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quinta-feira, 16 de março de 2023

  O REAPARECIMENTO DE CRISTO

Parte II
 
Em toda sucessão espiritual dos Filhos de Deus só se vê e sente expectativa e preparação.“A Hierarquia espera”. Fez tudo o que era possível quanto ao que se refere à presente oportunidade. O Cristo aguarda em paciente silêncio, atento ao esforço que materializará Seu trabalho na Terra e Lhe permitirá continuar a tarefa que iniciou há dois mil anos, na Palestina. O Buda também aguarda, a fim de desempenhar Sua parte, se a humanidade Lhe oferecer a oportunidade. Tudo depende da correta ação das pessoas de boa vontade.

Da Casa do Pai – “o centro onde a Vontade de Deus é conhecida” ou Shamballa dos esoteristas – surgiu o “fiat”: a hora é chegada. Do Reino de Deus, onde o Cristo reina, a resposta surgiu: “Pai, faça-se Tua vontade”. No desditado, perplexo e esforçado mundo dos homens se eleva, incessantemente, o clamor: “Que o Cristo volte à Terra”, porque nos três grandes centros espirituais: a Casa do Pai, o Reino de Deus e a Humanidade que está despertando, existe um só propósito, uma só ideia e uma conjunta expectativa.

É essencial que exista hoje um maior conhecimento a respeito do “centro onde a Vontade de Deus é conhecida”. O público deveria possuir certo conhecimento sobre este elevado centro espiritual, ao qual – segundo o Evangelho – o Cristo Mesmo esteve sempre atento.

Frequentemente, lemos no Novo Testamento que “o Pai Lhe falou” ou que “Ele ouviu uma Voz” inaudível para outros, ou que se ouviram as palavras: “Este é Meu Filho Amado”. Repetidas vezes lemos que Lhe foi outorgado o selo da aprovação (como é denominado espiritualmente). Só o Pai, o Logos Planetário, “Aquele em Quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” (He. 17, 28), o Senhor do Mundo, o Ancião dos Dias (Daniel 7, 9) pode pronunciar esta palavra final de aprovação. Como bem sabemos, o Mestre Jesus passou por cinco crises ou iniciações – o Nascimento em Belém, o Batismo, a Transfiguração, a Crucificação e a Ressurreição – porém, por trás deste evidente e prático ensinamento, subsiste uma corrente subterrânea ou pensamento sobre algo muito mais elevado e de maior importância: a Voz de aprovação do Pai, reconhecendo o que o Cristo realizou.

Quando o Cristo completar, nos próximos dois mil anos, o trabalho iniciado, igualmente há dois mil anos, com certeza essa Voz será ouvida novamente e Lhe será outorgado o reconhecimento divino de Seu advento. Então o Cristo receberá aquela magna Iniciação, sobre a qual nada sabemos, exceto que dois aspectos divinos se unirão e fundirão nEle (Amor-Sabedoria em plena manifestação, motivados pela vontade ou poder divinos). Então o Buda e o Cristo comparecerão diante do Pai, o Senhor do Mundo; verão juntos a glória do Senhor e, eventualmente, prestarão um serviço mais elevado, cuja natureza e qualidade desconhecemos.

Não escrevo com espírito fanático ou adventista, nem falo como um teólogo especulativo ou expoente de um aspecto do expectante pensamento religioso. Falo porque muitos sabem que o momento é oportuno e que o clamor dos corações simples e cheios de fé chegou às mais elevadas esferas espirituais e pôs em movimento energias e forças que já não podem ser detidas. A demanda invocadora da angustiada humanidade é hoje tão grande e tão sólida que – conjuntamente com a sabedoria e o conhecimento da Hierarquia espiritual – deu impulso a certas atividades na Morada do Pai, que redundarão na glória de Deus, na transformação da Divina Vontade para o bem, na boa vontade humana e na resultante paz na Terra.

Está por se escrever um novo capítulo no grande livro da vida espiritual; uma nova expansão de consciência é um acontecimento iminente; a humanidade pode reconhecer, já, a preocupação da divindade; a acentuada expectativa comprovará a exatidão da afirmativa bíblica: ‘E todo olho O verá” (Rev. 1, 7). A vivência religiosa, ou história espiritual da humanidade, pode ser resumida em uma série de reconhecimentos – o reconhecimento Daqueles Que, no transcurso das épocas, têm constituído a Sucessão Apostólica, culminando com o aparecimento dos grandes guias religiosos que têm vindo desde o ano de 700 a.C. e fundaram os grandes credos modernos e – sobretudo – o próprio Cristo, que personificou a perfeição do Deus Imanente, mais a conscientização de Deus Transcendente; o reconhecimento destes conceitos espirituais superiores de amor, vida e relação, que sempre pairaram no fundo do pensamento humano, que estão, agora, a ponto de ser expressados corretamente; o reconhecimento da verdadeira fraternidade entre os homens, baseada na divina Vida Una, que atua através da alma una e se expressa através da humanidade una; portanto, o reconhecimento da relação que existe entre a vida divina, em todo o mundo, e a própria humanidade. O desenvolvimento dessa atitude espiritual conduzirá às corretas relações humanas e à eventual paz mundial.

Possivelmente agora se produza outro reconhecimento – o do iminente retorno do Cristo (se pode ser aplicada esta frase a Quem nunca nos abandonou) e das novas oportunidades espirituais que este acontecimento oferecerá.

A base para esse reconhecimento reside na profunda convicção, inata na consciência humana, que algum Instrutor, Salvador, Revelador, Legislador ou Representante divino deve aparecer, proveniente do mundo das realidades espirituais, devido à necessidade e apelo humanos. No transcurso dos séculos, nos momentos mais prementes da humanidade e em resposta à sua demanda, tem aparecido, sob diferentes nomes, um divino Filho de Deus. Então veio o Cristo e, aparentemente, nos abandonou, sem haver levado a termo Sua tarefa, e sem consumar o que havia visualizado para a humanidade. Pelo espaço de dois mil anos, ficou parecendo que todo Seu trabalho foi obstruído, frustrado e inútil, porque a proliferação de igrejas, no transcurso dos séculos, não constitui uma garantia do triunfo espiritual que Ele anelava. Era necessário algo mais que as interpretações teológicas e o crescimento numérico das religiões mundiais (incluindo o cristianismo e o budismo) para comprovar que Sua missão no mundo havia sido realizada triunfalmente. Tudo parecia impossível de realizar e exigia três condições, pelas quais poder-se-ia intentar pôr à prova Seu trabalho, condições que, atualmente, são fatos comprovados. 
 
Primeiro, como já vimos, existe uma condição geral planetária que, desgraçadamente, demonstrou-se ser tão catastrófica (devido ao egoísmo do homem) que a humanidade se viu obrigada a reconhecer a causa e a origem do desastre; segundo, um despertar espiritual originado nas raízes mais profundas da consciência humana como resultado da Guerra Mundial (1914-1945); terceiro, o crescente clamor invocativo (oração ou súplica) que se eleva até fontes espirituais superiores, não importando com que nomes possam ser designadas.
 
https://www.encontroespiritual.org 

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