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segunda-feira, 18 de julho de 2022

 A EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE ATRAVÉS 
DA RENÚNCIA AO LIVRE ARBÍTRIO

O livre-arbítrio existe apenas num estágio intermediário da evolução humana na Terra. Na verdade, enquanto primitivo, o homem não escolhe: segue os impulsos das forças que compõem seu corpo e seu destino é traçado de maneira estrita pela lei cármica material. Não há, ainda, participação do eu interior na determinação desse destino.

Já no indivíduo de evolução média, cujas forças do desejo e do pensamento disputam entre si a soberania sobre suas ações, o livre-arbítrio atua. Esse confronto permanece até que o pensamento prevaleça e, vencendo, renda-se à vontade da mônada, numa etapa mais avançada. A mônada é o núcleo de consciência cósmica do ser; encontra-se em planos superiores aos da alma e é liberta das ilusões da matéria.

Nos seres cuja mônada despertou e cuja alma assumiu um controle mais relativamente seguro sobre a personalidade, o livre-arbítrio, apesar de ainda existir, deixa de preponderar, pois os fatos de real importância - seja para a evolução deles, seja para o serviço que devem prestar - são determinados pelos núcleos mais profundos e as hierarquias que os conduzem. Assim, leis superiores passam a reger os passos desses indivíduos, substituindo a lei do carma material.

Inúmeros níveis de evolução coexistem na Terra e elevam-se à medida que a consciência dos homens penetra e se estabiliza em patamares superiores. Essas elevações expandem a abertura do planeta às emanações cósmicas que lhe revelam realidades insondáveis. Assim, informações sobre as leis superiores são transmitidas aos homens, não para aumentar seus conhecimentos, mas para que eles possam inteligentemente criar - no sentido superior e oculto do termo - e tornarem-se então colaboradores no cumprimento da meta do universo. Em síntese, para que possam melhor servir.

Os véus que ocultam a vida cósmica vão sendo retirados sucessivamente da consciência do indivíduo, mostrando-lhe os passos que deve dar. Ele deve estar atento à meta que lhe é proposta: unir-se à essência única.

A alguns, causa surpresa saber dos efeitos profundos e nocivos daquilo que a humanidade gera nos planos sutis da Terra. Por outro lado, é perceptível a aproximação de um estado de grande pureza e harmonia e de uma vida que é tão simples e inteiramente em sintonia com o plano evolutivo. Essas duas realidades estão, há tempos, presentes na aura humana. Ao contatá-las, é necessário deixar que o espírito da humanidade faça a transição de um estado para outro, do caos para a paz.

Embora esse processo hoje se realize na consciência de apenas alguns homens, não se trata de uma vivência individual, mas diz respeito à totalidade dos seres que evoluem neste planeta. Ainda que se dê, no momento, com poucos, repercute nos demais e abre os caminhos para o advento da nova consciência que aguarda esta humanidade.

Apesar de externamente alguns seres terem tomado decisões que nesta vida já não lhes permitem ingressar por inteiro em padrões de conduta superiores, em níveis mais profundos seus núcleos de consciência necessitam de alimento puro, algo que não seja deteriorado com as forças materiais da humanidade. Assim, ainda que as mudanças que porventura sejam realizadas não se expressem na sua vida humana, internamente eles procuram aproximar-se da hierarquia, algumas vezes por meio dos que conscientemente buscam essa luz e estão abertos ao contato com ela.
 
José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

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