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quarta-feira, 9 de agosto de 2006

REFLEXÕES COM  PAUL BRUNTON


"O Eu Superior fala ao homem na única linguagem que sua mente ensurdecida se preocupa em compreender - a do sofrimento. E usa, como seu instrumento, o destino. Sabe que as verdades que o homem experiência lentamente, através de dias de sangue e lágrimas, são aprendidas para todo o sempre.

As lições podem ter de repetir-se algumas vezes para fortalecer sua impressão, mas, eventualmente, de tal maneira profunda se inscrevem, que nunca podem ser esquecidas. O destino é, simplesmente, o meio através do qual o Eu Superior trabalha.

O destino é cego, é força que irresponsavelmente abate um homem, enquanto exalta outro? Se assim o fosse, o Eu Superior compartilharia da mesma censura, seria digno de condenação, por se mostrar força injusta e irresponsável.

"Coincidência" e "casualidade" são palavras que só têm significado para os materialistas cegos, não para o que acordou espiritualmente. Porque há uma rede cobrindo o universo e ligando homens a homens, homens a acontecimentos e acontecimentos a acontecimentos. As mãos que manejam e guiam essa estranha rede, são necessariamente invisíveis, mas ali estão.

Que é, então, o destino? É a nossa herança, derivada de antigos nascimentos daquela criatura paradoxal, nossa personalidade, nosso ego, nosso eu separado, encarnado em diferentes ocasiões e em diferentes países, muito mais recuadamente do que queremos poder recordar. Porque somos os herdeiros de nosso próprio e longo passado.

Os pensamentos que arrebataram nossa mente em civilizações que agora são poeira morta, de novo nos arrebatam na moderna Europa ( o autor morava na Inglaterra). Os atos de bondade ou maldade que marcaram ou mancharam nossos antigos aparecimentos sobre este planeta em rotação, atingiram fulgor de sol ou sombra tenebrosa sobre nossos dias presentes.

O longo panorama da vida humana faz seu sinuoso e velho caminho através de cidades e desertos, mandando as mesmas pessoas de volta, muitas e muitas vezes, para que retornem a antiga trilha, na bela, e aparentemente débil esperança de alcançar alguma Canaã de duradoura felicidade.

A vida é, assim, em si própria, perene maravilha. Desaparece de nossa vista através dos sombrios portais da morte, apenas para reaparecer de novo, com recém brotadas folhas de primavera, e as flores de pétalas brilhantes de um novo nascimento.

O eu pessoal insinua-se de volta, outra vez, no corpo de uma criança recém-nascida. Aos bocadinhos, os velhos gostos e capacidades, as antigas características, começam a emergir. E chega à realização com a idade adulta. Não permanece lembrança alguma das existências passadas, simplesmente porque a Natureza é sensata e misericordiosamente ofereceu o esquecimento de todo o pretérito. Contudo, embora a memória de seus atos passados possa desaparecer, seus resultados, no homem e em outros, permanecerão.

O que somos é o resultado de nossas experiências, mas estas não estão limitadas ao breve espaço de uma só existência. É melhor acreditar que Deus nos encarnou para divertir-se em Suas horas de laser, alternadamente animando-nos com alegrias e torturando-nos com sofrimentos, ou acreditar que cada nascimento não passa de uma lição na grande escola do universo, e que a alta sabedoria vem lentamente à maturidade, dentro das nossas mentes, através desse repetido reunir de experiências de toda espécie, a cada reencarnação?"



Se acreditamos na reencarnação, então, fica mais fácil compreender os fatos da vida, os sofrimentos e as alegrias.KyraKally

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