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terça-feira, 11 de março de 2008



Conversando com Deus

Neal D. Walcsh

Qual é a melhor escolha?

Eis uma pergunta que foi feita por filósofos e teólogos desde o início dos tempos. Se você deseja realmente saber a resposta é porque está a caminho da mestria, enquanto a maioria continua a fazer outra pergunta: “Qual é a escolha mais vantajosa?” ou “Como posso perder menos?” Quando se vive tendo um ponto de vista de controle de dano ou vantagem máxima, o verdadeiro benefício da vida é perdido. A oportunidade e a chance são perdidas. Porque uma vida assim é uma vida de medo e essa vida conta uma mentira. Você não é medo, é amor. Amor não precisa de proteção, pois não pode ser perdido ou roubado. Contudo, nunca saberá disso experimentalmente se responder sempre a segunda pergunta e não a primeira. Somente uma pessoa que pensa que há algo a ganhar ou a perder faz a segunda pergunta. E quando alguém vê a vida de um modo diferente, o Eu Superior como um ser mais elevado, compreende que o teste não é ganhar ou perder, mas apenas amar, então este faz a primeira pergunta. Aquele que faz a segunda pergunta diz: “Eu sou o meu corpo”. Quem faz a primeira diz: “Eu sou a minha alma”. Sim, deixe que todos que tenham ouvido ouçam. Em todos os relacionamentos humanos, no momento crítico, há apenas uma pergunta significativa a ser feita: “O que o amor faria agora ?” Nenhuma outra pergunta tem tanta importância para a alma.

Agora chegamos a um ponto bastante delicado de interpretação, porque esse princípio de ação patrocinada pelo amor tem sido muito mal compreendido – é isso que tem causado ressentimentos e rancores na vida – e conduziram tantos para longe do verdadeiro Caminho. Durante séculos vocês aprenderam que a ação patrocinada pelo amor surge da escolha de ser, fazer e ter o que é melhor para a outra pessoa. Contudo Eu lhe digo que a melhor escolha é aquela que é melhor para você. Como ocorre com todas as verdades espirituais profundas, essa afirmação está sujeita a ser mal interpretada. O mistério é em parte esclarecido no momento em que você decide qual é o maior “bem” que pode fazer a si mesmo. E quando a melhor escolha é feita, o mistério desaparece, o círculo se completa e o maior bem para si torna-se o maior bem para a outra pessoa. Pode ser necessário muito tempo para entender essa verdade – e ainda mais para colocá-la em prática – porque ela está ligada a outra ainda maior: o que você faz por si mesmo faz para a outra pessoa, o que faz por ela, faz por si mesmo. Isso ocorre porque vocês são um só. E porque não há nada além de você. Todos os Mestres que pisaram em seu planeta ensinaram isso.

A pessoa que tenta “fazer o que é certo” para a outra – estar pronta para perdoar, mostrar compaixão e deixar sempre para trás certos problemas e comportamentos passados (sem compreender, apenas agindo mecanicamente) – torna-se rancorosa e desconfiada, até mesmo de Deus. Como um Deus justo exige esse sofrimento, essa tristeza e esse sacrifício interminável, mesmo em nome do amor ? Deus não faz isso. Ele só pede que você inclua a si mesmo entre aqueles que ama. Deus vai mais longe. Sugere e recomenda que se coloque em primeiro lugar. Certamente alguns de vocês considerarão isso uma blasfêmia e não a Minha palavra. Outros farão ainda pior: aceitarão essas como Minhas palavras e a interpretarão errado ou distorcerão para servir aos seus próprios objetivos – para justificar atos terríveis. Colocar-se em primeiro lugar, no sentido mais elevado, nunca leva a execução de atos terríveis. Portanto, se você se viu praticando um ato terrível como resultado de ter feito algo que era melhor para si próprio, a confusão não foi causada por ter-se colocado em primeiro lugar. É claro que determinar o que é melhor para você também exigirá que você determine o que está tentando fazer. Esse é um passo importante que muitos ignoram.

