condições, então, cada vez que isto acontece, você mesmo está empurrando a Graça divina para longe de você. Se por trás de tua devoção e entrega você abriga teus desejos, exigências egoístas e insistências vitais, se você põe estas coisas no lugar da aspiração verdadeira ou as mistura com ela, tentando impô-las à Shakti Divina, então é inútil invocar a Graça divina para transformar você.
 
Se você, em um lado ou em uma parte se abre à Verdade e em outro lado está constantemente abrindo as portas às forças hostis, é inútil esperar que a Graça divina fique com você. Você tem de manter o templo limpo se quiser instalar a Presença viva ali.  
 
Se cada vez que o Poder intervém e introduz a Verdade você volta as costas a ele e chama de novo a falsidade que havia sido expulsa, não é a Graça divina que você deve acusar de abandoná-lo, mas a falsidade de tua própria vontade e a imperfeição de tua própria entrega.  
 
Se você chama a Verdade e no entanto algo em você escolhe o que é falso, ignorante e não divino, ou mesmo simplesmente se nega a rejeitar isto totalmente, então você sempre estará aberto a ataques, e a Graça recuará de você. Descubra primeiro o que é falso ou obscuro em você e persistentemente rejeite isto, e só então poderá com direito chamar o Poder divino para transformá-lo.
 
Não pense que verdade e falsidade, luz e escuridão, entrega e egoísmo possam ter a permissão de morar juntos na casa consagrada ao Divino. A transformação deve ser integral, e integral portanto, a rejeição de tudo que a ela resiste.
 
Rejeite a noção falsa de que o Poder divino fará e é obrigado a fazer tudo para você, segundo tua exigência, mesmo não satisfazendo as condições estabelecidas pelo Supremo. Torne tua entrega verdadeira e completa, e só então todo o resto será feito para você.
 
Rejeite também a falsa e indolente expectativa de que o Poder divino fará até mesmo a entrega por você. O Supremo pede tua entrega, mas não a impõe: você é livre a todo momento — até a transformação irrevogável chegar — para negar e rejeitar o Divino ou para revogar teu dar-se, se você está disposto a sofrer a consequência espiritual. Tua entrega deve ser feita por você mesmo e livre; deve ser a entrega de um ser vivo, não a de um autômato inerte ou de uma ferramenta mecânica.
 
Uma passividade inerte é constantemente confundida com a entrega real, mas de uma passividade inerte nada de verdadeiro e poderoso pode nascer. É a passividade inerte da Natureza física que a deixa exposta a toda influência obscura ou não divina. Exige-se uma alegre, forte e útil submissão ao trabalho da Força Divina, a obediência do iluminado discípulo da Verdade, do Guerreiro interior que luta contra a obscuridade e a falsidade, do servidor fiel do Divino.
 
Esta é a atitude verdadeira, e somente aqueles que podem assumi-la e mantê-la preservam uma fé não abalada por decepções e dificuldades e passarão da provação à vitória suprema e à grande transmutação.

Fonte:http://www.shri-yoga-devi.org
 

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