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domingo, 7 de setembro de 2008



O CAMINHO PARA DEUS


O egoísta age em proveito de si mesmo.
O altruísta para a humanidade.
O ser perfeito não age.
É Deus que, através dele, atua.
Assim é que, sem criar méritos ou desméritos,
 liberta-se.

Enquanto estamos com a mente tomada por nossos problemas, nossas esperanças, nossos desesperos, nossas quedas e vitórias, nossas ilusões e desenganos, nossos lucros e prejuízos, 
nossos remorsos e ressentimentos, nossos projetos e fracassos,
nossos erros e acertos, nossas crenças confortadoras,
 nossos risos, nossos prantos, nossos pertences, nossas euforias 
e disforias, nossa paz e nosso tormento.

estamos ligados em nós mesmos,
 programados para nós mesmos.
Se eu fizer “caridade” visando ser salvo e ir para o céu...
Quem está desejando ser salvo? 
Quem está comprando um ingresso no céu?
A reposta só pode ser – eu.

Com tal “caridade”, em proveito do eu, 
continuarei nutrindo, engrandecendo, 
firmando, afirmando, fortalecendo aquilo 
que me tem frustrado, parasitado, iludido,
 prendido, reduzido... exatamente – o eu.
Carregando o fardo do eu,
ninguém se liberta,
ninguém se ilumina,
ninguém avança no rumo da paz.

Não estrague a alegria de dar
 com a egoística expectativa de receber.
Dar, visando a retribuição,
é causa de muitas tristezas.
Dar depende de nós.
Receber depende somente dos outros.
Os outros podem ou não retribuir.
Se ficarmos revoltados
com a ingratidão dos outros, 
nunca encontraremos 
a verdadeira alegria no ato de dar.

O homem vulgar evita o mal,
e chega a fazer o bem,
na expectativa de lucrar.
Usa a lei do karma para
crescer e melhorar.
O malvado, ignorante da Lei,
compraz-se em fazer o mal,
sem saber as consequências amargas
sem saber que acumula dívidas
a serem infalivelmente cobradas.

O homem medíocre evita fazer o mal 
e até chega a fazer o bem
pois, sabendo da infalibilidade da Lei,
 visa ganhar méritos.
Aquele, consciente da Lei, não faz dívidas 
nem acumula crédito,
pois mentalmente, renunciando ao eu,
reconhece-se como um simples instrumento
passivo nas mãos de Deus.
“Senhor, faça-se a Vossa vontade,
não a minha.”

A amargura de hoje é colheita das sementes ruins 
que ontem semeamos.
O bem-estar presente é o salário do bem
 que outrora fizemos.
Ontem fizemos o hoje.
Hoje construiremos o amanhã.
Nada podemos fazer em relação ao que já foi feito, 
a não ser receber as consequências.

Não adianta esconderijo contra
a ação corretiva do sofrimento.
A reparação é certa.
Diante disso, o melhor a fazer
é aprender. É arrepender-se.
É evitar o mal.

A convivência com os demais pode 
enriquecer-nos ou despojar-nos,
libertar-nos ou comprometer-nos,
fazer-nos felizes ou desditados...

Interiorização, reflexão, concentração, meditação, 
contemplação, diariamente praticados,
asseguram ao serviço que prestamos
as condições santificantes - amor e sabedoria.


Hermógenes


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