Translate

segunda-feira, 30 de maio de 2022

DERROTANDO VISÕES NEGATIVAS

 

Você tem que focar sua consciência  
Na fonte do conhecimento eterno
 
Um leitor escreve para fazer uma consulta e relata alguns erros que considera "terríveis", cometidos na infância e adolescência. 
 
A questão de lutar com os erros do passado é do interesse de todo peregrino. A memória de ações infelizes pode se tornar um fantasma aterrorizante que boicota a vontade de seguir o caminho do bem. É como se a decisão de viver da melhor maneira possível fosse derrotada em sua base subconsciente pela memória repetitiva de ações infelizes que parecem "especialmente impressionantes". Na infância e juventude, há pouco discernimento. A verdade é que os erros passados ​​do aspirante à sabedoria têm pouca importância prática em si mesmos. Eles devem ser observados por seus efeitos no presente. 
 
Vale a pena agir na direção oposta dos erros. Esta medida é válida em primeiro lugar no plano do pensamento, conforme estabelecido pelos Yoga Sutras de Patanjali (parte II, aforismos 33 e 34). Toda ideia falsa deve ser substituída na mente pela ideia verdadeira, que é o seu oposto. Para isso, é preciso discernimento para distinguir entre o que é certo e o que é errado, o que é falso e o que é verdadeiro. 
 
O carma mais importante não é o carma herdado, mas o carma semeado. [1] 
 
A razão de contemplar os erros do passado limita-se a extrair lições para o presente e o futuro. O masoquismo, o apego a sentimentos de culpa e o hábito de alimentar sentimentos negativos devem ser desmascarados como formas de autoengano e hipocrisia mal disfarçada consigo mesmo. Elementos da psicanálise freudiana serão úteis para compreender e desmantelar a força das ilusões produzidas no eu inferior. 
 
Durante a vida adulta, ser auto-hipnotizado por cenas infelizes do passado é uma maneira de ficar confortável. É confortável apegar-se à culpa como desculpa para não aumentar o esforço interior, mas a Teosofia ensina como superar a preguiça emocional e agir corretamente em meio aos desafios presentes. 
 
Existem vozes astrais especializadas na "desqualificação de candidatos". E eles falam “de dentro do povo”, não “de fora”. Exageram os erros para dominar a vida mental de forma paralisante. A grande questão, portanto, é saber quem se é e o que se é. O erro visto como hábito deve ser colocado sobre a mesa, e em plena luz do dia se verá que o eu egoísta não tem existência real. É uma máscara, uma "persona", um roteiro de ações automáticas criadas pela ignorância auto-organizada.
 
A prioridade é agir com profunda lucidez a cada momento. 
 
Desabafar sobre o passado com um amigo pode ter uma função deshipnotizante. A culpa (consciente e subconsciente) forma um círculo vicioso com as dimensões da hipnose. Liberar o vapor descomprime e permite que você coloque as coisas em um contexto melhor e mais amplo. Feito isso, deve-se focar no dever dinâmico de fazer o que é mais correto em cada momento. 
 
Um mestre de sabedoria escreveu: 
 
 “O processo de auto purificação não é um trabalho de um momento, ou de alguns meses, mas de anos – e pode durar várias vidas. Quanto mais tarde um homem começa a viver uma vida mais elevada, mais longo deve ser seu período de provação, porque ele tem que desfazer os efeitos de uma longa série de anos engajados em objetivos diametralmente opostos ao verdadeiro objetivo.” 
 
Em seguida, o professor se refere à “reencarnação do propósito espiritual”, ao longo das várias vidas do aspirante à sabedoria: 
 
 “Quanto maior o esforço de alguém e mais brilhante o resultado de seu trabalho, mais próximo será o limiar. Se sua aspiração é autêntica – uma crença estabelecida e não um lampejo sentimental momentâneo – a determinação que finalmente levará à realização de seu desejo é transferida de um corpo para outro.” [dois] 
 
Os testes são constantemente renovados ao longo do caminho, porque o peso crescente das boas ações desenterrará e desarraigará uma quantidade correspondente de lixo astral do passado próximo e remoto.
 
O confronto deve ser visto com naturalidade. Convém examinar a intenção atual do peregrino e aprofundar a eficácia das boas ações. A aura individual deve ser libertada do resíduo dos estágios anteriores, e isso é conseguido fortalecendo a vontade e usando a vontade para o bem. 
 
O inventário de falhas pertence a cada um: é útil como elemento de desidentificação. Ajude o aluno a entender quem ele é e quem ele não é. A memória de erros e fracassos do buscador da verdade o acompanha. É preciso permitir esse acompanhamento, e conviver com a memória que volta de tempos em tempos, sabendo, como axioma, que “os erros não definem quem se é; sucessos não definem quem é; mas a intenção duradouro e o caminho em que ele está, isso define quem ele é, hoje. ” 
 Em todos os momentos e situações, a intenção impessoal de fazer o bem e se livrar do erro deve ser fortalecida. 
 
Autoestima e Identificação de Erros 
 
A ideia de arrependimento foi distorcida e usada de forma prejudicial. Durante séculos, o ato de arrependimento foi apresentado como uma prática imposta de cima para baixo ou por algum deus externo. Muitas vezes vem como autopunição. Adquire tons de masoquismo. Por isso muitos rejeitam qualquer forma de auto-observação ou arrependimento, como se fossem atitudes negativas em relação a si mesmo. Acabam pensando que se deve orgulhar-se de suas falhas éticas. 
 
Muitos estão dispostos a "alcançar a sabedoria universal", mas aqueles que estão dispostos a realmente abandonar a ignorância são em menor número. Não é difícil encontrar pessoas interessadas na busca da felicidade, mas poucas estão dispostas a pagar o preço. 
 
O arrependimento é uma forma de reconciliação com a verdade e constitui uma aceitação saudável de nossos fracassos. É através do arrependimento que você pode parar de repetir os mesmos erros. 
 
Individual e coletivamente, dizer não à continuação de nossos fracassos é um ato de auto-estima. É preciso conhecer seu próprio valor interior para ter coragem de identificar seus erros, aceitar a dor de vê-los e seguir em frente, curando-se das causas e efeitos do fracasso. O mesmo vale para uma comunidade, uma associação teosófica e um país. 
 
Ao final de cada dia, mês, ano ou década, temos a oportunidade de renovar uma antiga prática pitagórica. Você deve identificar os erros, arrepender-se deles, celebrar as ações certas e decidir agir da melhor maneira possível no próximo ciclo. 

NOTAS:

[1] Veja o artigo “Atuando no Plano das Causas” em nossos sites associados.

[2] Da Carta 6, da primeira série, nas “Cartas dos Mestres de Sabedoria”, editada por C. Jinarajadasa, Ed. Teosófica, 295 pp., Brasília, 1996, p. 35. Algumas ideias deste fragmento são repetidas na Carta 9, da mesma primeira série, p. 47.
 
Carlos Cardoso Aveline 
https://www.filosofiaesoterica.com  
 
NOTA do postador: Texto original em espanhol, traduzido para português pelo google tradutor

Nenhum comentário:

Postar um comentário