O que pretende fazer? Qual é o seu objetivo na vida? Sem respostas para essas perguntas, a questão do que é “melhor” em uma determinada circunstância continuará a ser um mistério. Deixando de lado o aspecto esotérico e vendo como uma questão prática, se pensar no que é melhor para você nas situações em que está sofrendo abusos, no mínimo, o que fará é por fim ao abuso. E isso será bom para você e para quem comete o abuso. Até mesmo quem abusa é prejudicado quando lhe é permitido continuar a agir desse modo. Pois se ele acha que a sua ação é aceitável, o que terá aprendido? Mas se o seu abuso não for aceito, o que lhe terá sido permitido descobrir? Por isso, tratar as outras pessoas com amor não significa, necessariamente, deixá-las fazer o que querem. Os pais aprendem isso desde cedo com os filhos. Os adultos não aprendem tão rápido com outros adultos, tampouco aprendem as nações com outras nações.

“Se o amor é tudo que existe, como o homem pode justificar a guerra?” Às vezes o homem tem ir para a guerra para fazer a afirmação mais solene de quem realmente é: um homem que detesta a guerra. Há ocasiões em que você pode ter de renunciar a Quem É para ser Quem É. Há Mestres que ensinaram: você só pode ter tudo quando renunciar a tudo. Para “ter” a si mesmo como um homem de paz, você pode ter de renunciar à idéia de si mesmo como um homem que nunca vai à guerra. A história tem exigido dos homens esse tipo de decisão. Isso é verdadeiro na maioria dos relacionamentos pessoais. A vida pode exigir mais de uma vez que você prove Quem É, demonstrando um aspecto de Quem Não É. Não é muito difícil entender isso se você já viveu bastante, embora para os jovens idealistas possa parecer a maior das contradições. Em uma retrospecção mais madura, parece uma dicotomia divina. Nos relacionamentos isso não significa, que se você está sendo magoado, tem de “dar o troco”. ( O mesmo pode ser dito nos relacionamentos entre nações.) Significa simplesmente que, se permitir que outra pessoa esteja sempre lhe maltratando, esta pode não ser a melhor opção a fazer – por si mesmo ou por ela.

Você se define através do que considera “mau” ou “bom”, portanto, o maior mal seria não considerar nada mau. Nessa vida você existe em um mundo relativo, onde uma coisa só pode existir na medida em que se relaciona com outra. É ao mesmo tempo a função e o objetivo do relacionamento fornecer um campo de experiência, dentro do qual você se encontra, se define e, se escolher, constantemente recria Quem É. Escolher ser como Deus, não significa escolher ser um mártir e, certamente, não significa ser uma vítima. Em seu caminho para a mestria – quando todas as possibilidades de ofensas, danos e perdas são eliminadas – seria bom reconhecer as ofensas, os danos e as perdas como parte da sua experiência e decidir Quem você É em relação a tudo isso. Em algumas ocasiões as coisas que as pessoas pensam, dizem ou fazem irão magoá-lo – até não o magoarem mais. O que o levará mais rapidamente de um ponto ao outro é a total sinceridade – o desejo de reconhecer e afirmar exatamente como se sente em relação a algo. Diga a sua verdade – gentil, mas totalmente. Viva-a gentil, porém totalmente. Mude a sua verdade de maneira simples e rápida, a medida que a sua experiência lhe proporcionar uma nova lucidez. Sua tarefa agora é decidir o que realmente as ações significam e demonstrar a sua verdade, porque agindo assim você escolhe e se torna o que tenta Ser.

A sinceridade e a simplicidade representam o primeiro degrau na evolução de um ser. Enquanto complicarmos a vida copiando modelos alheios para por termo a determinados problemas, jamais chegaremos a resolvê-los, pois a nossa verdade, o nosso sentimento em relação a eles, somente nós sabemos, portanto, o primeiro passo seria definir a melhor atitude a tomar sinceramente e simplesmente e nunca pensar: e as conseqüências ? Então, agindo assim, estará formando um crescente círculo vicioso e cada vez fica mais difícil encontrar uma saída. KyraKally



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