AMOR, PERDÃO, GRATIDÃO
Somente quando se remove a
armadura é que se pode agradecer. Tanto tempo o ser humano passa
preso dentro de uma armadura que acaba se acostumando, a
ponto de acreditar que é a armadura. Esta é a autoimagem idealizada que foi criada
ao longo do tempo e que acreditamos ser nossa
identidade.
O que sustenta esta falsa
identidade são os sentimentos negativos que evitamos contatar. Começamos a tirar a armadura quando a
vida nos mostra que tem alguma coisa errada. As repetições negativas e
destrutivas nos levam a concluir que necessitamos fazer alguma coisa por nós
mesmos.
É assim que muitos se colocam no caminho do autoconhecimento. A armadura só cai quando
passamos pela experiência de ficar frente ao espelho e
observarmo-nos. Então, abrem-se as portas
da compreensão. Raios de amor começam a iluminar nossa vida. Este é o início da transformação.
Um milagre começa a acontecer. O milagre da mudança da
nossa visão que estava focada na falta - gerando lamúria,
revolta e sofrimento – para, então, focar naquilo que temos em abundância: os presentes que Deus nos
dá. Só então, capacitamo-nos a agradecer.
O
que proporciona esta mudança de eixo do sofrimento para alegria é a gratidão,
mas a gratidão precisa ser verdadeira. A
gratidão é, talvez, a primeira virtude da alma. Quando
a alma começa a se revelar sentimos gratidão pela vida, pelo sol, pela lua,
pelas estrelas, pela floresta, pelo mar, pela terra...
Gratidão por todos os
seres. Até chegarmos ao ponto de agradecer pelo momento sagrado do nosso nascimento. Até que possamos agradecer,
sinceramente, a nossa mãe e ao nosso pai - os canais que nos
trouxeram ao mundo - e reconhecendo a divindade desses seres nos
libertaremos das mágoas, rancores e tantos outros sentimentos negativos.
E a gratidão
só brota quando estamos preparados para perdoar. E o perdão só surge quando compreendemos o porquê das
mazelas que tivemos que passar. Quando entendemos que foram chances de cura e
crescimento, ao invés de
acharmos que foram eventos contra nós. Enquanto
acreditarmos que a vida está contra nós nossa visão
estará focada na falta.
Assim, não
podemos agradecer e, consequentemente, não podemos respeitar e muito menos
amar. O coração estará fechado e o resultado disso é o sofrimento. Por isso
rezamos para que possamos
ser banhados pela luz do Amor e do
Perdão.
Enquanto não nos
reconhecermos como seres divinos, significa que ainda há ingratidão e,
portanto, algum ponto de ressentimento no nosso sistema, que acaba criando
repetições negativas. Estas repetições mostram
que estamos até agora acorrentados ao passado, presos por laços de sentimentos negativos, porque não compreendemos os
acontecimentos da vida e guardamos ressentimentos e mágoas – que as vezes nem
sabemos quão profundamente escondidos
estão - por causa das experiências
difíceis que passamos.
Enquanto estivermos
identificados com a criança ferida, exigiremos amor exclusivo de todos. Na
verdade estaremos vivendo carentemente,
porque faltou algo lá atrás e a mente está fixada neste momento. Por isso achamos que fomos
privados de tudo. Isso é um ciclo vicioso. A transformação e
purificação só acontecem através do reconhecimento das mágoas e dos pontos de rancores que possibilitam o perdão e
a gratidão. A purificação promove a
abertura do coração levando-nos a dar mais do
que receber.
Quando estes pontos são
liberados do nosso sistema reconhecemo-nos como seres divinos, então estamos capacitados para agradecer, amar e perdoar. Os véus que nos separavam
do Todo são retirados, sentimo-nos uno com a Criação.
Não existem privações no
mundo de Deus. Somos fonte de amor e de prosperidade. Somos ricos em todos os
aspectos. Nada nos falta. Só precisamos amar, perdoar e agradecer por tudo que recebemos.
Prem Baba
Estamos predestinados a Amar, então sigamos ardentemente o que Ele nos disse: “Amai-vos uns aos outros assim como Eu os amo”. KyraKally
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